O jornal “O Correio do Povo” de Porto Alegre, era um jornal com um tamanho maior do que os jornais comuns. Era ideal para ser usado por detetives, investigadores, quiçá, agentes secretos porque cobria o corpo inteiro, naquelas missões de seguir os suspeitos conforme a gente via nos filmes, normalmente sentados em estações de trens e aeroportos, portões de saída para quem está fugindo.
A edição de domingo era um calhamaço que pesava uns 2 quilos. Graças ao caderno de classificados, dividido em categorias. Imóveis, compra e venda e aluguéis. Carros novos e usados. Móveis. Classificados de serviços profissionais, e o restante com os cadernos tradicionais: Noticiário policial, político, esportivo e Coluna social, onde os comentaristas tinham suas colunas personalizadas. Eu gostava mesmo era do caderno de variedades onde tinha palavras cruzadas, jogo dos 7 erros, jogo da velha, quadrinhos e sempre uma informação relevante no quadro você sabia?
Olhando hoje para a infinita variedade de apps para passatempo disponíveis, gratuitamente alguns, outros pagos, nas lojas de aplicativos, fico impressionado.
Meu primeiro teste como editor foi em um jornalzinho no banco que tinha a pretensão de ser um elo de comunicação comunitária. Teve vida curta. Não chegou a 10 edições mensais.No cabeçalho vinha escrito embaixo do nome: -Um jornal que não serve para embrulhar peixe.
Voltando ao Correio do Povo, nas Segundas-feiras, os peixeiros faziam a festa, tinham jornal pra semana inteira.