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O Cérebro e os relógios…

O tema do dia vai ser muito pretensioso. Tentar comparar o corpo humano com um computador. 

Pra começo de conversa vamos falar do sistema operacional. Em ambos os casos Temos o cérebro, a sala de controle, de onde são ativados os comandos dos diversos programas que fazem parte do sistema, interligados entre si, mas estanques, com um mecanismo de proteção, no caso de um dano ou falha, que ocorre, por falta de energia, pressão externa e com muita frequência, no caso do corpo, manutenção inadequada, sem moderação no sistema de alimentação . 

Temos um relógio biológico que é muito mais do que um marcador de tempo analógico ou digital. É ele que determina o tempo de nosso sono, a hora em que precisamos ejetar a lixeira (mais chique do que falar evacuar), para usar dois exemplos mais comuns. No computador que eu uso, sempre que acontece uma queda de energia no cabo de alimentação, o alerta aparece: seu relógio foi afetado. Vá para o sistema de controle, ajustes, preferências do sistema e atualize o horário, sem isso, todas suas configurações serão comprometidas.

O Gilberto Gil tem uma música chamada Cérebro Eletrônico que explica melhor, e de uma forma muito mais poética tudo isso.

Para mim nossa imaginação, nossos devaneios, sonhar, é muito superior a qualquer tentativa de implante de inteligência artificial.

O que é a verdade? A verdade nos libertará?

Existe um texto do Saramago, que dispensa apresentações, disponível na grande rede (WWW) para os Nerds, internet para a grande massa, chamado: “Este mundo da injustiça globalizada” proferido no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em Fevereiro de 2002, com o Título: “Da Justiça à Democracia passando pelo sino”,  que por si só traduz tudo o que eu sinto sobre o assunto e vai tocar a qualquer um que habita hoje esta grande aldeia global., independente de credo ou ideologia.

Em uma ida ao mercado ou em uma simples volta  no  quarteirão tomamos um choque de realidade social, onde podemos constatar a falência total do Estado em não conseguir promover o mínimo do que prega a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o Estatuto da criança e adolescente. 

A minha indignação decorre da minha impotência em não poder mudar a realidade., ao ponto de começar a desenvolver o chamado hábito ao horror e a violência, minando aos poucos o mais essencial dos sentimentos: A compaixão.

Me lembro sempre, então, da peça “Gota D’água” de Paulo Pontes e Chico Buarque e dá vontade de sair rogando a praga de Joana para Jasão, mas eu prefiro cantar baixinho a canção: “Deixa em paz meu coração / que ele é um pote / até aqui de mágoa / E qualquer desatenção / faça não / pode ser a Gota D’ água…

Tudo é Relativo

Tudo é relativo.

Eu relato, tu relatas, eles relatam.

E aqui cabe um asterisco (*) para posterior observação, para que a prosa chegue ao seu destinatário final, sem meias palavras, afinal para mal entendedor, meia palavra não basta, é preciso fazer um passo a passo, traçar um roteiro de fácil leitura, que possa ser seguido, desenhado, não como aqueles mapas de caça ao tesouro, cheios de símbolos enigmáticos, mas com inicio meio e fim.

Onde é que entra neste discurso a Teoria da Relatividade de Einstein? Exatamente quando pensamos e tentamos explicar a nós mesmos e muitas vezes aos outros, o mistério que permite duas ou mais pessoas compartilharem dos mesmos gostos, interesses, preferências culturais  e esportivas.

Chegamos aqui ao asterisco (*). Lembram?

Eu tuito, ele tuita, eles tuitam, que é a forma mais moderna dos relatos (posts) que se multiplicam como pipoca em panela de pressão, e quando o assunto é ( Politica, Religião, Comportamento sexual, Moda cultural, Paixões esportivas) começamos a ter um vago entendimento de que existe um fio condutor, carregado de emoções humanas, positivas e negativas, o YIN e o YANG.

Do Estilo e outras bobagens que os críticos (adoram) classificar.

A minha iniciação literária se deu mais ou menos ao mesmo tempo que o despertar sexual. Como naqueles tempos de repressão sexual não se podia comer as moças, no pior sentido machista da palavra e do verbo, comecei a me interessar por revistas em quadrinhos ( Gibis de cowboy e sacanagem).

Minha irmã mais velha sábia e discretamente começou a me recomendar aqueles livros juvenis de aventura. Eu não gostava porque não tinha figuras, até o dia que senti o prazer que era viajar pelo reino da fantasia.

Simultaneamente eram os anos 60. A música explodia nos rádios. O cinema explodia nas telas. A informação corria nas bancas. Uma revolução explodia um País. Outra maior explodia o mundo.

Depois disso tudo querer me cobrar um estilo é exigir demais da minha indisciplina Ética, Estética e Patética.

