Arquivo mensal: Março 2024

Modas e Costumes

Sou um homem simples. O que não quer dizer que sou humilde, e não vamos aqui repetir o erro de comparar humildade com pobreza sempre que escutamos alguém dizer: venho de uma família humilde. Quem não veio neste nosso país de terceiro mundo?, a não ser nobres filhos de uma realeza e os herdeiros das capitanias hereditárias, os filhos dos senhores de engenho, educados nas cortes europeias.

Antes da primeira calça Lee chegar ao Brasil, e chegou antes da Levis, a moda masculina para um paisano pobre, era quase um uniforme! Calça tergal, camisa volta ao mundo e um sapato que tinha que durar, até poder comprar um novo, quando o solado começava a furar. E era a roupa social do domingo. Assim como hoje em dia, os pobres vendiam um Rim para ostentar uma roupa de marca, até, os jeans, as camisetas e os tênis, detonarem uma revolução dos costumes.

Já falei de moda e de costumes. Vamos falar então de ansiedade, este mal que atinge e afeta, 99% da população. Achei que já estava imune, que as minhas defesas emocionais estavam a postos, quando fui mais uma vez vítima dela, e saquei então onde foi que abri a guarda. Pelo menos desta vez não recai buscando aquelas populares válvulas de escape: fumar, beber, comer, jogar, ou comprar. E foi quando tive o primeiro pensamento, e tudo começa assim, de comprar um livro, quando tenho ainda lacrados, três livros do Dostoiévski, e não são nenhum livrinho de bolso, mas três tijolos com mais de 500 páginas cada um.

Fui buscar então a origem do meu desconforto, e não foi preciso consultar nenhum terapeuta para sacar, que era interno, resultado de falha em um  dos aplicativos essenciais para o saudável fluxo do sistema operacional. E como alguém já disse, o corpo fala, o corpo dói. Basta uma dor de dente ou unha encravada para a ansiedade começar a botar as manguinhas de fora, e perturbar o sistema nervoso central.


O bom de se morar em uma cidade grande como Rio,  São Paulo, é que ninguém repara se você está usando a mesma roupa que usou ontem. A não ser no ambiente de trabalho, onde, as más línguas, vão logo começar a especular, que você virou a noite na boemia, na gandaia, como se diz, onde o menu de degustação é variado. Samba, sexo, suor e cervejas. Ou então, se for mulher, entrar no metrô e ser escaneada de baixo para cima por outras mulheres. Começando pelos sapatos, a saia ou vestido, a bolsa e os cabelos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Meu caro amigo.

A correnteza da vida nos arrasta, ou nos deixamos arrastar, de tal modo que acabamos nos distanciando, não por dificuldade de comunicação, mas por exigências físicas, emocionais e coisa e tal.

Não é uma justificativa. Também não é algo que se resgate em reuniões anuais, amigos da classe de 1950,   Sacumé ?

 Ficar remoendo culpa também não faz bem para o coração nem para a gastrite. Acredito que o importante é saber que amigos novos não substituem os antigos, até porque o tempo é outro, as pessoas são diferentes e ninguém se banha duas vezes no mesmo rio.

O entendimento é um trem que sempre chega atrasado. mas chega. Para mim chegou após muitos anos esperando na estação a felicidade, que Júlio Cortázar definiu como “a puta vestida de verde” que jamais apareceu.

Demorou para que eu entendesse esse processo. Hoje eu sei que os amigos que, em algum momento, compartilharam da minha vida, estarão sempre presentes e vivos em minha memória afetiva, em meu coração.

Uma vez você me disse, na mesa de um bar, enquanto eu estava tendo uma catarse emocional: “Deus é bom, tudo passa depressa!”. Hoje eu sei. O amor é o único caminho que nos leva ao lugar certo.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Nós que amamos tanto a Julio Cortázar.

MEU OBITUÁRIO LITERÁRIO PARA MEU PROFESSOR E AMIGO JULIO CORTÁZAR(Escrevi em Paris, logo após o funeral de Júlio Cortázar, em 29 de fevereiro de 1984).

Da porta entreaberta vi você dormindo. Tudo escureceu. Afundando no travesseiro. Você estava mais com barba do que com rosto, dormindo o tempo que estava. Então me lembrei do que Lezama me disse uma vez: “Julio sofre de uma doença invejável chamada “efebicia” que o mantém jovem à custa de seus ossos crescerem excessivamente”.

Quando eu te contei, você sorriu com aqueles dentes abertos que lhe davam o ar de uma criança maliciosa. “Esse é mais um dos mitos do gordo cósmico”, disseste, já não me lembro se na Bodeguita del Medio ou viajando ao centro da terra nas minas de ouro de Siuna, ou em algum café do Quartier Latin . Pensando na anorexia de Gide – me disseram que você não tinha apetite, que não queria experimentar nada que tivesse sabor – saí do hospital Saint-Lazare. Desci pelo faubourg até chegar a um arco e terminei numa rua estreita como uma faca. Rua dos batedores de carteira e dos clandestinos, em cujas esquinas há mulheres com correntes nos tornozelos mostrando as coxas com ligas vermelhas ou pretas, que são as cores da moda neste inverno. Tristes cariátides à venda, naquela Paris que sua amarelinha me ensinou a adivinhar. A bofetada do pianista. As escadas que cheiram a cebola. Os guarda-chuvas pretos. As pontes sobre o Sena. A fumaça azul dos Gauloises.

Paris estava ali, vibrando, mesmo que você dormisse no hospital, ou melhor, por isso, porque para sempre aquela cidade será o cenário mais completo do seu melhor sonho. Queijo Gruyère, existe uma Paris subterrânea, aquela que você mais amou. Labirinto delirante de metros, amarelinha vertiginosa. Um passa por um buraco e sai por outro. Foi assim que me perdi na tarde em que ouvi a notícia da sua morte e fui até o seu apartamento na rua Martel, onde você estava deitado. Um caixão no meio do seu quarto. Muitos amigos sentados na sala. Eu não sabia que em Paris faziam vigília pelos mortos em suas casas.

Entrando, à direita e à esquerda, nas suas estantes subindo pelas paredes. O I’ Ching e alguns livros sobre boxe. E uma estante dedicada a Cuba onde, entre outros, Paradiso de Lezama Lima, Calibán de Retamar, As Mil Vidas do Caminhante, de Luis Rogelio Nogueras, De Peña Pobre, de Cintio Vitier… Na sala fica a discoteca (lá há em sua casa mais discos do que livros) e ao lado de sua poltrona de couro, um exemplar fechado da última edição de Marelle.

Seus últimos momentos pareciam retirados de uma daquelas suas histórias em que você sempre reconhecia o traço necrófilo de Poe. Então a cidade dos seus sonhos começou a fluir em direção ao cemitério de Montparnasse naquela que foi a manhã mais fria desta estação. O primeiro a aparecer foi Oliveira, seguido por Charlie Parker, que chega arrastando um saxofone. O Senhor dos Anéis saiu debaixo de um salgueiro-chorão. Sheridan Le Fanú pousou em seu dragão voador. Melmoth, o Andarilho, desenrolou-se da flecha da Sainte-Chapelle carregando o bebê Rocamadour nos ombros.

Entretanto, nas margens do Quai des Grands Augustins, quase por baixo da Ponte Nova (embora seja a mais antiga), o Nautilus emergiu pingando água, e o Capitão Nemo saltou em terra para assistir ao seu funeral. Arthur Gordon Pym e Robison Crusoe também deixaram o submarino com sua sexta-feira, seu papagaio e seu arcabuz. Correram, em busca do sul, pelas suas ruas preferidas (a rue de l’Hirondelle e Git-le-coeur) sem ouvir as versões malucas dos “bouquinistes” que – de tantos livros antigos que leram – acreditavam que a Ile de la Cité se transformou no navio Bêbado, enquanto a Square du Vert-Galant parecia uma proa coberta de algas e Notre-Dame, uma popa cujos arcobotantes eram remos fenícios.

Outra coisa emerge do Sena para espanto dos turistas: é Alexandre Dumas escrevendo numa banheira em torno da qual os três mosqueteiros cruzam as espadas com Nemo, Pym, Crusoé e Sexta-feira, porque querem chegar primeiro ao encontro contigo. Atrás vem uma mulher lentamente, uma mulher que não faz sombra, e seu nome é Nadja.

