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O Amor é a Resposta

A sentença que começamos a ouvir,  quando nos foram introduzidas as primeiras aulas de catecismo : – Do pó viemos e ao pó voltaremos – teria uma conotação muito mais leve e de fácil digestão,  se fosse traduzida por: – Do Amor viemos e ao Amor voltaremos.

Alguns gênios da humanidade,  da ciência, de todas as artes, principalmente da Música e  Literatura já nos responderam todas aquelas inevitáveis perguntas: – Os comos e os porquês  que vão nos conduzir individualmente a jornada do herói,  pessoal e intransferível em busca de si mesmo, do quem sou, e qual é o meu lugar no mundo.

A primeira vez que eu ouvi uma fala de Dylan que disse: – “Os grandes ditos foram ditos,  os grandes livros foram escritos. Eu só quero cantar uma canção sobre o que se passa por aqui”
Aquilo então que tinha batido como uma verdade definitiva e eterna me levou a refletir: – Os grandes ditos foram ouvidos? –  Os grandes livros foram lidos?

E quantos livros  foram escritos e canções foram  criadas desde então?
E cada um aqui pode traçar a sua timeline.


Neste exato momento livros estão sendo escritos. Canções sendo compostas e algumas antigas sendo cantadas,  para que daqui a dez anos estejam na playlist das crianças que estão nascendo agora.

Se vocês observarem bem,  isto é,  rolar o mouse mais lentamente na hora de ler os artigos do Blog – Sala de redação,  vão ver que volta e meia eu cito uma música , um livro ou um filme.

Além da função de ilustrar e enriquecer o texto, estou mostrando o meu caminho na busca deste amor,  através da beleza da natureza, dos livros, das canções,  como por exemplo:
– “Los Hermanos” de Atahualpa Yupanqui  e “Gracias  à la Vida” de Violeta Parra,  dois hinos de amor.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

100

Resisti à idéia de republicar hoje o primeiro post de 03/04/2020 com o título “Linkar – Verbo de ligação”, para celebrar este número mágico e Cabalístico, múltiplo de 10 que é o número mais Cabalístico . Não vou pretender aqui falar sobre a Cabala, até porque, além de não saber nada a respeito, é um estudo que no mínimo exige ler em Hebraico Arcaico , aquele antigo falado pelos Hebreus e Egípcios o que é quase como decifrar Hieróglifos.


Nunca estabeleci metas,  números a serem alcançados,  até porque não trabalho por produção,  e não ambiciono mais ter o meu retrato na parede como funcionário do mês. Agora se o fotógrafo da Times me procurar para uma foto de capa… .E por isso a coisa fluiu e seguiu o seu curso.

Mais pra frente vou fazer uma consulta pública,  isto é,  entre os meus queridos leitores do Facebook incluindo os familiares,  confiando aos seus elevados sensos  críticos a tarefa de eleger os melhores posts /  artigos que vocês gostaram e merecem fazer parte de uma antologia. Não estou pedindo aqui, mãozinha aplaudindo, coraçãozinho , sinal de positivo ou de like. Elejam os que mais gostaram, e porque gostaram e me mandem pelo email abaixo.

A idéia de chegar aos 1001 artigos é baseada conscientemente no livro “As 1001 Noites” que antes de existirem estas séries modernas ja era contada em episódios e era apenas uma longa temporada com 1001 noites de duração.

Encontrei o Tom. Continuo procurando o Jerry que como nós todos aprendemos vendo os desenhos,   é o contraponto,  o vilão tão necessário para que exista mocinho,  no caso o Jerry, para que a ação aconteça.

Estou lendo um livro que poderia estar contido dentro do 1001 noites.
Não senti aquela emoção que eu senti lendo outros livros. Me peguei lendo o livro,  buscando muito mais a estrutura narrativa,  a construção dos parágrafos e observando os diálogos. O livro é muito bem escrito e apesar da história ser tão banalizada nos dias de hoje , narra a fuga de duas famílias refugiadas da Síria  em busca da terra prometida. Não cheguei ainda ao final,  mas fico torcendo para que cheguem aqui na Terra Brasilis,  Terra acolhedora de imigrantes de todas as nações. Acredito mesmo e vou fazer uma petição coletiva,  igual a estas que rolam na internet,  para que a sede das Nações Unidas seja transferida para cá!


