A primeira colônia de férias a gente nunca esquece. A primeira vez foi quando a minha turma do primário embarcou em um ônibus intermunicipal em Rio Grande e seguiu para o destino final, a praia de Tramandaí. Eu lembro que os meus irmãos, o Zeca e a Nely, foram para Flores da Cunha, na serra gaúcha.
O lugar onde ficamos tinha vários alojamentos com beliches duplos e ficava a mais ou menos a 1 kilometro da praia, que a gente percorria em fila indiana, seguindo as orientações dos professores.
Não lembro mais, das atividades que a gente praticava depois da praia. Lembro que me elegeram, talvez pelo meu tamanho ou por estar em um ano mais avançado, a ajudar a monitorar a turma e a fazer uma redação onde eu expressava o que tinha significado
este primeiro intercâmbio cultural, o que me valeu elogios por já apresentar algumas qualidades literárias .
Se eu soubesse que estaria aqui hoje contando isso para vocês, teria tirado uma cópia ou guardado o original da redação, para colocar em um quadro, igual a estes diplomas médicos que a gente vê em consultórios pendurados na parede. Até mesmo para fazer uma comparação se houve alguma evolução no estilo, se o texto estava dentro do contexto, essas coisas que um paisano metido a escritor gosta de analisar.
Aos jovens mochileiros da galáctica, que hoje dispõem de muito mais recursos e meios de transporte mais rápido, gravem suas memórias, não apenas para exibir nas redes sociais, mas para que um dia vocês possam escrever.