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O Filme que está passando na minha cabeça



O filme que está rodando neste momento e que nunca sai de cartaz, pelo menos até o The End aparecer na tela e as luzes do cinema se apagarem, é o da minha vida, aquele que invocamos sempre, diante de situações criticas, principalmente de risco de vida.

Traduzindo em miúdos, são as memórias de um paisano com seu currículo vitae atrelado, com histórico pessoal de nascimento, familiar, escolaridade e profissional.
Este é o pacote básico.

Mas o que vai pesar na balança do vale quanta pesa, é o comportamento moral e ético, quando sujeito as interações humanas, com suas hierarquias herdadas de pai pra filho, desde 1910 para não precisarmos chegar aos Dez Mandamentos, que sabemos hoje, o quanto foram perdendo valor, com a disseminação das franquias, as famosas seitas religiosas.

Dois filmes são suficientes para ilustrar e enriquecer o texto.
Um é “Antes de partir” com Jack Nicholson e Morgan Freeman. O outro é “Viver” de Akira Kurosawa, e é uma pena que quase não se encontre mais uma cópia em bom estado. O filme é antigo e em preto e branco.

Alguém me disse, que escutou alguém falar, e não sabe afirmar se foi o Freud ou o Jung, que nós somos os diretores de nossos sonhos. Trazendo a coisa pro cotidiano, a vida como ela é, a dor e o gozo, são pessoais e intransferíveis.

Eu gosto muito de frases feitas que encerram verdades ou pílulas de sabedoria. Uma delas que corre sem crédito do autor na internet é aquela: A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.
A última que encontrei e que adorei é esta do Millôr Fernandes: Viver é desenhar sem borracha. 

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Lição de domingo

Quando acordei, pensei com má vontade, que fechar uma planilha do Excel com o orçamento mensal dos meses de janeiro a Março, para tentar traduzir em números, aquilo que os mais renomados economistas não conseguem explicar: Porque o orçamento doméstico está acabando no dia 10, não é exatamente um bom programa para um domingo de sol no Rio de Janeiro.


Qualquer aposentado sabe de cor e salteado, independente da faixa salarial, que nenhuma conta pode fechar, quando se tem um aumento de 5% de reajuste e somente no plano de Saúde, o aumento é de 17%. O que explica o elevado índice de devedores no País.


Voltando a planilha foi fácil identificar que o gasto com farmácia no cartão de crédito como o grande vilão.

Desisti da planilha, fui cumprir uma visita social antes almoço, e pensei em começar a rascunhar o meu imposto de renda a tarde.

A única atração esportiva era o jogo do Warriors com Timberwolves de noite. Disputa direta por uma vaga nos playoffs.

Depois do almoço fui tirar uma siesta como de costume quando senti um espasmo no peito. Após alguns minutos passou. Uma hora depois voltei a sentir. Foi quando a minha personal trailer que eu carinhosamente chamo de “GloboNews -nunca desliga”, falou: – Vamos agora mesmo pro Quinta Dor. Eram 17 horas quando chegamos e fui imediatamente atendido e fui obrigado a assistir na sala de recuperação enquanto esperava uma vaga no CTI, o programa o caldeirão do Hulk com as danças de famosos e tudo, o Fantástico e fui poupado do BBB por pouco.

No dia seguinte soube que os Warriors perderam o jogo por uma bola de três. (mais um de vários)

Hoje é quinta feira e a minha esperança de alta murchou com o médico dizendo que os exames que eu fiz não explicaram o mal estar e preciso fazer uma ressonância magnética mais completa.
Seja o que Deus quiser. Como sempre nestes momentos percebemos melhor e refletimos melhor sobre a vida, revendo nossos conceitos de valores e comportamento moral.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O mesmo velho Blues

Este título de um blues (The same old  blues), vai servir para conduzir e traduzir os meus sentimentos em relação ao carnaval. Antes de mais nada, que conste nos autos, que sempre fui ruim da cabeça e doente do pé, mas um apaixonado pelo samba em todos os seus gêneros. Raiz, de roda, enredos.

Todo ano é a mesma coisa. Gente chegando e saindo pelos terminais rodoviários, turistas chegando de navio no Rio, Salvador, e Recife, as capitais preferidas da folia, mas não vamos esquecer de São Paulo que não produz mais só café, e já tem seu próprio desfile.

O esquenta começa em Dezembro com as escolas mostrando nas quadras o samba enredo escolhido, para arrecadar o dinheiro das fantasias e as alas irem decorando e ensaiando suas coreografias.

Os grandes personagens que vão se destacar durante o desfile são: O Carnavalesco, a comissão de frente, o puxador do samba ( “Puxador é puxador de corda, de fumo, de carro, puxa-saco… Eu sou é intérprete de samba-enredo!” – Jamelão, cantor e principal voz da Mangueira.) , o mestre de bateria, Mestre sala e porta bandeira, e a cereja do bolo, a rainha de bateria. O carros alegóricos, a harmonia do conjunto vai valer muito na hora da apuração.