O nome do livro é: – “O Mapa de Sal & Estrelas” de (Zeyn Joukhadar)

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Um dia de Cada Vez

Desde o dia,  em que um amigo meu,  me confessou ter encontrado uma nova maneira de pensar e de viver,  através da prática do programa de 12 passos,  utilizado por todas as irmandades anônimas ao redor do mundo,  como o Alcoólicos , Narcóticos, Neuróticos, Jogadores  e outras,  afinal existem para todos os tipos de adicção , eu passei a empregar o conceito filosófico embutido na sabedoria do programa que prega em sua essência, viver um dia de cada vez.

É quase mágico,  o efeito sobre nós quando o peso da culpa de ontem e a  ansiedade nossa sobre o dia de amanhã desaparecem. Embora as 24 horas do dia vão continuar as mesmas,  passamos a ter a sensação de que sobra tempo sem que nenhuma tarefa tenha que ser procrastinada ou empurrar com a barriga qualquer problema.

Passamos então de um estado de espírito negativo para um positivo
como no exemplo abaixo:

Meu amigo me disse: quando eu  paguei a primeira prestação de um empréstimo  contraído em sessenta meses, cheguei no grupo e falei: – Ainda faltam 59. Um membro mais antigo e experiente me disse: – Você está falando errado. Não é, AINDA FALTAM,  mas sim,  SÓ FALTAM 59.

E com isso nossa estima passa de baixa para alta, o que,  vamos combinar,  é um grande salto em nossa qualidade de vida e a nossa adicção , seja de que natureza for vai deixando de nos assombrar e vamos ficando mais livres de nossa dependência.

Para quem conhece o programa e as expressões usadas “Tamo Junto”,  “Só por Hoje” vai sacar que este meu amigo oculto se parece muito com aquele amigo imaginário que nos acompanhou durante um tempo da nossa infância.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Sonhos

Ultimamente,  e não posso precisar se de dois meses até hoje,  tenho sonhado diariamente como se estivesse em uma peça de teatro em 3 atos, mas cada ato uma estória com personagens e cenários diferentes. Estou e sou o autor e diretor de todos eles.

Acho que este formato em 3 tempos começou a ser formatado depois que comecei a escrever o Blog  com 3 parágrafos e por conta também das tirinhas com 3 quadros que copio, colo e compartilho no Face.

Mas aí,  como disse tão bem o Chico Buarque na música “Notícia de Jornal”, a notícia carece de exatidão,  porque o Blog completa neste mês de março 1 ano de criação, e com este 98 artigos publicados.

Claro que nesse período todo,  anterior  ao sinalizado,  eu  sonhei. Todo mundo sonha,  a diferença é que as vezes lembramos e outras não,  o que nos leva a teoria do Dr. Freud,  que existe uma razão de ser que explica está luta diária entre o consciente e o inconsciente.

Diante deste pesadelo coletivo que estamos vivendo, todos nós gostaríamos de acordar e ver que foi apenas um pesadelo e apesar de durar 365 noites, passou, e podemos voltar agora a nossa principal e essencial atividade humana. Viver. Viver para amar, comer,  rezar e sonhar .

por: adolfo.wyse@gmail.com

Educação Financeira

Essa mania de perguntar o preço é coisa de gente pobre,  como diria o Caco Antibes,  para quem não associa o nome a pessoa,  é o personagem de Miguel Falabella no programa humorístico “Sai de Baixo” quando se podia chamar pobre, de pobre, sem ser politicamente incorreto.

Mas não é,  só coisa  de gente pobre não! Tem muita gente por aí com dinheiro que pergunta o preço simplesmente para não ser surpreendido por uma conta super faturada e porque teve uma boa educação financeira e aprendeu que dinheiro não é capim e não dá em   árvore.

Eu mesmo,  que tive uma péssima educação financeira,  fui aprendendo com outras pessoas que não é vergonha perguntar o preço, rachar a conta no restaurante , principalmente quando naquelas mesas com doze pessoas , tem uma,  que escolheu o prato mais caro ou pediu um uísque de 18 anos,  enquanto o restante pediu a promoção do dia e bebeu uma Coca-Cola ou um chopp.

No começo me irritava muito na hora da conta. Aos poucos fui me acostumando e hoje não me incomodo quando me pedem para fazer a divisão.

Pedir quentinha então para levar o excedente de comida que sobrou nas travessas nem pensar. Até o dia que me disseram que nos EUA era tão comum, isto é, tão natural que você não precisa nem pedir, O garçom ou garçonete já perguntam: – Vai levar a comida pro cachorro? (Bag Dog)

Uma vez eu estava em São Paulo fazendo um estágio para aprender algumas rotinas para serem implementadas na agência do banco no Rio e tive que levar um envelope com documentos para o meu cunhado que estava hospedado no hotel Sheraton.

