Arquivo mensal: Dezembro 2023

Retrospectiva ou Balanço de Lucros e Perdas, Rendas a receber e Provisão para pagamentos a efetuar.

Perdoem o título longo. Ainda é memória de um bancário, que virou muita noite de ano novo, fechando balanço.A coisa hoje tá mais simplificada. Podemos dizer: Orçamento e Custo e Benefício.

Ao fim e ao cabo, significa colocar na balança, os respectivos pesos; em um prato as conquistas, pessoais e profissionais ( para aqueles que continuam na batalha pelo pão de cada dia). No outro, as perdas, os fracassos profissionais, os relacionamentos acabados, os amigos e familiares que partiram, para a grande viagem de volta para casa.

No meu caso, retirado em 2004, aprendi que o inventário é diário e mensal. Se as receitas cobrirem as despesas, e chegar ao fim do mês no azul, tá bom demais da conta!

Foi um bom ano! Apesar de ter perdido
um irmão (gêmeo), o Zeca, e um grande amigo, o Ney. Tive alguns acidentes de percurso, mas consegui passar por eles, e sou muito grato por isso.

Consegui alimentar o meu Blog, com artigos variados e playlist de músicas, que compartilhei com a família e amigos, no Facebook e no WhatsApp

Li ótimos livros. Vi alguns filmes e séries que gostei. E no estouro do cronômetro, no dia 30 de Dezembro, consegui fazer, igual ao Stephen Curry, uma cesta de 3 pontos: Publicar em uma destas plataformas que permitem a novos autores fazer uma edição sob demanda, a custo zero.

Para não perder a oportunidade, segue o comercial: Livro” O Correio da Tijuca”  – Clube de Autores. Em  breve, numa banca perto de você.

Feliz ano novo a todos. Com muita saúde, paz e amor.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Cinco Marias (Tia Maria)

Por motivos que vou descrever abaixo,  a Tia Maria, das cinco do título, era a única que se chamava Maria, e tive durante alguns meses a oportunidade de conviver com ela e as filhas, minhas primas. E assim ter um sentimento de gratidão e afeto, que não tive oportunidade de expressar enquanto ela estava viva.

No ano de 1964, quando tivemos que voltar para Rio Grande, para eu não perder o 4 ano do ginásio, fui acolhido pela Tia, que morava em um cortiço, cabeça de porco, em um beco no Bairro Floresta. Uma peça de madeira  de dois quartos, uma sala e cozinha e a casinha de banhos nos fundos do terreno, que lá no sul se chamava de patente.

Viúva, com 4 filhas lindas com nome de índias: Iara, Ierecê, Ione e Islândia. Criadas e disciplinadas para serem donas de casa, a opção da hora, para moças pobres e sem estudo. A casa era um brinco de limpeza.

A Iara,  A Ierecê e a Ione já tinham namorados firmes de frequentar a casa e acabaram se tornando maridos.
A Islândia era a mais nova e era mais moleque, gostava de andar na rua, brincando com os meninos. Mais tarde, casou também.

A Tia trabalhava como camareira em um hotel.
Depois que a Iara e a Ierecê casaram, foi morar em uma casa destas de conjunto habitacional em um bairro mais distante. A Ione morava com ela e trabalhava nas lojas americanas no centro.

Uma vez por mês vinha nos visitar  na casa da Campos Velho,  no Cristal. Trazia sempre um embrulhinho na mão, de pão, de biscoito ou de frutas. Era muito vaidosa e andava sempre de tubinho e batom. Amava a vida, era alegre e faceira, sem ser vulgar.

A história dela merece ser contada, porque é de superação. Como de muitas Marias por este Brasil afora , abandonadas por maridos alcoólatras.

A Islândia é a que mais herdou este espírito dela e a integridade. E que hoje mantém um vínculo afetivo com a família Wyse.

Espero que ela, a Iara, a Ierecê e a Ione,  gostem desta pequena homenagem.

Por: adolfo.wyse@gmail.com.br

O homem que amava os quadrinhos, as tirinhas, os quadradinhos.

No livro “Cadernos de Lanzarote” – Vol. II – Pag. 302/303, José Saramago revela que gosta de quadradinhos, como ele fala:

“Confesso que gosto de muitos destes bonecos, do Calvin & Harold, do Snoopy, do Garfield, daquela Mafalda sábia e subversiva de quem continuo a ser discípulo fiel.
Em geral, havendo por perto testemunhas, tenho a fraqueza de olhar para eles meio disfarçadamente, com medo de que se pense que o autor da “História do cerco de Lisboa”, afinal de contas, não é este, mas outro…”

E ao encontrar uma tirinha do Caco Galhardo no jornal Folha de São Paulo, onde ele é citado, finaliza: ” Pensei então, deliciado: Eis-me personagem do mundo dos quadradinhos, eis-me,  enfim, imortal. A partir de hoje. Tenho um lugar garantido no Panteão…E. claro,  ali mesmo jurei que nunca mais voltaria a esconder-me para saborear os cinismos implacáveis do Garfield e fingir indignações contra ele.”

Eu sempre fui apaixonado. Até porque a minha iniciação literária se deu lendo Gibis. Se eu puxar um álbum do Facebook com todas as minhas publicações, vocês vão ver, que noventa por cento, é de tirinhas, do Hagar, Mafalda, Snoopy e a turma do Charlie Brown, Zé do Boné, O Mago de Id, B.C.  Garfield e as tirinhas que eu capturava dos jornais.

Nos anos 70 tinha as Revistas A Patota e a Grilo, que traziam os melhores quadrinhos e cartunistas do mundo. Eu tinha toda a coleção completa.

A grande revelação do ano que estou curtindo muito é as tiras diárias de Pickles Comics de Brian Crane cfe. Acima.

Por: adolfo.wyse@gmail.com.br

The Fab Four -The Beatles

Hoje o Maraca vai bombar e não tem jogo do Flamengo nem nada. Mas vai ter show do Paul MacCartney, dizem que o último dele aqui no Brasil, que depois vai dar entrada como todo bom cidadão no pedido de aposentadoria, que em inglês significa retirado da vida pública.

Corre a boca solta nas redes que o Ringo vai dar uma palhinha e que o Mick Jagger pode dar uma de penetra, já que está no Brasil, veio visitar o filho e dar uma bimbada na ex. , essas recaídas muito comum hoje em dia, entre casais que se separaram mas mantém o mesmo vínculo vitalício, o cordão umbilical da pensão alimentícia.

Os mais fanáticos mesmo, acreditam piamente que o John e o George vão estar ali nos bastidores, e apenas seus perfis serão projetados no telão, o que nos leva apenas a reforçar aquela outra lenda urbana de que Elvis não morreu.

Já me falaram que eu tenho a cara do George, e alguns mesmo dizem que eu pareço com o Paul. Ninguém disse que eu pareço com o John, que é o meu preferido, a partir da sua carteira solo, quando lançou Stand By Me, Imagine e outras.
Quero dizer que o quarteto era poderoso, e mereceram o título de: Os  4 Fabulosos

Abaixo uma playlist com as minhas preferidas . Podem compartilhar a vontade!.

Um ótimo show para todos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Antes de Partir – 73ª Edição

Já disse antes por escrito, no livro “Canção para Iara”, que um dia, depois de aprender a cantar e tocar, no violão as músicas “Diz que eu fui por aí”, do Zé Keti e “Palpite Infeliz”, do Noel Rosa, vou requerer na assembleia legislativa estadual, o meu diploma de cidadão honorário do Rio de Janeiro, o título de carioca, para ostentar na parede da sala.

Esta noite, de uma insônia ativada por um texto que li na rede, falando sobre Noel Rosa, que fez aniversário dia 10, entendi que o título que vale mesmo é aquele reconhecido pelo povão, que mora nas comunidades,  Hoje não se pode falar morro ou favela.

Não falo de ir nas quadras sociais onde se dão os ensaios de carnaval, com as escolas cantando e dançando, no gogó e no pé, os sambas enredos que vão disputar no Sambódromo, o título de campeã.

Falo de sair por aí, com o violão debaixo do braço, e fazer o que o Noel fazia.  Subia a Mangueira para tomar a saideira com o Cartola, e de bônus tomava a canja da Dona Zica.
Para completar o cinturão do samba, sem precisar sair da Tijuca, subir o Salgueiro e esticar a noite em Vila Isabel. Chegar na Portela já vai exigir, um transporte, ônibus, trem ou metrô ,
que tenha ponto, estação, em Madureira. A Estácio de Sá é aqui do lado.