Sei que é de praxe   citar a bibliografia consultada no fim do livro. Sem querer ser revolucionário vou introduzi-la bem devagar, no começo, no meio e no fim do texto. Porque o contexto exige, e a lista é grande.

Tem mais uma coisa. Vou misturar tudo. Poesia, letra dura, Filosofia, Cinema, Música, sangue, suor, e porque não dizer? Amor e lágrimas.

Se eu entrar no terreno esotérico não me julguem como um aproveitador de onda. É que eu tenho um defeito de nascença,  que só descobri agora:  sou médium.

Modelo de Carta que jamais deveria ser enviada a ninguém.

Prezado Sr.

Me atrevi a enviar estas mal traçadas, mas bem intencionadas linhas,  confiando na sua generosa sensibilidade, e na esperança de explorar o seu prestígio renomado nas rodas de literatura que hoje eu sei transcendem o universo desse pampa tão querido.

Vou ser honesto e franco. Sou Gaúcho, colorado de carteirinha, e estou debutando neste que eu considero um dos nobres exercícios que elevam e aproximam as pessoas. A literatura.

O Sr. sabe muito bem como é. Pintor tem marchand. Jogador de futebol tem Agente. É isso. Preciso de um agente. Que nem aqueles que a gente vê nos filmes americanos. Para poder vender o meu peixe.

Não se constranja em jogar no lixo, se não encontrar nestas linhas nenhum valor. Eu vou aceitar, me sentindo desvalorizado é claro, mas faço umas cópias no computador e distribuo no meu circulo literário ( as redes sociais ainda não foram inventadas) .O boca a boca do povo é que está em vigor. Meu ego vai inchar tanto que compensará toda minha frustração.

Caso contrario convido-o desde já a me honrar com um prefácio, tipo de orelha mesmo, o que muito vai contribuir para enriquecer o  livro,   espiritualmente falando é claro.

Com minha admiração e respeito.

Votar ou não votar, eis a questão.

Na última eleição votei,  consciente apenas de que não tinha muita escolha. Votei no menos pior que acabou ganhando e hoje se revela como todo político que chega ao poder, um mascarado, que não tem a menor intenção de cumprir aquelas surrealistas promessas de campanha, e tem como projeto politico, apenas uma carreira pessoal, com muita vaidade e ambição, no currículo.

Votando ou não votando, ficar dizendo que,  se ficar o bicho pega. se correr o bicho come, a política seguirá seu curso, e todos nós vamos acabar sofrendo as consequências, independente de nossas escolhas. 

Ao contrário do que muita gente diz e pensa, outras falam sem pensar, inclusive algumas celebridades, que o povo (Brasileiro) não sabe votar, tenho comigo uma forte convicção, de que este povo, como disse Maiakovski, ” O inventa-linguas”, apesar de ter o seus inalienáveis direitos a Educação e Saúde, negados, tem uma espiritualidade e por isso, uma sabedoria, que transcende a nossa miséria politica.

Não fosse assim, já teria quebrado de pau, essa cambada toda, essa quadrilha, protegida atrás de bandeiras partidárias que gozam de obscenas imunidades.

Pronto! Falei! 

Mensagem ao mar

Sei que, o que eu vou dizer, é como chover no molhado, mas aprendi também que agua mole em pedra dura tanto bate até que fura. Escutar e ouvir são dois verbos diferentes e as vezes, escutamos mas não ouvimos ou vice-versa; ou seja, a mensagem chega ao destinatário e é decifrada com os ouvidos de cada um e sabemos o quanto somos seletivos e filtramos tudo aquilo que possa vir ameaçar nossa zona de conforto, em bom português, bagunçar nosso coreto.

Se em tempos normais, já não se pode ficar brincando ou tentar bancar o engraçadinho, com coisas sérias, imagina nestes tempos.

Mas o humor (O bom), é essencial e sinal de saúde mental. O humor do carioca por exemplo  de brincar com tudo e com todos,  não se levar muito a serio,  de viver e deixar viver, não e coisa que se aprende, se for de fora, mesmo no meu caso, de 50 anos de Rio de Janeiro.

O trem é aqui. E é disso que se trata. Da grande aventura humana.

E o autor pode,  à partir do era uma vez…narrar a sua estória inspirada por personagens reais que vivem seus dramas pessoais diários, com conquistas e derrotas, alegrias e tristezas, que são em primeira e última instancia, a massa que forma o pão nosso fermentado de cada dia,.

Começar separando o trigo do joio, que hoje cada vez mais, jorra em abundância e indiscriminadamente nas redes, já exige um esforço extra, antes de nos concentrar no assunto em pauta,  que deveria obedecer aquela primeira regra de ouro: não fazer aos outros aquilo que não queremos que façam conosco e aplicando aqui como  não escrever nada que você não gostaria de ler e que não seja,  ou tenha, uma mensagem positiva,e aqui embutidas todas as palavras que englobam o bom e saudável exercício espiritual, como, gentileza, honestidade, generosidade e humildade.