Todos estão indo em direção a Montparnasse. E são tantos “todos” que o trânsito fica engarrafado e a cidade se transforma num rugido de buzinas e assobios. Dois carros colidem, Monzón sai de um e Boutier – ambos de bermuda e luvas – troca golpes do outro. Um locutor de rádio reclama que o mestiço estraga o lindo rosto do francês. Todos os telefones começam a tocar. Os cães latem. Os gatos miam. Os pombos para arrulhar. As gaivotas a gritar.

Os cronópios sempre dormem de manhã, grudados nos lençóis. É por isso que só com tamanho escândalo começaram a se esticar, olhando pelas claraboias, subindo nos tetos abobadados, contemplando o espetáculo fascinante de dez mil carros imobilizados, e tanta gente desesperada entra no metrô que eles também acabam por ficar preso e toda Paris fica paralisada. Até a fumaça das chaminés cristaliza no ar; Os cronópios mais espertos – entre os quais estão os clochards – perceberam rapidamente que algo está acontecendo no sul, em direção a Montparnasse. Seus dois boxeadores favoritos pararam de lutar e agora estão correndo em sua direção. Tudo flui em sua direção, toda a cidade inverteu seu desenho radiante e agora todas as ruas levam a Montparnasse. Até as rajadas de vento vão nessa direção, arrastando consigo as gaivotas do Sena e os pombos da Place de la Concorde. Alguns cronópios, preguiçosos ou engenhosos – o que é quase a mesma coisa – em vez de descer dos telhados preferem colocar tábuas de janela em janela, e assim vão de um edifício a outro, até chegarem a Montparnasse.

Ainda há um metro em funcionamento: linha 6, sentido Nação. Funciona porque passa pela Montparnasse Bienvenue. Cemí, Foción e Fronesis – quais dos três são os mais gordos – entram na estação Trocadero; mas estão tão interligados – em Blanco e Trocadero – que em vez de irem diretamente se conectam em La Motte-Picquet, terminando em Odeon, na linha 10 em direção a Gare D’Orléans-Austerlitz. O mais sábio dos três, José Cemí, decide pegar a linha 4, em direção à Porte D’Orléans General-Leclerc (“Orléans de novo!”, protestam Foción e Fronesis. “Porte não é a mesma coisa que Gare”, esclarece o estudioso Cemí). Eles fazem isso e vêm à superfície pela foz do metrô Raspail. Os três chiados chegam ao mesmo tempo que Dumas em sua banheira pensativa, os dois boxeadores, os três mosqueteiros e os náufragos do Nautilus.

Nesse momento o inesperado acontece. Os sete malucos chegam, brigando, de faca na mão, por um brinquedo raivoso. Há um homem olhando para eles, de um canto rosado, com a bochecha decorada com uma cicatriz rancorosa. O brinquedo furioso está vivo, e salta entre os contendores, escapando por entre suas pernas, toda vez que os sete malucos olham boquiabertos para o céu de onde um balão desce e pousa rangendo e murchando sobre algumas bananas sem folhas. Phileas Fogg sai do barco carregando dois gatos, um que fala alemão e se chama Teodoro W. Adorno; e outro que fala grego e se chama Demóstenes. O brinquedo irado – que carece de contornos precisos – expande-se até se transfigurar num coroa gorda Todos olham para ele perplexos e exclamam algo como “Havia um rei” ou “Ubu Rey”.

Outra mulher, “sozinha”, vagueia pelo Boulevard Saint Germain. Ela deixa cair a bolsa, deixa cair a pele da raposa que o seu avô caçava na Lituânia no século XIX, deixa cair a caixa de fósforos, tudo cai; é um milagre ambulante. Se senta para beber um uísque no Deux-Magots. La Maga é tão mágica que ninguém ainda sabe explicar como, enquanto toma um uísque no Deux-Magots, ela pode estar ao mesmo tempo em Montparnasse, fazendo passeios absortos entre os túmulos.