Como o Cartola já desencantou, me resta enviar um convite para o Martinho da Vila e Paulinho da Viola, para pelo menos darem uma carta de recomendação e uma de navegação, para que eu não me perca no caminho e seja confundido como policial, ou seja assaltado por conta desta cara de turista branco rico.

Como sempre digo, a teoria na prática é sempre outra. Assim, o primeiro item da lista a ser realizado já foi lançado. Agora é Comprar um violão e aprender.O segundo item, já está quase pronto para entrar e sair do forno, o Livro O Correio da Tijuca, no formato físico e digital. Ainda estou avaliando o custo e benefício das duas plataformas que recebi ofertas. Em breve em uma banca perto de você ou a distância de dois cliques, no conforto do seu lar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com



Livros de Bolso

Ainda vejo no metrô, com alegria, pessoas lendo livros , de todos os tamanhos. Em tempos de abdução coletiva, por smartphone, é uma grata exceção a regra.

A invenção do livro de bolso, coisa que parece foi inventada nos EUA, não tenho certeza, foi exportada para o mundo. Conheci edições espanholas, de boa qualidade e aqui no Brasil, a LPM parece ser a campeã de audiência. Em qualquer livraria que se entra tem um daqueles stands giratórios, com um cardápio para todos os gostos.

O diferencial, que fez todo a diferença, foi o preço e a mobilidade. O livro é um artigo muito caro. Quase um luxo para a classe trabalhadora. A mobilidade permite,  se ler, no transporte público, sem ter que carregar o peso daqueles tijolos, que um livro, normalmente romances, com mais de 300 páginas, pesam.

Aquela cena de ver estudantes carregando na mão, (ainda não tinham inventado, as mochilas atuais), dicionários, livros de direito, de história e de medicina, não existe mais.Para conforto de todos, inventaram o leitor digital, que permite carregar uma biblioteca de Babel. E os dicionários saíram de moda. Assim como os catálogos de telefone. Páginas amarelas, lembram?

Hoje, o grande oráculo, o Google, responde a qualquer consulta, traduzindo para qualquer língua, as respostas.

Hoje, vendo e ouvindo, as pessoas falando das vantagens e desvantagens, da tecnologia, se estamos evoluindo ou involuindo, de alguns lugares, ainda estarem na idade da pedra, acredito que o sonho realizado por Gutemberg, não tem mais volta. Os livros não vão desaparecer.

Porque existe uma magia maior, que envolve o homem e o seu meio. A comunicação e troca da memória humana, contada e cantada em prosa e verso, desde os registros mais antigos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

No caso de …

No caso de o acaso aparecer sem hora marcada, ou antes, o que dá no mesmo, é bom estar prevenido, como aqueles que cresceram ouvindo e praticando, aquela mensagem de que um homem prevenido vale por dois.
Não era o meu caso, até agora, e aqui, a fábula da cigarra e da formiga, pode nos ajudar, a ilustrar o assunto. Sempre encontrei no canto da cigarra acalanto e força para aguentar o tranco diário, a luta pela sobrevivência, mas nunca tive,  como as formigas aquela disciplina e visão de fazer provisões para o inverno, quando as fontes de alimentos, ficam mais escassas, e o “farinha pouca, meu pirão primeiro”, mostra a sua face e o bem estar comum do formigueiro, fica em segundo lugar.

No fundo, no fundo. Sempre invejei a vida da cigarra, aquela vida de cigana, andando prá lá e pra cá, sem hora pra acordar, sem ter que bater cartão de ponto, sem meta pra atingir, uma vida descolada, sem medo de dever obediência a qualquer autoridade, como devem as formigas, à rainha.

E na hora do ressentimento, ela, a cigarra, recebia as ofensas mais cruéis, sendo a mais leve, ser taxada de vagabunda.
Na fábula, a sabedoria da rainha, acalma a revolta, dizendo que o canto dela, alegrava a nossa lida, e nada mais justo, que no inverno, ela tenha direito a um abrigo  e  comida, já que nunca cobrou cachê pelos seus shows!

Não acredito em superstição, mas que elas existem, existem. E temos exemplos diários, no futebol, na virada do ano, aquela roupa que dá sorte.