É para presente?

Comprei dois presentes, para mim, e seguindo o que pregam os manuais de auto ajuda, pedi para embrulhar para presente, sim senhor, que eu mereço e fiz por merecer, com 36 anos de bons serviços prestados à sociedade como bancário.

O primeiro foi o Livro “Rayuela” (O Jogo da Amarelinha), de Júlio Cortazar, edição comemorativa da  Academia Espanhola, com uma capa envernizada e com o dorso em cor-de-rosa, para horror do Júlio, que detestava essas coisas: O Verniz e as Academias.

Em compensação, veio enriquecida com os prefácios, de ninguém mais, ninguém menos, do que,  alguns gigantes da Literatura Universal, a saber:Gabriel Garcia Marques, Adolfo Bioy Casares, Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes e Sergio Ramires, (Que conheci agora).

O segundo presente, e vocês podem até pensar que foi um capricho; mas o fato é que não encontrei em nenhum serviço de streaming, para alugar ou comprar, os filmes do diretor Akira Kurosawa. Então comprei um dvd player e os filmes: Sonhos – Derzu-Uzala, Rashomon, Trono Manchado de Sangue, Yojimbo e Sanjuro.

E respondendo ao título deste Post, é para presente, sim senhor, e por favor, embrulhe junto com a embalagem, um quarto de quilo de alegria.

Conhece a ti mesmo…

Quando alguém disse que existe mais coisas entre o céu e a terra do que imagina a nossa vã filosofia, quis dizer que não sabemos, seja por alienação ou ignorância mesmo, o que se passa entre o caminho para a Missa e os Estádios, (Arenas), e acabando o percurso nas famigeradas casas de prostituição, em bom português, os puteiros, onde habitam com relativa rotatividade, mulheres de vida fácil.

A carne é fraca e o espírito é por demais malicioso. Assim, tentar conciliar a fome com a vontade de comer, resulta em 99% do esforço humano, que precisa ser dissecado individual e sobre as mesmas condições de temperatura e pressão, para se chegar a uma análise científica, mais perto da verdadeira natureza dos fatos, do que estas amostras grátis de estatísticas, que não refletem nunca a realidade, pelo simples motivo de as Estrelas não poderem ser contadas. 

Quais são as nossas necessidades primárias? O que nos causa carência? Como satisfazer nossos desejos? Como lidar com as frustrações cotidianas sem invejar a grama do vizinho?Apesar de existirem hoje pilhas de livros prometendo um atalho fácil para estas questões, a cada dia acredito mais no: ” Conhece a ti mesmo” do Sócrates, e o universo se revelará.

Sobre isso e aquilo…

Eu poderia encher 500 folhas com as minhas músicas, meus cantores/cantoras, nacionais/internacionais, favoritos. Com os filmes a mesma coisa. Meus diretores, atores/atrizes, mas qualquer um hoje em dia dá uma busca no Google: os 500 melhores filmes, as 500 melhores músicas e, como mágica, diante de nossos olhos, aparecem as listas na ordem em que você preferir, alfabética ou cronológica, com nome do compositor, do cantor, ficha técnica da banda e se bobear quantos discos vendidos. O mesmo para os filmes.

Ainda não atingi o estágio em que é possível separar o estado d’alma do estado de espírito.

Toda essa conversa fiada de terra prometida, vida após a morte, já sabemos que é conto do vigário, trapaça, artimanha, como queiram chamar, das grandes religiões para manter o homem prisioneiro de seus dogmas, cartilhas e catecismos.

Todo homem cai nessa armadilha, seja ignorante ou não. Um compra o “bilhete premiado” como se fosse gozar depois da travessia os seus prêmios. O outro acredita que encontrará, do outro lado, uma bilheteria aberta onde é possível garantir o bilhete de volta.

Esses homens tolos, que se entediam, com frequência semanal, em domingos regados à missa, tv, carteado, futebol, tv outra vez(embora atualmente os corações e mentes estejam voltados hipnoticamente para os smartphones, que hoje em dia só faltam falar, já que pra todo o resto existe um aplicativo especial); esses homens sonham com a eternidade ou imortalidade. Vão acabar de vez morrendo de tédio.

Quem nos escuta hoje em dia louvando em tom de adoração toda essa evolução cibernética da tecnologia, acaba sempre esquecendo que, não muito longe daqui, para ser mais exato, em um raio de 10 km para o norte e oeste, encontramos comunidades com esgotos a céu aberto, e estamos falando do centro da cidade do Rio de Janeiro, situada numa das regiões mais ricas do país, o Sudeste.