Saí do banco, fui para um hotel de quinta categoria na Praça da Sé, que como único benefício me permitia ir a pé para o trabalho. Cheguei no Sheraton por volta de 7 horas da noite,   interfonei para o quarto e meu cunhado me disse que ia demorar para descer.

Juntando então a fome com a vontade de comer, unir o útil ao agradável,   subi para o restaurante do hotel no terraço. Coisa fina.
Pedi uma meia garrafa de vinho Chateau Duvalier, um filé aperitivo que era o que o meu orçamento comportava. Quando a conta veio , mantive a pose e paguei com um cheque. Os ticktes alimentação no meu bolso se sentiram deslocados.

Foi o filé aperitivo mais gostoso que eu já comi.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Parem as Rotativas!!!

Um texto,  e aqui cabe ao leitor julgar,  se é bom ou não deve iniciar com um título como se fosse uma isca para fisgar a atenção dos  leitores.
As vezes o título nasce primeiro já sugerindo o tema que  começa a fluir com um ritmo natural. Outras vezes só vai surgir camuflado dentro do texto o que muito ajuda na harmonia.

Se eu estivesse trabalhando em um jornal, seria obrigado a escrever não só a manchete,  como o editorial que como todos sabemos ou deveríamos saber,  nem sempre representa a opinião política do jornal, (seguir a sua linha editorial),  que pode sofrer uma pressão dos patrocinadores,  caso o assunto em pauta, contrarie seus interesses e cabe então,  ao pobre jornalista usar de toda a sua experiência para narrar o fato com imparcialidade sem insinuações ou mensagens subliminares.

 A notícia de ontem,  bagunçou geral o País inteiro não só pelo impacto político que causou e ainda vai causar,  mas também pela  nuvem negra que vai pairar sobre os ombros daqueles que são chamados de guardiões dos templos institucionais, da Constituição e do Estado Democrático de Direito.  

Ainda estou estarrecido e a mídia  televisiva está gastando e vai gastar muita saliva,  para fazer com que nós os assinantes possamos digerir a notícia. Enquanto isso,  cada um vai tomando posição de acordo com sua identificação ideológica,  que pode em alguns casos,  cegar mais que os olhos da justiça.


Vou escrever sobre isso quando tiver tomado o necessário distanciamento crítico,  por  enquanto estou pensando no título:

A justiça falha mas não tarda”

“A justiça é cega e usa óculos escuros”

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Coluna de Jornal

Depois de descobrir por experiência própria,  o quanto foi difícil escrever um livro,  e olha que foi um livro leve com 132 folhas, de poesias, crônicas e um pretensioso ensaio literário e que, entre publicar e distribuir existe uma distância,  um fosso que se o dono do castelo,  um desses mecenas não baixar a ponte levadiça e bancar a distribuição,  vai cair no domínio público sem que o autor veja um tostão de direito autoral,  gozando apenas aqueles breves 15 minutos de fama, quando do lançamento,  em uma aconchegante livraria no centro, com o apoio da família, amigos de fé e alguns do Face.

Depois disso,  desta longa introdução necessária para vocês entenderem aonde eu quero chegar,  preciso dizer que criei o Blog  “Sala de Redação”  instalado dentro do site “A casa do sol nascente” para ir treinando a mão para um projeto maior que é,  se for bem sucedido após a aclamação crítica,  conseguir assinar uma coluna semanal em uma destas revistas com tiragem semanal é claro, e que ainda são vendidas em bancas de jornais.


Acredito e tenho fé que até lá, terei não só encontrado um estilo como ter o domínio de alguns recursos que uma crônica mais elaborada e com uma pauta maior exige,  sem ter que recorrer a estas oficinas de criação,  cursos de narrativas que pipocam no meu face desde o primeiro dia em que fiz uma busca ou demonstrei interesse por literatura.


Estou perto de atingir o mágico número de 100 postagens. Quando tiver alcançado um número suficiente para publicar uma antologia,  talvez o faça e ao contrário do livro,  será por puro capricho,  embora vai enriquecer o meu currículo e quem sabe quando naquela entrevista de emprego em um grande jornal ou revista,  desde que aquela clássica pergunta não seja feita ( Como você se vê daqui a 10 anos?) eu possa atender todas as expectativas internas e externas.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Livros

Vou aproveitar o domingo chuvoso para realizar duas tarefas:  Uma de cunho obrigatório,  fazer o ajuste de contas anual com o leão,  o famigerado imposto de renda que,  vamos combinar,  é um serviço que melhorou muito e só quem há 20 anos atrás precisava subir as escadas do Ministério da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro,  encarava uma fila e rezava para ser atendido antes do fechamento do expediente,  pode avaliar.