Mas voltando ao tema inicial, podemos adotar duas posturas antes do inesperado bater a nossa porta. E aqui vale para os supersticiosos como para os pragmáticos.

A primeira,  pouco adotada pelos supersticiosos é aquela de deixar um testamento registrado em cartório, destinando os bens materiais, fazer a partilha, a divisão de bens, para o cônjuge e filhos, ou deixar em um cofre ou caixa de correio, o seu último desejo, se quer ser cremado ou onde quer ser enterrado, junto com um caderninho onde estão os dados importantes, para movimentação das contas bancárias, senhas e quais boletos estão em aberto.

Digo pouco adotada porque parece trazer má sorte, mal agouro.

A segunda, adotada pelos pragmáticos, mas evitando atrair a má sorte, é deixar em um lugar seguro, que possa ser facilmente encontrado, instruções escritas ou por vídeo, para o caso de a gente sair pra comprar cigarros e não voltar, o que nem sempre significa o fim, mas um desejo concreto de sumir do mapa, fugir da vida, que se apresenta mais dura do que podemos suportar.

Nos filmes americanos é muito comum a gente ver, um personagem deixando uma gravação de vídeo, com a expressa condição de só ser visto após a passagem desta pra melhor, que inicia sempre assim:  – Se vocês estão vendo este vídeo é porque …

Em todos os casos, vamos passar por isso, as pessoas morrem porque estão vivas. E ninguém aqui é bruxo pra escapar. E o ritual de despedida será sempre doloroso, para os que ficam enlutados, e sempre achei muito mórbido essa coisa do luto, em alguns casos durava 1 ano, com as mulheres obrigadas a usarem preto e vez e outra acontecia, quando estava no 11º mês, morria outro membro da família, no tempo em que as famílias eram grandes.

Afirmei no meu livro Canção para Iara, com muita convicção, que morrer não dói. Qualquer um, com o mínimo de consciência pode provar que é fake news, essa palavra tão em moda, afinal, não morri para saber.

E antes que a minha querida família comece a se preocupar com meu estado de saúde, após duas internações este ano, sejam felizes e não se preocupem. Ninguém morre um dia antes ou depois, daquele marcado no livro da vida.

Meu último desejo então, é que seja por susto, bala ou vício. Nos braços de uma mulher, como diz a canção.

Por: adolfo.wyse@gmail.com


 

Então é Natal!

Embora a noite especial seja dia 24, a cidade começa a se enfeitar com as luzes de pisca – pisca, nas fachadas das casas, em volta das árvores nas ruas, antes mesmo de chegar Dezembro.

Os shoppings então capricham na decoração, em uma competição, para atrair, seduzir e capturar, aquele cliente que, seja cristão ou não, necessita comprar aquele presente, para o amigo oculto da firma, da família, enfim, está aberta a temporada de caça.

Começam a aparecer, nas redes sociais, principalmente, as indefectíveis mensagens de Feliz Natal, de Paz na terra entre os homens de boa vontade ( e os de má vontade também) e já incluindo o Feliz ano novo
.

A turma da má vontade, é conhecida por aquele discurso já manjado, de que o espírito da festa foi corrompido, porque em vez de se lembrar do nascimento daquele menino Jesus , pegaram a imagem dos três reis magos, com seus presentes na mão, para converter a data, no maior evento de consumo no mundo , o que nos leva a entender melhor, o capricho dos shoppings na decoração e nas promoções.

Mas nem tudo está perdido, o espírito da festa ainda vigora, com campanhas de solidariedade, que levam aos menos favorecidos, a esperança de um mundo melhor, sem tantas desigualdades, essas barreiras que segregam as periferias dos grandes centros urbanos.

A que mais me comove, é a do “Natal sem Fome”, criada pelo Betinho, irmão do Henfil, criador dos Fradinhos, do Zeferino, Bode Orelana e Graúna, que esta geração dos anos 90 não conheceu e nunca ouviu falar, se não teve na família alguém que viveu os anos 70.

Mais do que nunca, o que vale mais aqui, não é o valor do presente, nem da doação, mas o gesto que simboliza o presente para o menino.

Somos todos reis magos nesta noite.

Por: adolfo.wyse@gmail.com