A luz faltou, corre-se para desligar a geladeira, a televisão, artigos de primeira necessidade que não podemos nos dar o luxo de ver queimar com a volta brusca da energia.
Neste momento paramos para dar valor a estes serviços essenciais e rezamos para que a light não demore muito para consertar o transformador que estourou, e possamos voltar a usar o elevador, ligar o liquidificador, a máquina de lavar, e que não nos falte a água ao mesmo tempo.
Não sei se ainda existem aqueles aparelhos de música 3 em 1, toca disco, amplificador e receiver, que eram práticos na ocupação do espaço, mas quando escangalhava um, todos eram afetados.
Levando o assunto para o social coletivo, quando acontecem as legítimas greves dos trabalhadores em transporte, por exemplo, motoristas de ônibus, funcionários do metrô e dos trens, é que sentimos na pele a falta desses serviços essenciais.
Quando eu era bancário ficava indignado toda vez que no mês de setembro, mês dos dissídios coletivos, o sindicato declarava greve para forçar uma negociação mais favorável e a justiça do trabalho sempre condenava invocando a cláusula de serviço essencial.
Quando os trabalhadores da limpeza pública resolvem paralisar os serviços é que sentimos literalmente o cheiro do lixo que produzimos, e da real valorização que devemos dar aos profissionais da saúde, educação, segurança e dos transportes.
Enquanto movimentos pacíficos, todas as greves são legítimas. O que não pode acontecer é o direito de ir e vir ser interrompido por queima de pneus e quebra quebra de patrimônio público ou privado. O bem estar comum deve vir sempre em primeiro lugar, o primeiro princípio para se viver bem em sociedade, reunião de comunidades.