Há outra mulher reclusa, que se apoia em um anjo de mármore querendo soluçar, será Glenda, a quem tanto amamos?

As criaturas do seu sonho sem fim continuam chegando, seus amigos mais íntimos, entre os quais autores e personagens se misturam nesta espécie de greve geral contra a morte. Alguém (ou alguém) que está por aí é o Dr. Jekyll e o senhor Hyde. Wells chega na máquina do tempo com uma flor na mão. Fantomás chega em uma máquina preta que parece um morcego. Raymond Roussell chega em outra maquinaria ainda mais improvável – porque é sutilmente inútil – com o desejo de contar suas impressões sobre a África.

Outros não precisavam vir de tão longe, porque já estavam lá esperando por você há anos: Maupassant – que não era santo de sua devoção – vai embora com sua Bola de Sebo e um coro de famas. Huysmans fica de cabeça para baixo, ou seja, de cabeça para baixo. Mas, sobretudo, Tzara está ali com seu rosto aproximado de homem e Baudelaire com seu albatroz. Ao lado deste último -concorrência de pássaros raros- está Poe com seu corvo, fazendo caretas epilépticas. De repente aparece César Vallejo, cuja lápide diz: “Nasci num dia em que Deus estava doente”. Um certo Lucas desliza para o final deste grupo. Cocteau chega atrasado, envolto em uma nuvem de fumaça indecifrável, com o casaco puído. Rubén Darío chega da Nicarágua vestido de marechal.

Entre aqueles que não tiveram que vir ver você – porque já estavam lá – aparece a frágil silhueta de Carol Dunlop – câmera na mão -, companheira de sua última aventura na autopista que leva a Marselha, que leva à vida, onde agora você está, Júlio, com todos os seus convidados, na grande festa da imaginação. Outros chegarão…

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Vendendo o meu peixe.

Quando vamos a uma peixaria, buscamos encontrar um peixe fresco, de acordo com nossas preferências, nossas necessidades culinárias específicas, se vai ser frito, na brasa,  na moqueca, e dentro do orçamento disponível, uma vez que os peixes mais nobres, o linguado, o salmão, o dourado, o bacalhau,  são mais caros devido a mais antiga lei dos mercados:  a lei da oferta e da procura.

Quando vamos a uma livraria, a lógica é a mesma, buscamos um livro novo, seja do nosso autor favorito, ou de um desconhecido, recomendado por um amigo ou na maioria das vezes pela mídia,  depois que o ilustre desconhecido ganhou um prêmio literário de grande repercussão.

Sou um péssimo vendedor. Se tivesse que vender alguma coisa morreria de fome. E para provar isso vou começar a falar mal do livro “O Correio da Tijuca”, de minha autoria, que já começou a circular nas redes.
O livro careceu de uma revisão profissional e por isso apresenta falhas que um leitor mais atento vai logo perceber e sair sublinhando para o caso de vir a comentar. Outra coisa que salta aos olhos, e tenho consciência disso, são as vírgulas fora do lugar.

Nada que uma boa revisão não possa corrigir.

Li nos últimos meses 3 ou 4 autores Japoneses, homens e mulheres, com livros que atingiram a casa de um milhão de exemplares vendidos. O que, vamos combinar,  é um selo de qualidade incontestável, com uma edição impecável. Acontece que quando acabei de ler não senti emoção nenhuma. Nada para guardar e querer compartilhar quando você saí enriquecido da leitura. Nada contra os autores japoneses. Sou apaixonado pela cultura deles, e fã número um, do Akira Kurosawa, que nos deixou verdadeiras obras primas,
como “Sonhos”, “Viver”, “Dersu Uzala”, “Os  Sete  Samurais”,” Kagemusha”,  “Dodeskaden” e outros.

Como eu disse no prefácio do meu primeiro livro, é uma grata satisfação anunciar “O Correio da Tijuca”. Eu o escrevi. Só não posso elogiá-lo! Espero que você,  meu oculto amigo,  desconhecido leitor, consiga elegê- lo.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Escatologias

Quando uma Editora apela por títulos escatológicos, passa duas mensagens: A primeira,  que é apelação mesmo, para ganhar dinheiro em cima de seu público alvo, e esse público é real, aquele que assiste o BBB, A fazenda e outros Circos,  onde a mulher barbada, é a criatura que chama menos a atenção.

A segunda, é aquela que dissemina que as fronteiras morais e espirituais foram rompidas, vale tudo e salve-se quem puder, ou aquela velha e enraizada sentença: os incomodados que se mudem.

Os moralistas de plantão, as brigadas nascidas de uma educação religiosa, repressora sexualmente em sua essência, saem em passeatas agitando suas bandeiras, com todos aqueles velhos gritos de guerra! – Estão vendo o que deu esta liberdade sexual?

O fato é, que mesmo eu, me considerando de mente aberta, que testemunhou essas revoluções dos costumes, a luta das mulheres pela emancipação de suas pautas femininas, me pego chocado moralmente, quando vejo em bancas de jornais,  livros com títulos escatológicos, que vou descrever aqui, partindo do pressuposto de que meu público alvo, é de maior idade, de mente aberta, formador de opinião, isto é, vacinado e espiritualizado.

Um dos Títulos: O Cu de Deus.

Outro: Cai de boca no meu Bu*****

E mais um: Ligue o Foda-se!

Por: adolfo.wyse@gmail.com



Ficções

Após assistir ontem o filme “Ficção Americana”, resolvi aquela velha questão, quando um filme é baseado em um livro, e quem leu e assistiu, julga, qual é o melhor.

Um livro é escrito por um autor. Um filme, exige um roteirista, os atores,  um diretor, cenários em estúdios e ao ar livre. É como montar um quebra cabeça, encaixando as peças no lugar certo, e ao fim, o leitor, o expectador, visualiza o quadro todo.

Eu tiro o meu chapéu, o que é um sinal de reverência, aos escritores e roteiristas. Para eles o céu é o limite, que quer dizer exatamente o contrário, o céu não tem limites. Através dos olhos, dos gestos, do comportamento, da entonação da voz, os atores nos passam todas as emoções contidas nas cenas, e nos diálogos.

A mágica acontece quando nos reconhecemos, nos identificamos com este ou aquele personagem, que faz a nossa alma transbordar, transcender as cercas do nosso corpo. Nossas limitações.

Não dá para descrever com palavras do que se trata o filme, tudo o que ele entrega. Eu pelo menos não consigo. Há muito tempo entendi que não tenho nenhuma habilidade crítica, que é a arte de descrever porque gostei ou não gostei, desse livro, filme, quadro, sem correr o risco de expor meus preconceitos.

Se fosse usar a imagem do Bonequinho do caderno de cinema do jornal o Globo (Ainda existe?), que aparece, dormindo quando o filme é chato ou ruim, o que não é o mesmo, levantando para ir embora, sentado atento, aplaudindo sentado, usaria o bonequinho aplaudindo de pé, como fiz ontem ao assistir.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O Oráculo está vendo!

Um dos primeiros mandamentos é não usar o nome de Deus em vão, por isso substitui por Oráculo, que hoje todo mundo tem acesso, mais conhecido como Google.

Não sei se vocês já presenciaram no trem, no metrô, um destes mendigos profissionais, na maioria das vezes, usando uma criança como escudo, para aumentar a chantagem emocional, dizer: –  Fazer uma narrativa de desempregado, de doença na família, e a boa fé dos brasileiros é explorada, como é explorada na política.

Assim alguns, metem a mão na carteira e fazem a sua caridade, enquanto o elemento fala:  – Deus está vendo! E essa frase me parece sempre carregada, de um duplo sentido, como nestas correntes onde existe uma ameaça contida, de que se você quebrar a corrente, será castigado. No meu caso, me sinto no mínimo constrangido, por não abrir a carteira.

Mas hoje, queria usar esse exemplo, para dizer a todos os amigos do Face ,do Whatsapp, do Instagram, que publiquei o meu livro, “O Correio da Tijuca”, e pedi a todos, não para comprar, mas para compartilhar, uma vez que vocês não podem comentar sem conhecer o livro por dentro.

Assim, o Oráculo me entrega diariamente um relatório de quem curtiu, comentou ou compartilhou.