A segunda tarefa é muito mais difícil,  apesar de não  envolver o risco de ter imposto a pagar, envolve perdas materiais e imateriais irreparáveis,  que é jogar fora no lixo mesmo,  nem dá para doar para estes moradores de rua venderem nas calçadas. Estou falando de livros que literalmente enferrujaram na estante,  por conta de uma má manutenção. Livros de grande valor afetivo que dificilmente encontrarei no formato físico novamente.


Que sirva de alerta para vocês que estão formando suas bibliotecas,  embora eu saiba que vocês estão mais habituados aos E-books e seus dispositivos leitores digitais.

Nem vou reclamar da sorte. Tem livros desta lista de extinção,  que tem 50 anos de pó no lombo / lombada,  melhor dizendo.

Assim, apesar de não vir na capa ou contracapa, com nenhum selo de data de validade, sabemos que o conteúdo cumpriu o seu destino : – Chegou aos leitores.


Fico triste.  Nem tanto é claro, como os habitantes de Alexandria quando a biblioteca pegou fogo.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Domingo

Abri a janela do escritório,  que não passa de um terceiro quarto,  com uma escrivaninha, uma estante embutida dentro de duas portas  do armário,  e um sofá cama,   e dei de cara com um cenário que há muito tempo não via,  desde que deixei os pampas do Rio Grande . Um cavalo malhado,  marrom e branco,   igual aqueles dos filmes do velho oeste apenas sem nenhum índio montado,  pastando tranquilo em um jardim de uma praça na esquina da rua São Francisco Xavier  com  Dr. Satamini .


Fiquei me perguntando como ele foi parar lá,  se alguém o levou,  tipo esses passeadores de cães, se veio trotando  mesmo,  fugindo de um cativeiro onde era obrigado a puxar carroça 24 horas por dia,  mal alimentado, sem férias e 13º nem pensar. Claro que não veio de metrô nem de Uber,  seria muito difícil de explicar.


Já se passaram 2 horas e ele ainda está lá. Filmei porque a distância não permitia uma boa foto para eu postar. Vou mostrar pra Tânia ser a testemunha que vai atestar a veracidade dos fatos. Não vou ficar aqui de vigília para ver quem vai vir recolher o animal. Se a SPA ou uma destas ONG que resgatam animais abandonados a própria sorte.


Ontem,  eu não atinei e não sei se teria tempo de filmar,  uma limusine daquelas compridas e toda cor de rosa,  o que chamava mais a atenção, uma vez que a maioria é de cor preta que serve para qualquer evento. Me restou apenas ficar imaginando quem estava dentro. Se uma destas  celebridades tupiniquins (Yes,  nós temos também) ou um casal de classe média,  que alugou  para tirar  uma onda,  fazer uma presença, para postar para a posteridade.


E para fechar a crônica,  estava na cozinha tomando café quando ouvi um gavião. Corri para a janela da área de serviço e lá estava ele empoleirado no topo de uma antena  em cima do telhado,  ponto de observação para vários pássaros. Os bem-te-vis são os mais comuns,  depois uma ou um casal de maritacas desgarradas do bando.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Fantasia do Sr. K.

Durante um tempo,  quando eu era um tolo,  carente de tudo aquilo que um paisano precisa para manter o mínimo de seu equilíbrio emocional e mental e uma coisa está atrelada a outra, meu sonho de consumo era  ter uma conta bancária que nunca ficasse no vermelho, um palácio mais simples do que aqueles habitados por Marajás , mais parecido com uma casa de pescador que poderia ser em Búzios, ou no litoral baiano e com sete mulheres para me servir andando pra lá e pra cá, apenas com a parte debaixo do biquíni, (nada daquelas virgens prometidas pelo Islã), me chamando de meu Rei.


Não precisa consultar o Dr. Freud nem o Dr. Jung para ver que não passa de uma fantasia criada para compensar a dura realidade do paisano; conta no vermelho,  morando de aluguel,  tolo e carente de mulher e de amor.


Começou aí a minha busca por livros de auto ajuda que existem aos montes empilhados nas portas das grandes livrarias, na mesma proporção que existe carência humana de pão,  de sexo e de amor. Durante algum tempo me sentia confiante com as respostas encontradas
até o dia em que eu li:

“Estamos todos no mesmo barco”.

No mesmo dia,  em que eu vi a foto do iate do Bill Gates ancorado na baía de Mônaco,  tipo,  estacionamento de barcos restrito para bilionários. Imediatamente comecei a sonhar / fantasiar,  que eu era o flanelinha do pedaço e a minha conta etc.

Por: adolfo.wyse@gmail.com