Vou citar alguns nomes que já fazem parte da história dos desfiles, antes e depois da Sapucaí. Jamelão, Neguinho da beija flor, Joãozinho trinta, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, e muitos outros.

A Luma de oliveira foi uma das rainhas que mais causou na avenida. Seu reinado durou de 1987 a 2009.

Existem com certeza bons livros sobre o samba e as escolas.
Aquela máxima, dirigida ao Blues, mas que serve para os sambas enredos: – escutou um escutou todos,  não é verdadeira.

Bom carnaval a todos!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Atualização em progresso…

Ao se aproximar a hora de dar início ao processo de atualização da versão 73.0 do sistema operacional, não posso deixar de refletir sobre duas verdades incontestáveis que passam a ocupar naturalmente o coração e a mente deste paisano que vós fala.

A primeira delas é que me sinto mais experiente, o que não significa a mesma coisa, que mais sábio.
A segunda é que o tesão, falando no português curto e grosso, acompanha na mesma proporção a queda das taxas hormonais, responsáveis diretas por alimentar a zona do prazer; o sexual e os outros derivados, e também responder pelo nível do humor.

Ao invez de usar a palavra sublimação que vai obrigar alguns a consultar o Aurélio, prefiro dizer que os pequenos gozos diários  passam a compensar a frustração maior de não poder brincar mais no parquinho com a mesma frequência ativa da juventude.
Um bom livro, filme, música,uma pintura. Um jogo de futebol, basquete, tênis, vôlei. Um dia na praia, um fim de semana na serra. Novas paisagens. Reunião com a família e amigos, regada com boa comida e bebida.

Estar com a alta estima em dia ajuda muito quando o ambiente ou as condições de temperatura ou pressão sofrerem interferência externa.

Manter a caderneta de vacinação em dia contra todos estes vírus nocivos a saúde física, mental e emocional, e exercitar diariamente a espiritualidade, independente da crença religiosa de escolha, é fundamental.
Amar e viver e vice-versa.

Por:adolfo.wyse@gmail.com

O verbo, o sujeito e os adjuntos…

No início era o verbo. Depois veio o sujeito que ficou algum tempo perdido sem saber qual era o seu papel na oração. Foi quando de uma costela foi criada a sujeita, e aí sim a ação propriamente dita teve início. No início a comunicação era primitiva. Grunhido pra lá, grunhido pra cá, o instinto era o cão guia na escuridão da caverna na era da pedra lascada. Apesar do Fiat Lux ( A luz natural) já ser uma realidade, a idade do fogo ainda ia demorar a chegar.

Reza a lenda, que a coisa ficou mais excitante quando, então já batizados com nome ( os sobrenomes seriam inseridos depois, quando os casamentos entre as tribos passou a ser mais aceito) Adão e Eva por força de um instinto vital e essencial, pularam o cercadinho, provaram do fruto proibido, e o resto da história todo mundo conhece.

Muito por obra e graça de Gutemberg que inventou a prensa, derivando daí a palavra imprensa, que passou a imprimir panfletos e livros,  a Bíblia é uma das mais antigas séries já produzidas, dividida em duas partes: Antigo e novo testamento, com vários  capítulos/episódios distribuídos em várias temporadas, e com vários personagens, que se tornaram celebridades.

Não sei precisamente quando a última temporada foi concluída, e seria uma boa pergunta, para os estudiosos de plantão. O que eu sei, e todo mundo que tem uma tv em casa sabe, que todo dia tem um canal exibindo, Os 10 Mandamentos, Ben-Hur, Esaú e Jacob, A Arca de Noé.

Não sei se a Bíblia ainda mantém o recorde de livro mais vendido no mundo, acho que não, o que eu sei é que em qualquer hotel, nos países católicos, tem  sempre uma à disposição na mesinha de cabeceira, para consulta ou apoio espiritual, para o caso de um paisano se sentir fora de casa.

Por: Adolfo.wyse@gmail.com

Desligando os aparelhos

Antes que alguém entenda mal, ou literalmente,  o enunciado do título, os aparelhos aqui, não são aqueles instalados em leitos de CTI para pacientes terminais.

Falo destes aparelhos de mão, que são como extensão de nosso corpo, social,  com certeza, que já merecem estudos de custo e benefício na forma como nos relacionamos e digerimos, as notificações diárias, que chegam a nossa ilha, poluindo o ambiente, intoxicando nossos corações e mentes.

Como se fosse qualquer droga lícita ou ilegal, a desintoxicação é lenta e gradual, e antes de qualquer decisão radical, cortar os aplicativos mais tóxicos e aprender a selecionar o trigo do joio, é um bom começo.

Está semana mesmo tenho dois exemplos que podem ajudar a demonstrar que dinheiro não tem caráter, quer dizer, pode ser bom ou ruim.

