Memórias Bancárias

Quando eu trabalhei em Porto Alegre por um ano, no Banco de Crédito Real de Minas Gerais, ouvi do Gerente Geral em uma daquelas reuniões administrativas: – Vocês estão vendo estas pilastras que sustentam o edifício? – Vocês vão passar,  mas elas estarão sempre aí.

As pilastras devem continuar lá,  mas a Instituição não existe mais;  a exemplo do Banco Mineiro do Oeste onde tive meu primeiro emprego  como bancário, já na área de câmbio, que foi engolido pelo Bradesco que já iniciava a sua expansão seguindo e aplicando os conceitos da cadeia alimentar.

Neste mesmo Banco ( de Crédito Real)  tive uma lição que muito me ajudou profissionalmente . Eu era responsável por arquivar os extratos dos bancos estrangeiros. Um dia eu estava arquivando,  isto é,  jogando todos os extratos dentro do arquivo de aço com várias pastas suspensas quando ele me disse: – Se você colocar agora cada extrato na sua pasta correspondente amanhã quando você precisar não vai ficar perdendo tempo procurando.

O nome dele era Lauro. Era um homem magro, elegante e sereno. Só muito mais tarde fui perceber a sua espiritualidade quando sacou que eu estava passando por maus momentos

Um dia ele me disse também que, quando as firmas exportadoras de calçados,  principalmente,  que tinham contratos com o banco, convidavam o Gerente de câmbio para os churrascos de fim de semana era um grande sinal de calote  à vista.

Por: adolfo.wyse@gmail.com