Arquivo mensal: Abril 2021

Força e Poder

A força física, a capacidade de fazer um grande esforço pode ser desenvolvida através de exercícios diários, carregando e descarregando cargas, ou então malhando diariamente nas academias sob orientação de um treinador, mas aqui já entra a vaidade como principal componente para a motivação.

Ninguém nasce com a força de Hércules ou Sansão, que são os modelos mais conhecidos. E no caso de Sansão já se apresenta aquilo que ficou conhecido como “Calcanhar de Aquiles”, isto é, o seu ponto fraco, onde sua força seria minada. Os cabelos cortados por Dalila, que o deixaram enfraquecido.

Exatamente aqui, com a entrada em cena do “Calcanhar de Aquiles”, que se dá o encontro das águas, que separam  sutilmente a força e o poder.

A história de Aladim ilustra e nos ensina didaticamente, que não basta encontrar a lâmpada, libertar o gênio. Todo aquele que tentar buscar o poder para seu total e irrestrito benefício pessoal, vai se dar mal, como se deu mal Jafar,  o feiticeiro que já era poderoso, mas queria expandir ainda mais seus poderes.

Trazendo o assunto para o terreno mais pé no chão onde habitamos, o chamado baixo clero, as periferias, não  precisamos  ir muito longe, quero dizer, mergulhar em tratados esotéricos e ocultos, para vermos com nossos próprios olhos, está relação íntima , entre Força e Poder. Eu ia falar simbiótica,  mas daqui a pouco estou  falando de Robótica,  Macrobiótica e,  eu vou perder o fio da meada.

Já vi muita gente boa, e ruim também, sair por aí contratando serviços ditos profissionais, que prometem desde um condomínio fechado com vista para o mar no outro mundo, ou promover o encontro com o príncipe ou princesa encantada,  ou o desejo mais popular de todos: acertar a Mega Sena da  virada.

Força não é poder. Poder é entender que Deus não cobra Dízimo, nem nos cobra fidelidade.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

DELAY

A grosso modo, delay significa o atraso ou o tempo que um sinal emitido leva para chegar ao seu destino. Acontece muito em transmissões de rádio e tv.

Aqui em casa sempre que estamos assistindo um jogo principalmente do Flamengo, a Tânia torcendo e eu Secando, sempre que acontece um gol, a gente escuta os gritos da torcida reunida nos botecos aqui em volta.
Mas domingo foi demais entre o jogo do Flamengo x Palmeiras pela Supercopa. Enquanto a tv estava mostrando a evolução da jogada no meio de campo, a gente já ouvia os gritos de gol.
Na hora dos pênaltis foi surrealista. Antes mesmo do jogador do Palmeiras correr para chutar,  ouvimos os gritos de que o Diego Alves tinha defendido.

Talvez tenha a ver com o fato de o jogo estar sendo transmitido de Brasília, o fuso horário, estas coisas.


Existe o Delay das modas, das marcas, lançadas nos EUA, na Europa, no Japão, que demoravam para chegar em nossas pobres mãos de consumidores do Terceiro Mundo. E quando chegavam era através de contrabando e todo mundo pagava o preço abusivo só para ostentar. Até hoje nunca ouvi   ninguém fazer qualquer referência ao Segundo Mundo.

Existe o das séries que quando chegam aqui, lá, já está na segunda temporada, mas este é mais fácil de explicar, por conta dos hemisférios sul e norte.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Livros

A notícia que está circulando nas redes e veículos de comunicação, jornais, redes de tv e rádios,  que ainda tem um grande poder de penetração no interior e zonas rurais onde telefonia celular e internet não chegam ou quando chegam custam muito caro,  é que o governo de plantão pretende taxar os preços dos livros como se não fossem artigos de primeira necessidade, que só uma classe média de elite pode ter acesso.

A princípio concordo com o argumento uma vez que os preços dos livros se tornaram proibitivos já a algum tempo e os editores ficam literalmente batendo na mesma tecla, dos custos de produção, o preço do papel que se tornou um ativo nobre tanto quanto o petróleo,  as novas tecnologias que permitem impressões de capas com tipos das mais variadas formas em alto relevo, também entram na conta.

A pergunta que se faz necessária é quanto vale um Livro.? Vale quanto pesa? – É claro que um livro com 500 páginas vai custar mais do que um de 200.

