O Advogado do Diabo

Todo mundo tem seus medos, adquiridos durante a infância e alguns permanecem intocados, apesar de termos passado de fase, como se diz nos vídeos games.

O medo do escuro ou terrores da noite, por exemplo, eu combati fechando os olhos e fingindo de morto. Depois vem os medos morais, a maioria frutos de uma rígida escola religiosa que desde cedo nos assombra com os cenários mais horríveis do que seria o inferno.

Estes me acompanharam por um bom tempo, exatamente na proporção inversa, afinal eu não era nenhum modelo que levava uma vida santificada, muito pelo contrário, levava uma vida desregrada. me refastelando no sexo, fumando, bebendo. e outras compulsões que não posso mencionar sob pena de arruinar a boa reputação que gozo como bom pai de família.


Me pelava de medo, como se diz lá no sul, para não usar outro verbo de um calão mais baixo, quando ouvia o nome: Diabo. E ele tem muitos apelidos. Capeta, Demônio, Coisa Ruim e etc…

Um dia, na cidade do Rio de Janeiro. para ser mais exato, no largo da Carioca, o Carlinhos ( RIP) um apontador de jogo do bicho, mixto de filósofo e drogado, me disse na Prataforma do Metrô: _ O Diabo não faz nada se Deus não quiser.

A partir daí todo o meu medo foi embora. Depois disto consegui assistir ao filme “O Advogado do Diabo” com Al Pacino e Keanu Reeves, um dos filmes mais perturbadores que já assisti.