Arquivo mensal: Julho 2021

Encontrando Kandinsky

O título deste post foi inspirado pelo filme “Encontrando Forrester”, com Sean Connery, onde eu encontrei Israel Kamakawiwo’ole cantando com sua voz aveludada “Over The Rainbow” e “What a Wonderful world” se  acompanhando apenas com o ukulele.

Mas o tema principal é Wassily Kandinski,  pintor tão conhecido como Picasso, Dali, Miró, Van Gogh e todos os outros grandes mestres que frequentam qualquer livro da história da arte. A Abril por exemplo tem uma coleção com ótima apresentação chamada Grandes Mestres a preços populares.

No site eu já tinha criado uma página dentro da Sala de Pintura onde estão outros mestres. Mas Tem três semanas que venho recebendo no Facebook novas obras que me obrigaram a criar uma galeria que começou com 100 quadros e hoje  está dividida em três álbuns para não sobrecarregar muito uma página e não saturar o olhar dos leitores. E a cada dia salvo de 4 a 5 quadros, para encanto de minha alma. E vou atualizando os álbuns, que dividi por paisagens, abstratos e geométricos.

Uma amiga me disse que estava no Museu do Prado em Madrid apreciando um quadro do Miró que era apenas uma linha com um ponto. Um garoto de 5 anos ao lado do pai disse: ” Isso eu também sei fazer”.

Quando contemplo um quadro de Kandinsky me sinto como Ananda sorrindo para a flor na mão de Buda.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Da série: Filosofia numa hora desta – 16/07/2017

O Facebook veio para nos ensinar, aqueles que não frequentaram,  e outros que chegaram mesmo a assistir (obrigados) as aulas de educação moral e cívica, que CURTIR significa, para si mesmo. COMENTAR  significa imprimir um selo de aprovação  ou não,  ainda sob o ponto de vista pessoal, subjetivo portanto, como aquela peça famosa de Pirandello, “ Assim é se lhe parece”. COMPARTILHAR significa partir e repartir o pão conforme prega o bom evangelho, embora  exista o pão  que o Diabo não só amassa mas tem farta rede de distribuição.

Toda esta introdução para chegar ao ponto,  papo reto, que quem gosta de entrelinhas é agulha de crochê. E o ponto é Cultura. O que faz um paisano gastar de  10 até 50 reais para adquirir um Livro de seu interesse literário, não para uso profissional e depois deixá-lo mofando nas estantes abertas ou fechadas?  Estamos pagando, dando valor ao conteúdo, não é assim? Com um CD , a mesma coisa, e tem embutido nisso um sentido de posse. Comprei, paguei, é meu.

Tudo isso para dizer que estou  chocado por não ter conseguido vender os livros que eu tive que bancar para editar. Achei que seria fácil. Fiz as contas: Tenho 100 amigos no Face. Se cada um comprar e recomendar para um amigo e a roda da rede girar, a conta fecharia fácil e cedo. Um ano depois e ainda estou com 100 exemplares encaixotados.  Considerei todos os componentes que podem ter e estar contribuindo para esse insucesso na distribuição e não posso desprezar o maior deles que é esta crise que não tem nem adjetivo para ser descrita, a mais imoral  para usar um.  Tem e não posso negar a minha  resistência em aceitar a mídia de imagem e todos nós sabemos que quem não está na TV, nos grandes centros, leia-se, Rio de Janeiro e São Paulo, não existe e não existir aqui, significa ausência total de patrocínio oficial ou privado. Tem o fato que merece ser sublinhado com marca-texto, de a Editora ser uma editora  internacional, já que as daqui além de não estarem nem aí para a Hora do Brasil, me apresentaram os preços mais abusivos. De qualquer modo e em qualquer caso, é Domingo, um dia como outro qualquer para compartilhar. Conforme já sabemos, poucos lerão o texto até o fim, o Facebook  ensina isso muito bem, também. 

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Conversação

Olha só! Tô vendo você arrumando a mala,  sugerindo uma viagem longa, se fosse curta,  a mochila e uma bolsa de mão seriam suficientes. Quero por isso conversar, saber quais são seus planos, para onde vai, se vai retornar, afinal, a esta altura do campeonato, no último quarto,  como se diz no basquete, serei afetado pelo resultado desta decisão.

Eu sei. Tenho consciência disso. Mas o fato é que com ou sem aviso prévio, com pré ou pós testamento, a dor será sempre inevitável, já o sofrimento é opcional, conforme o sujeito esteja com suas defesas em dia.E essa coisa de ir arrumando a mala com antecedência sem nem ter mesmo traçado um destino vai cair no mesmo curso de probabilidade se a passagem for  comprada antes e no tempo decorrido entre o guichê e a data do embarque, alguma coisa acontece, motivos de força maior, que não faltam a rondar por aí, nos obrigando a remarcar a viagem.

Sei exatamente o que você está sentindo e pensando que eu tô te trocando por um corpo mais jovem que vai me dar mais prazer, tô falando dos prazeres da carne mesmo, o sexo, a comida, a bebida, coisas que a um bom tempo você mesmo perdeu o apetite seja pela erosão do tempo, pelas doenças que um corpo velho atrai.

Acontece que somos indissociáveis, corda e caçamba, e como disse Saramago, o corpo e a alma não vão a lugar nenhum, um sem o outro. Assim, não há razão para ressentimentos, alimentados por uma crença nociva e distorcida de que assim que o corpo desce para a última morada, a alma levanta vôo como se borboleta fosse deixando o casulo.

Voltando a arrumação das malas pense em quanta economia de espaço conseguimos hoje em dia, para levar os livros e os discos por exemplo, sem falar no quanto de sofrimento vai ser evitado quando não precisar ter que escolher este ou aquele. Com dois aplicativos você leva no celular sua biblioteca e discoteca sem nem mesmo ocupar seu espaço de armazenamento. Basta um cartão Extra de memória, um MicroSD.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Em Compensação

Problema bom é problema que tem nome e sobrenome.
Esta frase feita que encontrei na primeira aula do meu segundo curso de Escrita,  já valeu a inscrição,  que aliás foi gratuita como todas que buscam atrair interessados.

Na semana passada o meu sistema de auto-compensação disparou quando a frustração deu as caras, quando fiquei sem conseguir escrever nada para o blog sala de redação.

Qualquer paisano nesta hora sai em busca do prazer que vai repor o nível de serotonina, que pode ser encontrado em um cigarro, uma bebida, uma barra de chocolate, em um shopping.

No meu caso fui parar no site da Amazon onde comprei quatro livros  e consegui tirar 2 do carrinho, igual a gente faz no mercado quando não tem dinheiro para pagar ou lembra que é um compulsivo em recuperação. Vou falar o nome dos livros, não por exibição, mas por acreditar que a boa literatura deve circular mais, e os bons autores serem recomendados.

“Os Diários” de Franz Kafka –  “O Caderno” de José Saramago e  “Último Round”-  Tomo I e II, de Júlio Cortázar.

Humildemente falando estes dois cursos me serviram para reforçar aquilo que eu já tinha ouvido falar: – Entre o saber e o saber fazer existem alguns obstáculos que precisam ser ultrapassados. Como a preguiça, a procrastinação,  a falta de hábito e outros sabotadores ocultos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com