Nochevieja
Descobri ontem lendo o jornal El País, edição digital, que Nochevieja significa véspera de ano novo.
Achei poético por gostar muito de espanhol e conseguir mesmo ler um livro, embora me atrapalhe na hora de falar.
Então a celebração do ano novo é isso. Despedir-se do ano velho e dar boas vindas ao ano novo e neste momento entram em cena as crenças e superstições de cada um enraizadas e passadas de geração em geração.
Sempre gostei de passar este momento em casa, no máximo em Petit comitê . A coisa boa da passagem deste ano, se é que se pode falar isso, é que não vou precisar inventar desculpas para não ir a festas de reveillon em casas, praias ou hotéis.
No ano passado fizemos a ceia na casa da minha irmã mais velha que mora em Copacabana e as 11 horas pegamos o metrô vazio no sentido contrário em direção a Tijuca onde assistimos a queima de fogos e a festa da virada pela televisão.
Este ano a passagem vai ser mais silenciosa e acho que todo mundo devia fazer 10 minutos de silêncio em nome dos que foram vitimados por está pandemia. Mas acho que é pedir demais para quem não consegue fazer nem um minuto de silêncio antes das partidas de futebol. Feliz Ano Novo a todos.
Arquivo mensal: Dezembro 2020
Primo Rico X Primo Pobre
Primo Rico x Primo Pobre
Prometi a vocês um post sobre primo rico x primo pobre e vou contar uma história real onde eu fiz o papel do primo rico. Na época me afetou bastante, conforme vocês vão poder observar abaixo. Mas antes preciso esclarecer que este é mais um daqueles assuntos que expõem as nossas mazelas estruturais, essa palavra tão em voga e que não precisamos mais de ninguém botando fogo na fogueira das desigualdades sociais.
Tenho consciência suficiente hoje em dia para saber de onde vim, onde estou e para onde todos vamos quando chegar a hora final, e como disse João Bosco na canção, As Minas do Mar, … Aprendi que safiras, cristais, cordas podres, pro mar são iguais.
Em 1979 aluguei o primeiro apartamento para morar sozinho em uma casa de vila, na rua Manoel de Abreu na Tijuca. Apto térreo com uma garagem e uma área que me permitiu ter um cachorro. Um dálmata que tinha o nome de Charlie em homenagem ao Chaplin. Já estava namorando a Tânia e preparando o casamento.
Um dia bateu a minha porta um primo, um dos muitos filhos de um tio que morava em São José do Norte, uma barca de distância de Rio grande. Já havia batido na casa de uma irmã que o encaminhou, eu era solteiro e tinha mais espaço.
Chegou dizendo que tinha desembarcado de um navio vindo de Santos que estava com muita dor de cabeça . Esta criatura que eu acolhi, dei inclusive dinheiro para comprar droga e paguei a passagem de volta para o sul, roubou uma máquina de escrever portátil lettera italiana que eu havia ganho de uma amiga. E deve ter vendido por 5 reais na praça onde tinha aquela turma que fumava e etc..
Fiquei furioso e cheguei mesmo a desejar a morte dele. Mais tarde fiquei sabendo que tinha levado um tiro mas não morreu. Vamos combinar: – Você morar no Rio à 10 anos e nunca ter sido assaltado e vir um cara com o teu sangue percorrer está distância toda, é ou não é demais.
Enquanto a Inspiração foi ali…
Depois que voltei dos médicos com a avaliação dos exames, a inspiração, aquela que alguns poetas românticos chamam de Musa, resolveu dar uma voltinha, afinal ela já me conhece e sabe que eu fico insuportável com aquela irritação tão parecida com a da abstinência do cigarro, do álcool e do sexo.
Para agravar a tensão este cenário de velório coletivo acaba com qualquer boa intenção de tentar escrever algo mais leve e com alguma esperança de pelo menos por um momento afastar as nuvens sombrias do medo e da depressão.
Quando se está em um voo a dois mil metros de altura, o comissário de bordo indicar que existe 2 portas de emergência e assentos flutuantes para o caso de um pouso forçado no oceano, e não menciona em nenhum momento a existência de um paraquedas individual não ajuda muito um paisano a relaxar .
