Lambendo a cria.

Um escritor famoso, que gosto muito, e que não vou citar o nome, para não pensarem que estou ostentando cultura e porque ele não precisa mais de propaganda instantânea, para ser reconhecido, disse que um livro, depois que é publicado e ganha as águas do mercado, que cruzam fronteiras, e chegam nas feiras locais, nacionais e internacionais; passa a ter vida própria, a andar com suas próprias pernas, empurrado pelo boca a boca, e aqui e ali por uma crítica positiva, patrocinada algumas vezes por empresas, mais interessadas em vender um produto, do que disseminar cultura.

Atualmente, nem relógio trabalha mais de graça. Depois que inventaram os digitais, aqueles analógicos com precisão Suíça, entraram em greve indeterminada, atrasando os ponteiros das horas e dos minutos, por conseguinte, no que passamos a chamar de operação tartaruga, uma vez que uma paralisação total, geral e irrestrita, seria considerada ilegal e, portanto, sujeita a multa e outras sanções previstas no tribunal superior internacional do trabalho.

Recebi esta semana um exemplar impresso do meu livro “O Correio da Tijuca”. Como todo pai orgulhoso, corri para conhecer e lamber a cria. Nasceu enrugado e feio como nascem os bebês. Aos poucos fui folheando as páginas, olhando a capa, a contracapa, as orelhas, e a aparência aqui vale tanto quanto aquela que precisamos manter, não só no primeiro encontro, com o leitor, que vai ter um peso decisivo na aceitação do livro, e mexer com a autoestima do autor, para cima ou para baixo, a depender de seu estado emocional.

Quando é um bebê, é feito um convite de boas-vindas, com o nome, a cor, o sexo e o peso, que já vai começar a formar uma identidade social. No caso do livro, é feito um convite também, com nome do livro e do autor, E ao invés de peso, é medido por páginas, e em vez de chá de bebê, o convite é para o lançamento, e aqui o lugar, o número de convidados, vai depender, como todo evento, dos recursos disponíveis, financeiros e de divulgação.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

2 thoughts on “Lambendo a cria.

  1. Parabéns, Dindo Adolfo, por mais essa “criaturinha”, fruto da tua reflexão, da tua inspiração e da tua generosidade em compartilhar passagens, sentimentos, pontos de vista. Grande abraço!!

  2. Obrigado, Marlene!
    A primeira impressão não ficou boa, por falha minha.
    Assim que chegar a segunda, eu começo oficialmente
    a divulgação, onde vou contar com a rede de contatos dos amigos,
    dos amigos, menos os de JA é claro, para não pensarem que estou me aproveitando do grupo.
    Um grande abraço!
    Adolfo

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