Nunca comprei um livro pela capa. Nem mesmo um LP. Já paguei caro por um LP  por causa de uma única música , mas era do meu cantor preferido. No caso dos livros serve o mesmo critério. Compramos os nossos autores favoritos, sabemos o que estamos levando e podemos até nos decepcionar, como naqueles casos em que o segundo livro não entrega conteúdo com a mesma qualidade do primeiro.

Aqui no Brasil só conheço a L&PM que publica no formato de edições de bolso uma grande variedade de títulos de todos os  gêneros a preços populares, em bancas de jornais e livrarias naquelas gôndolas aramadas.

Em Buenos Aires encontrei uma coleção destas de bolso,   de ótima qualidade gráfica,  produzida e distribuída em bancas pelo jornal La Nacion chamada “Biblioteca Esencial” . Outra coleção produzida pelo jornal Clarin chamada de livros imprescindíveis para o colégio. Encontrei também em feiras de livros edições espanholas de bolso, de ótima qualidade e baratos.

Voltamos ao eterno dilema do biscoito ou bolacha Tostines que dizia: Tostines é gostoso porque é fresquinho, ou é fresquinho porque é gostoso?

O povão não lê porque não tem educação ou não tem educação porque não lê.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Chefe da Quadrilha

Hoje foi um  daqueles dias que a inspiração até deu as caras mas não consegui dar o pontapé inicial na escrita, o que é chamado no mundo acadêmico de bloqueio mental e ou criativo,   e nestas horas eu lembro das soluções encontradas por grandes escritores que recomendam parar tudo e dar um  tempo, iniciar outra atividade, lavar a louça, dar uma volta na quadra, e se for uma praça com jardim melhor ainda.

Acabei descumprindo uma outra recomendação, que é aquela de não ler neste momento, outros autores que podem reforçar ainda mais um complexo de inferioridade e a auto estima que já anda voando baixo,  pode cair abaixo de zero, e lá se vai todo o texto para a lixeira.

Mas graças ao fato de a bateria do celular estar  naquele nível critico que exige um imediato carregamento, comecei e li 3 crônicas do Livro (As 100 melhores crônicas de José Castello – Sábados Inquietos) que me energizou e assim que o celular carregou, e ele é a minha máquina de escrever preferida, não precisa trocar as fitas, usar a borracha, comecei a escrever este texto.

Descobri então que a causa do meu bloqueio criativo foi o primeiro tema que se apresentou,  que era sobre pandemias , aquelas estruturais, da corrupção, da fome, da poluição que abarca muito mais que a inocente fumaça dos cigarros, das queimadas. Tem a sonora e a dos anúncios.

As pessoas já estão cansadas e saturadas de conviver com estas pandemias e não vai ser eu que vou conseguir simplificar em três parágrafos com dez linhas cada, a origem de cada uma. Mas posso dizer sem medo de errar, que a corrupção é a mãe de todas ou como dizem os adictos cruzados em mais de uma dependência, ela é a chefe da quadrilha.

As Palavras

As palavras são imantadas com emoções que foram armazenadas por gerações e conseguem ser traduzidas em qualquer língua, do autor ao leitor no caso de serem escritas ou de pessoa para pessoa.

No caso do livro para transmitir a entonação que vai traduzir a emoção que o sujeito quis transmitir  é preciso muito mais do que escrever em caixa alta,  e aí entra a grande tarefa do escritor,  organizar, dispor, reunir o sujeito,  o verbo e os adjetivos para produzir a entonação.

No caso dos atores, a expressão facial e corporal, o sorriso, o riso, a gargalhada, a lágrima, o silêncio vão ser os agentes condutores das emoções até o público, no teatro, no circo, no cinema, nos templos.

Toda a comunicação humana é baseada nessa premissa original: – Alguém fala, alguém escuta, e no caso de ser mais de um, cada um vai escutar de um modo diferente.
Daí nasceram as expressões:

É conversando que a gente se entende e se desentende também.
Nada melhor do que um grupo de whatsapp,  de família,  de amigos de torcida organizada, para a gente observar que mesmo com um objetivo comum, mesmo alguns bebendo da mesma cartilha, o caldo entorna,  como disse tão bem o Chico, por uma palavra dita na hora errada, por uma “Gota D’água”.

No caso dos relacionamentos de casal, de família, de amigos, de trabalho, de vizinhos de porta,  aqueles que trocamos favores como uma xícara de açúcar, de sal,  aqui, um ovo, uma cebola ali., a harmonia é restaurada após as cabeças esfriarem os ânimos, os custos e benefícios serem colocados na balança e os envolvidos aprenderem que ninguém precisa abrir mão de suas crenças para agradar ao outro, ninguém merece este sacrifício.
Mas precisamos exercitar diariamente a conjugação do verbo aceitar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Os Quatro Cavaleiros

Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João,  no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são respectivamente peste, guerra, fome e morte, que para os cristãos irão acontecer antes do fim de todas as coisas.

Nada que não seja conhecido da humanidade desde que foi instituído por decreto divino o crescei e multiplicai-vos. Todos os quatro campeiam por aí à rédeas soltas e nossa luta diária é para aceitar como conviver e sobreviver  com estas incômodas presenças que muitos entendem como parte do programa para um bom e saudável desenvolvimento
moral e espiritual.

A morte não dá aviso prévio.E mesmo que desse, jamais estaremos preparados para  aceitá-la. Por mais velórios e  enterros que se vá,  não há palavras para confortar além daquelas: – Meus sentimentos, meus pêsames,  sinto muito por sua perda.

Estamos em luto. Precisamos todos lutar contra esta peste.
E as bandeiras deste País precisam todas estar a meio pau!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A vida não é um jogo.

A vida não é um jogo, gafanhoto. Ao contrário do que muita gente fala,  e muita gente fala de ouvir falar, pode até ser comparada com o jogo do xadrez, um jogo de estratégia e de inteligência ou o mais popular hoje  em dia, o vídeo game, onde o seu crescimento se dá a medida que você vai conquistando poderes, aprendendo a usar as armas, e passando de fase.

Muito menos pode ser comparada a um jogo de azar, que envolve ganhar ou perder, que nós chamamos de sorte e os espanhóis também, usam a palavra azar como sorte, no sentido de destino. Lendo assim parece confuso, mas ambas fazem parte da mesma moeda, cara e coroa, ying e yang.

O espírito contido na frase – “o importante é competir” – que passa a princípio uma ideia de nobreza, na verdade estimulou e estimula todo essa competição para chegar ao pódio em primeiro lugar, em todos os esportes.

O importante é compartir,  é o conceito mais antigo e nobre mas foi perdendo terreno,  à medida  que o sistema capitalista foi se desenvolvendo em cima do inalienável direito a propriedade. Seja de bens duráveis, seja de bens de consumo. Trabalhei, comprei com o meu dinheiro, portanto é meu por direito. Ou então frutos de herança reconhecida em cartório pela divisão amigável dos bens ou não, no caso de famílias grandes, que podem vir a gerar longos inventários na justiça.

Em resumo,  gafanhoto, as cooperativas foram as primeiras iniciativas de como o nome diz: cooperação.  Mas esbarrou e esbarra até hoje no egoísmo humano.

A maioria vai passar a vida inteira sem nem mesmo aprender a agradecer, como nós fazemos aqui no templo Shaolin, antes das refeições diárias, recitar as preces que agradecem aos 72 trabalhadores que fizeram com que este alimento chegasse a nossa mesa.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Ética e o Indecoroso Despudor nas casas do Povo (leia-se: Democracia)

Que a Democracia é o melhor modelo de governo em vigor, ninguém tem dúvida,  a menos que não tenham conhecido ou ouvido falar,  de regimes autoritários e de Ditadores que tocaram o terror, e a proibição do direito de ir e vir foi o menor dos males.

Que ela também tem suas falhas de nascença e outras incorporadas a cada revisão constitucional, que a cada dia que passa nos convence de que não vale o escrito. Não vale para todos, que é a sua máxima definição. – Todo poder emana do Povo e por ele será exercido.

Que ela está a cada dia mais desmoralizada diante do povo, que não acredita mais em reformas anunciadas a cada   mudança de mandato nem em falsos Messias, pode ser comprovado pelo noticiário político que ocupa a pauta dos grandes jornais e canais de TV.

A expressão “Para Inglês Ver”,  nasceu segundo eu soube e se eu estiver errado a culpa é das minhas fontes, quando o País, recebeu uma grande  mandatária política, e pelo inglês citado na expressão não duvido nada que tenha sido A Rainha. O que gerou a expressão foi o fato do prefeito e ou governador da cidade onde a comitiva aterrizou, mandou limpar no sentido mais higiênico do verbo, todo o caminho entre o aeroporto e o palácio do governo. Recolheu todos os sem teto do caminho e pagou um adicional noturno para a Comlurb deixar o caminho brilhando.

Os conselhos de Ética de todas as câmaras municipais, estaduais e nacionais, os tribunais de contas das mesmas instâncias, existem para proteger seus pares, fazer de conta que zelam pela boa prática política e decoro moral, mas no fundo, é tudo cabide de emprego, e a famigerada independência dos poderes não passa de uma cortina de fumaça para inglês ver.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O Budismo

O Budismo visto como religião é muito mais antigo que o Cristianismo, mas antiguidade não é posto, no sentido de uma ser superior a outra. Essas diferenças começaram a serem diminuídas quando Marco Polo inaugurou o caminho para as Índias e,  o Ocidente e o Oriente se encontraram ali na divisa / fronteira onde hoje está o Canal de Suez, possibilitando o livre comércio e a interação das culturas.


A história de Buda, apelido de Sidartha Gautama, o Desperto, é muito parecida com a de São Francisco de Assis. Ambos foram bem nascidos em berços de ouro e um belo dia,  não se sabe, se por tédio ou insatisfação com o status quo, romperam com todos os laços e desapegaram de seus bens materiais. Traduzindo para o português claro, surtaram de vez.
A diferença é que São Francisco começou a falar com os bichos e se tornou membro honorário da sociedade protetora dos animais.
Já Sidartha caiu de boca na vida e experimentou de tudo. Passou 5 anos vivendo como um mendigo,  que a gente chama hoje de sem teto, e quando viu que não era por este caminho que a iluminação ia chegar, ficou muito frustrado pelo tempo perdido, e caiu na vida de novo, desta vez buscando todos os prazeres que a vida oferece. Sexo, drogas, rock and Roll, bebidas, jogo, prostituição .

Mais uma vez não encontrou as respostas. Foi quando,  reza a lenda, sentou embaixo de uma árvore e disse que só levantaria quando tivesse a resposta. Ao ver nascer a primeira estrela da manhã, teve a Iluminação. Daí reuniu toda aquela turma de fé,  irmãos camaradas, e saiu pregando a palavra, chegando até a China e depois ao Japão, onde muitos templos foram criados.

Uma nova escola foi criada,  a do Zen Budismo. A minha preferida, que não exige ler todos aqueles longos  Sutras  indianos, apenas se ligar no papo entre o mestre e o discípulo, os famosos koans.

Claro que o meu repertório vai além da série “Kung Fu” e “Kung Fu Panda”,1e2, tenho vários livros e se alguém tiver interesse em se iniciar, seja por curiosidade, seja por dependência emocional e ou espiritual, eu recomendo “O Livro de Ouro do Zen.”

Por: adolfo.wyse@gmail.com





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Pilatos

Esse discurso de que o povo não sabe votar,  é coisa que vem de longe,  desde a criação do parlamento Grego até o parlamento Romano,  quando Cristo foi julgado e condenado à crucificação junto com mais 3 ladrões. Um deles chamado Barrabás. Neste julgamento presidido por Pôncio Pilatos,  governador da província, ficou provado que o povo,  o inventa-línguas como Maiakóvski disse e eu gosto de citar,  pode ser muito
manipulado pelas Fakes News do momento, fofocas da hora como se dizia na época.

Assim,  Pilatos que tinha sido Indicado como Juiz com poderes concedidos por Roma, cometeu o erro fatal, que deu no que deu. Resolveu fazer uma consulta popular sobre quem deveria ser condenado: Jesus ou Barrabás?

Todo mundo conhece a história,  passada de pai pra filho,   da escolha que o povão fez. Se não conhece pelo menos ouviu falar das palavras de Pilatos, que se incorporaram a literatura jurídica: – Lavo as minhas mãos ! E não foi apenas um gesto de higiene mas uma isenção de culpa sobre a condenação, simbolicamente, limpando o sangue das mãos.

Não sou cristão, no sentido apostólico romano da palavra, mas gosto do personagem Jesus. Assim como gosto de Buda e do Budismo como filosofia, que tem uma narrativa menos violenta, sem mortes por crucificação ou apedrejamento, que o povão, muita gente boa  hoje em dia,  que se diz Cristão só ouviu a primeira parte da fala de Jesus:

Atire a primeira Pedra …O,  quem nunca pecou, ninguém escutou. Oferecer a outra face, então, virou literalmente, dar a sua cara à tapa, o que vamos combinar, tem muita violência explícita.

No próximo bloco vamos discorrer sobre estas duas vertentes de Paz e Amor, que são braços do mesmo Rio, que levam ao fim e ao cabo ao mar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com