O povo, o inventa línguas, como muito bem disse Maiakóvski sabe muito bem se defender nestes momentos críticos. E recorre sim ao cigarro, álcool, drogas e remédios controlados ou não, e como disse Chico Buarque na música, “Meu Caro Amigo” , sem a cachaça ninguém segura este rojão. Eu prefiro a cerveja.
Até os 53 anos fiz uso compulsivamente destes recursos menos drogas e remédios controlados, para aguentar o estresse do trabalho e as tensões emocionais do dia a dia.
Hoje recorro a música, a poesia, a literatura, cinema e a filosofia dos 12 passos em cuja essência está a sabedoria de viver um dia de cada vez, muito aplicada nos grupos anônimos ao redor do mundo.
O dia de amanhã tem seus próprios cuidados. Isto deveria ser suficiente para nos tranquilizar.
O Escritor
O Escritor
Gosto de escrever. Principalmente cartas . Que foram escritas de Porto Alegre para o Rio e vice versa., algumas para além mar, quando alguns amigos da República da Barão de Ubá, foram para a França; para meus irmãos e amigos e hoje lamento na época não existir esta coisa moderna de fazer backup em disquete, Cd, pen drive ou na nuvem; que eu teria muito material para mostrar pra vocês que é quando eu expresso muito melhor meus sentimentos e emoções escrevendo.
Me ocorreu hoje escrevendo estas linhas que a razão para se recomendar ter uma biografia depois de morto é porque não afetaria mais a reputação do biografado, boa ou má.
Em 2016 escrevi e publiquei um livro. Logo sou um Escritor. Se bom ou ruim conforme eu disse no prefácio não posso avaliá-lo. Hoje com o devido distanciamento crítico considero um ótimo livro. É um livro autobiográfico portanto minha reputação não será afetada.
Mais do que um projeto que teve uma gestação muito mais longa do que vocês possam imaginar, foi um processo de autoconhecimento que teve o seu ponto alto e detonador, quando no apto da minha sobrinha Laura em New York ela me presenteou com 3 cadernos pautados da Moleskine onde ao chegar ao Rio escrevi em poucos dias a segunda parte do livro, já que ele não foi composto de capítulos, e que tem início com o ensaio: – Adolfo não foi a Paris? -e consegui formatar o livro que depois seria editado pela Chiado Editora com o apoio competente de uma jovem editora Mayara Facchini e com a Júlia criando a arte da capa.
Tive os meus 15 minutos de fama no lançamento do livro em uma aconchegante livraria em Botafogo onde a família e os amigos me prestigiaram com suas inestimáveis presenças.
Vou encerrar com aquela mesma frase de efeito que encerrei o livro “Canção para Iara”: – Estar vivo é uma coisa. Viver são outros quinhentos contos…
Vidas Humanas Importam?
O título original seria: – Vidas Negras Importam?, mas além de não ter nada de original considerando os últimos movimentos nos Estados Unidos, eu não teria condições emocionais de suportar os comentários agressivos que seriam atiçados nas redes sociais. – Cara branco racista enrustido querendo surfar na onda Black…
A ideia, esta sim original, era cada um, branco ou negro sair fotografando em sua quadra próximo de sua casa e não vale aqueles nichos de grupos de moradores de rua nem reduto de cracolândias. Cada um fazer uma foto e mandar para o banco de dados que seria criado e compilado, aberto para todos verem como se fosse um museu a céu aberto do total desrespeito aos direitos humanos.
Na esquina da rua Haddock lobo com a rua Mello Mattos, na Tijuca, Rio de Janeiro, sob a parede de uma agência de um grande banco privado, tem uma mulher negra que vive ali o dia inteiro que retrata a realidade de um grande lixão humano.
Será que iríamos sensibilizar e fazer com que os agentes e instituições públicas façam a sua parte como manda a Carta Universal dos Direitos humanos ou tudo vai continuar como está?
Pensando melhor, ser humano nenhum merece ser mais humilhado do que já está. Portanto, nada de fotos, em lugar nenhum, muito menos em redes sociais.
PS: PASSADOS 3 ANOS E 5 MESES ELA CONTINUA LÁ!
Então é Natal
Então é Natal…
Quando a gente tem fome e não temos como saciá-la ou matar a fome, que é uma expressão inversamente proporcional aquela outra: – morrer de fome; qualquer pão torrado, (não estou falando de torradas em frigideiras, pão na chapa ou torradeiras), tem gosto de brioche ou croissant.
