Domingos de ontem e de hoje

Naqueles domingos do ano de 1962, a minha memória lembra das programações habituais, assistir um jogo de futebol no campo do Estrela,  nos fundos da nossa casa, ou no campo do Tamandaré em um terreno ao lado, onde o Milton já era destaque como goleiro. Ou jogar no campo da Figueira, aquela pelada tradicional, que acabava na hora do almoço. Algumas vezes ir tomar banho de Rio no Guaíba.


Depois do almoço, o ponto alto era o cinema, sessão das 16h, no Terezópolis, que era mais perto do que o centro. Mas se estivesse em curso o campeonato de botão, a gente ia pra casa do anfitrião, que oferecia o campo e o assunto era um só. O campeonato gaúcho. E se fosse dia de Grenal a excitação aumentava.

A programação acabava com a turma na varanda do armazém do seu Marcelino, onde os mais velhos e os mais novos fumavam Hollywood, Minister, Mistura Fina,  e bebiam refrigerantes. A televisão estava começando a aparecer, mas nem todos tinham, e o rádio era o veículo da hora. As resenhas do futebol se estendiam até a noite, do futebol regional até o nacional quando foi instituído o torneio Roberto Gomes Pedrosa, depois Taca de Prata, depois Brasileirão.

Hoje o cardápio é tão variado que não dá pra um paisano digerir tudo ao mesmo tempo. Tem liga inglesa, liga espanhola, italiana, francesa, cinema no streaming que fica difícil de escolher, tem NBA com os últimos jogos da temporada regular, e a primeira rodada do Brasileirão. O Inter estréia contra o Atlético Mineiro, campeão do ano passado, e em verdade vos digo, sinto falta mesmo é do meu time de botão, que ficou para trás em uma daquelas mudanças entre Porto Alegre e Rio Grande.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *