Arquivo mensal: Novembro 2023

Crônicas do Metrô

Peguei o metrô na estação São Francisco Xavier, na esquina aqui de casa e fui com destino a Copacabana.
Consegui sentar em um daqueles assentos preferenciais, embora a boa etiqueta diga que todos são, nem sempre aquela boa e velha educação de ceder o lugar aos mais velhos, está presente.

O vagão começou a encher e três estações depois, entrou um Sr. Baixinho, andando devagar, e me levantei e ofereci o assento. Antes de sentar, ficou olhando pra mim. Debaixo pra cima e disse: – você sabe qual é a alegria de um baixinho? – Encontrar uma pessoa mais baixa que ele. Agora, quando encontra um coqueiro de 2 metros, fica com uma raiva danada.

Na hora comentei em voz alta, que ser baixinho tinha suas vantagens. Ao passar por portas, por exemplo. E passou na minha cabeça a imediata associação com os complexos: de superioridade e o de inferioridade.


Mas o ponto alto , o tema, que motivou a crônica, foi quando O Sr. Puxou um livro do bolso, e o que parecia ser um destes de palavras cruzadas (que os idosos mais antigos usam para exercitar o cérebro nestes momentos de trânsito,  ou em salas de espera de consultórios, os modernos usam celular) era na verdade um livro motivacional, que só quando vi a capa, consegui ler o título:

Como vencer a solidão!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Livros essenciais para o Colégio.

A palavra original seria imprescindível, mas é uma palavra difícil não só de ler, mas de entender, sem precisar recorrer ao dicionário, e lá está a definição ou significado: – Que não pode faltar.

A primeira vez que eu li, estava na capa de um livro de bolso, de uma coleção editada pelo jornal Clarin, nada mais, nada menos, que o livro “El Aleph” de Jorge Luiz Borges.
Aleph é a primeira letra do alfabeto hebraico e mais na frente vou justificar esta citação.


Voltando ao colégio, as variáveis são muitas. A começar pela educação que vai depender da grade escolar oferecida, no primário e secundário, equivalente ao ginásio. No meu tempo era assim. Mas já faz tanto tempo que não lembro mais dos livros sugeridos para leitura, tirando os didáticos.


O ponto que quero chegar, é: Com que idade um aluno (a), tem maturidade. Intelectual e emocional para ler estes livros clássicos que fizeram e fazem a cabeça de milhões de pessoas mundo afora.


Respondida esta pergunta, podemos iniciar nossa lista. A minha vou deixar para o final, porque antes preciso justificar aquela citação acima sobre o Aleph. Um rabino disse que para um homem que pretende estudar a Cabala, precisa ter no mínimo 40/50 anos. Aí entra aquela tal maturidade intelectual e emocional que falamos antes.


No dia 09/10/23 postei no blog um post com o título “Colcha de retalhos” onde falei sobre dois textos motivacionais. Um do Akira Kurosawa, diretor de cinema e outro da Virgínia Wolf, escritora. O que eu não falei, mas compartilhei o link, do vídeo onde Kurosawa diz:  – leiam os russos!

Aqui ele se referia especialmente a Dostoiévski.
Na mesma semana recebi, e não foi coincidência, o Google sabe todos os nossos passos, gostos e está muito perto de adivinhar nossas intenções, que Freud, Einstein, Nietsche e outros gênios, depositaram na mesa dele, Dostoiévski, como no filme “Uma mente brilhante”, as suas canetas, como reconhecimento e admiração.

Agora sim, vou compartilhar a minha lista, que vai obedecer uma ordem pessoal e afetiva que tive a felicidade de ler, destes gênios da literatura.

Para não ter que fazer uma lista muito extensa, vou simplificar, listando os meus autores favoritos, que dispensam apresentação pelo conjunto da obra:

Machado de Assis – Luiz Fernando VeríssimoJulio Cortázar – Gabriel Garcia Marques – Jorge Luiz Borges, Adolfo Bioy Casares, Fernando Pessoa e José Saramago. E não vamos esquecer dos poetas: Carlos Drumond de Andrade – Mayakovski – Walt Whitman – Mario Quintana –

Cartas a um jovem poeta / O velho e o mar. / O Martim Fierro / Grande sertão veredas. /Torto arado / O apanhador no campo de centeio. / Fanny e Zooey / Nove histórias /A divina comédia / O livro das mil e uma noites. / O livro do desassossego / A insustentável leveza do ser / Crime e castigo *  Na fila para leitura.Os irmãos Karamazov * – Idem / O conde de monte Cristo!

Acho que é o suficiente por hoje.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Passatempos

A imagem congelada que se tem de um aposentado (de uma aposentada falaremos a seguir), é a de um homem que passa os seus dias jogando cartas em casa ou na praça, vai depender do seu grau de socialização, fazendo palavras cruzadas, caça palavras, Sudoku, dominó. Para os mais preguiçosos a televisão supre todas as suas necessidades emocionais. Para alguns mais inteligentes, mas igualmente preguiçosos, os serviços de streaming oferecem um cardápio mais variado. Tem filmes, séries e documentários.

No caso da aposentada, não deixa nunca de assumir o papel “Do lar”.

No caso das que já tinham uma vida financeira independente, vão continuar pagando uma auxiliar de serviços domésticos, menos pejorativo que empregada.
No caso delas o tempo vazio será preenchido, com a filiação em um clube social, onde poderão desfrutar com as amigas da área de lazer, piscinas, saunas e salas de jogos também, que elas também são chegadas a um carteado. E a cereja do bolo: Os shoppings, onde todo desejo se realiza, na proporção inexata do limite do cartão de crédito.

Nos dois casos, ter um hobby é um privilégio para poucos. Jardinagem, gastronomia, fotografia, tocar um instrumento, esportes, quebra-cabeça de montar. No meu caso, construí com a ajuda de um poderoso construtor de sites, um Blog, onde publico alguns posts para meu deleite e domínio dos meus 103 amigos do Facebook e alguns poucos no Whatsapp,    grupo da família, basicamente. Ali encontrei o meu passatempo preferido. Criar playlist de músicas extraídas da minha discoteca digital, que posso compartilhar com a família e amigos de fé.


O segundo é colecionar figurinhas publicadas no Facebook e baixadas e coladas em álbuns do celular e depois passadas pro Google fotos, que me permite, organizar e compartilhar em galerias, como slide-show, em meu blog.
Alguns de vocês já devem ter visto, como as galerias naturais, de pássaros, de arte moderna, e a minha preferida, em construção:  Galeria das Deusas do Cinema, que habitaram e habitam o imaginário masculino, desde 1960, no meu caso, quando os primeiros impulsos foram notados.
A minha hesitação em publicar,  é menos por este conceito castrador do politicamente correto, afinal são fotos de domínio público. É mais para me preservar de ataques cibernéticos de dentro e de fora, e queimar em praça pública, uma imagem de bom marido e pai de família. Agora, entre nós, quem resiste a um desfile com estas modelos exibindo seus corpos esculturais?

Por: adolfo.wyse@gmail.com