                     – Deus está vendo! –

Por: adolfo.wyse@gmail.com



A Cerimônia do Chá.

A definição ou significado encontrado no Oráculo É:
“Conjunto de atos formais e solenes, de caráter religioso ou profano, segundo regras estritas; rito, solenidade.”

Vou tratar aqui dos rituais religiosos e profanos mais conhecidos, como a Cerimônia do Chá, no Budismo, e por isso muito praticada entre os orientais, na China, Japão, Índia e outros.

Chadô é uma disciplina espiritual, uma maneira de treinar o corpo e a mente. Quando nós o praticamos, a mente deve estar completamente presente em cada gesto.


Do lado ocidental, e por isso mais profano, temos o Chá das Cinco, e daí deriva, se não for especulação minha,  a pontualidade britânica, sagrada para a rainha e seus súditos.

Descendo as cordilheiras que cortam continentes ou cruzando os oceanos, chegamos a América do sul, mais precisamente no cone sul,  temos Argentina, Uruguai e Paraguai, onde a Cerimônia do Mate Amargo, chimarrão para os gaúchos, que a preguiçosa geração mais nova, abreviou para Chima, é um ritual quase sagrado. Nos outros países citados,  fica mesmo, o Mate.

Aqui não se usa louça de porcelana nem tijelas de barro. É usado apenas uma cuia de porongo, uma bomba de prata, e uma garrafa térmica, que permite mobilidade, e aqui no Rio de Janeiro, não é incomum ver casais e famílias, nas praias , compartindo o Chimas, e já identificamos logo o Gaúcho, que pode ser Brasileiro, Argentino, Uruguaio ou Paraguaio.

Este ritual não difere muito dos citados acima. Serve individualmente para o Gaúcho refletir e em grupo para socializar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Pensar, Meditar e Viver.

Nunca fui muito crente, e por isso mesmo, sempre evitei professar uma crença religiosa, destas que um paisano desde pequeno é obrigado, a cumprir os rituais, levado pelos pais, aos cultos, nas igrejas, católicas e evangélicas, onde já é instalada uma divisão de classe, um cisma, em bom português, um racha.

E como se não bastasse, o pobre paisano vai descobrindo outras modalidades, como o Judaísmo, o Islamismo, a Umbanda, o Espiritismo e o Budismo, onde eu cheguei depois de transitar pela Igreja Católica, os templos evangélicos e as Sinagogas.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas não conseguia conexão nenhuma. E essa coisa de pagar pedágio para um corretor de fé, sempre me incomodou. Seja Padre, Pastor, Rabino ou Pai de Santo. Hoje, com o devido distanciamento crítico, entendi a necessidade desses guias espirituais.

Descobri o Budismo através de livros e filmes. E me encantei com o Zen Budismo. Não vou ter espaço aqui para mostrar as literaturas consultadas, mas posso compartilhar algumas frases e textos, através do  site: www.acasadosolnascente.com.br,  onde tem uma sala de Meditação.

Não sou um discípulo muito praticante, porque sempre tive muita dificuldade para meditar, conforme recomendado.
Lendo agora um livro “O segredo da flor de ouro” de C.G.Jung e Richard Wilhelm confirmei o que já desconfiava sobre a minha dificuldade em meditar: “A preguiça e a distração. Conscientizar a distração é o mecanismo que conduz a eliminação da distração. A preguiça da qual não somos conscientes e a preguiça da qual somos conscientes estão a milhares de milhas uma da outra.
A distração se baseia na errância do espírito e a preguiça revela que o espírito ainda não está puro.”

Assim, acredito que pensar, rezar (Seja um mantra, um salmo, um hino) é meditar.

“O grande milagre não é voar pelos ares ou andar sobre as águas; é caminhar pelo chão”. (Lin-Tsi).

Quanto ao viver. Estar vivo exige apenas um verbo: Respirar.
Já viver exige muitos verbos: Comer. beber, chorar, rir, trabalhar, estudar, casar, amar, aprender, plantar, defender, lutar, viajar, mudar, sonhar, caminhar, sofrer, gozar, comandar, liderar, pagar e acho que já deu pra entender.

Por: adolfo.wyse@gmail.com