O primeiro, que ocupa o top 10, Tem como sempre uma celebridade como atração.No caso o CR7 Cristiano Ronaldo, que vai ganhar 1 bilhão de reais por ano, em um clube das Arábias. Bom pra ele, que fez por merecer e vai continuar com seus projetos de caridade.

O segundo é,  de um milionário chinês, que entende-se de um ou alguns milhões, que comprou o terreno da vila pobre onde nasceu e cresceu, demoliu todas as casas e construiu prédios de apartamentos de classe média para todos. Ele disse: – Ganhei e ganho muito mais do que posso gastar.

No mês de novembro eu tinha 10 mil e-mails na minha caixa de entrada. Fui deletando por lotes. Hoje procuro não deixar acumular tanto.

A moral da história é que este isolamento social produzido pela pandemia, agravou a nossa dependência da tecnologia.Não podemos desistir do bom e velho contato físico, abraços fortes, olho no olho.

Quando os robôs começarem a pagar os boletos com o dinheiro deles, aí sim, eles vão ser os primeiros a desligar os aparelhos.

Por: Adolfo.wyse@gmail.com

Prazeres Poéticos

( A Caverna – José Saramago)

O homem que conduz a narrativa chama-se José Saramago. Garantia de que vai nos contar mais uma boa história e nos apresentar personagens, que vão nos despertar sentimentos, que carregamos e  descarregamos no cotidiano dos relacionamentos humanos.

Um roteiro que daria um belo filme e com final feliz, que nos faria chorar durante algumas cenas e sair do cinema levitando como se por um momento transcendemos e passamos a andar com os deuses.

Um bom diretor, dois atores e duas atrizes para os papéis principais e alguns figurantes. Encontrar um cão que faça o papel do Achado vai exigir mais trabalho, mas sabemos do que o cinema é capaz com seus efeitos especiais. O cenário e as locações poderiam ser externos ou em estúdio.

Se o filme for feito não vamos cair na tentação de fazer comparações. O livro sempre será mais completo.

Sempre que eu me emociono seja diante da beleza de um livro, um filme, de uma música, de uma criança, me lembro sempre das palavras do meu pai, tentando justificar um choro discreto, diante de um filho: –  A gente vai ficando velho e cada dia mais sentimental.
Ainda bem, Sr. Wilson, ainda bem!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Zona de conforto e as outras .

Embora a expressão seja nova, o sentido é mais antigo do que imagina a nossa vâ imaginação, e o útero materno é a melhor representação do que significa este lugar tão confortável.

A discussão alcança várias áreas do comportamento humano, e por isso mesmo se torna longa e cansativa sem chegar a uma definição que possa limitar com clareza as fronteiras, onde  o conforto do cidadão encontra o desconforto social.

Em bom português, o meu não é dos melhores, quer dizer  que este conflito,  existente em qualquer paisano, tenha nascido  em berço de ouro ou de palha, vai reger, tecer e traçar seu destino.

Se a gente observar a quantidade de livros e cursos prometendo a terra prometida, que é o mais antigo conto do vigário, ainda em vigor hoje em dia, vemos que a carência é grande.

Para mexer neste caldo, é preciso consultar os grandes mestres da Filosofia, Psicologia, Sociologia e a velha e boa sabedoria popular, que nos dá diariamente exemplos práticos de superação, tenha você um espírito cigano ou nômade de mudança ou não.

O conhece-te a ti mesmo é um bom lugar para começar. Depois, o que não mata engorda, que é um ótimo bordão motivacional.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Ensaio sobre…

Enquanto a areia que escorre na ampulheta, dá a medida exata do tempo corrido e a correr, para cada um, como um relógio biológico, nenhum de nós tem a capacidade de prever quando o último grão se juntará ao montinho no fundo da ampulheta.
Ainda bem que é assim. Senão todos morreriam de ansiedade com os olhos vidrados no instrumento.

Não é um assunto que um paisano fica pensando muito a respeito. Na maioria das vezes o pensamento fica reduzido ao ontem, o hoje e o amanhã, que é o suficiente para lidar com as necessidades diárias.

Alguns brilhantes filósofos e pensadores se debruçaram e estudaram o assunto com mais profundidade.

Tenho uma noção adquirida de que o tempo é um só. E encontrei nos versos do Martim Fierro, a resposta que confirma este entendimento. No desafio com o Moreno ele pede para Fierro explicar o que é a quantidade, a medida, o peso e o tempo. Fierro responde assim:



“Moreno, vou a decir,

Sigun mi saber alcanza:

El tempo solo és tardanza

De lo que está por venir.

No tuvo nunca princípio

Ni jamais acabará,

Porque el tiempo és una Rueda

y Rueda és eternidá;

Y si el hombre lo divide

Solo lo hace, em mi sentir,

Por saber lo que há vivido

O le resta que vivir.”

Por: adolfo.wyse@gmail.com