A margarina vegetal cheira a manteiga, podendo mesmo cheirar a foie gras., aquele patê de ganso francês.
A carne moída de segunda cheira a boeuf bourguignon. Um bife burguês, mais uma vez culinária francesa.
Então é Natal e o tema recorrente aparece que nem a Missa do Galo e o especial do Roberto Carlos, Oh! Horror! . O Natal sem Fome. Desta vez agravado por uma epidemia silenciosa e fatal.
Me faço novamente a pergunta de todo ano: – Porquê não, Brasil sem fome? – Um país tão rico em produzir grãos e aves e com um litoral imenso onde se jogando a rede tudo dá?
Acabo sempre ruminando como um boi, tentando digerir as mesmas respostas: – Falta vontade política porque faltam políticos com boa vontade e falta educação para o povo poder exercer sua cidadania com dignidade sem precisar sair por aí comprando uma quentinha aqui e acolá, para aplacar sua consciência.
Neste exato momento tem muita gente boa por aí botando a mão na massa sendo voluntário e solidário, ao invés de como eu, ficar discursando na internet e contribuindo pro Ação e Cidadania – Natal sem Fome – projeto do grande irmão do Henfil, o Betinho.
O grande sábio Neném Prancha já dizia: – O jogo só acaba quando termina e isso não se aplica apenas aos jogos de Futebol, mas a todos e principalmente ao Basquete.
Não serei eu portanto que irei desafiar esta lei da Física Quântica e iniciar hoje uma contagem regressiva ou retrospectiva do ano com os altos e baixos, os Lucros e Perdas, conforme meus tempos de bancário.
O ano vai chegando ao fim e parece que este ano em particular por conta da pandemia está acelerando a ansiedade das pessoas . Assim, dia 01 de 2021, se Deus quiser, estarei postando o artigo: “2020 – O Ano em que vivemos em perigo”.
Saúde
Saúde
Dizem que a boa saúde começa com a alimentação e é mantida pela boa prática de esportes ou exercícios físicos, caminhar, correr e bons hábitos como dormir e acordar cedo. Evitar os maus hábitos, fumar, beber e procurar se alimentar com alimentos saudáveis.
Mas o nosso corpo tem limites que as vezes utrapassamos por conta do estresse de trabalho ou da falta de, o que é pior e precisamos consultar um médico, fazer exames para restaurar nosso equilíbrio físico e emocional.
Nunca gostei de ir a médico e acredito que ninguém gosta ou faz disto um programa legal; sempre deixei para última hora , mas isso vai mudando com o tempo a medida que vamos tendo o entendimento de que é melhor prevenir do que remediar, coisa que começa depois dos 50 quando o corpo começa a emitir sinais mais fortes de debilidade.
Se não fosse mais uma vez a intervenção da minha personal trainer, minha x-tudo que me obrigou a marcar uma consulta com uma Angiologista, por conta de um inchaço no pé esquerdo que já ia fazer 2 anos de aniversário, não teria descoberto que estou com uma arritmia leve que me levou por natural encadeamento ao meu cardiologista, que recomendou de imediato dois exames de Ecocardiograma e receitou mais dois remédios de uso contínuo para a minha coleção. Um para a arritmia e outro mais forte para afinar o sangue. Agora são 5. Nada mal para quem vai fazer 71 em Janeiro.
Sei que não é um assunto dos mais agradáveis principalmente nestes tempos e também não quero transformar este espaço em um muro de lamentações. Se cuidem.
Para os otimistas o melhor está por vir.
Para os pessimistas o pior já está bem aí.
Ainda sobre dinheiro
Ainda sobre dinheiro
Sempre andei olhando para o chão e para a frente é claro, e assim encontrei vez e outra dinheiro na rua, na calçada, valores pequenos de 2, 10, 20 e raramente uma nota maior de 50, e nesses momentos sempre lembrava: – Achado não é roubado, mas sempre ficava um sentimento de culpa de que aquele dinheiro ia fazer falta pra quem perdeu. Quando vinha embrulhando em um plástico amarrado com elástico, a culpa era maior. Dinheiro de gente velha.
Agora, alegria mesmo é encontrar dinheiro guardado em uma roupa velha que você guardou e não lembrava, acontece com gente nova também. A diferença aqui é que o dinheiro é seu de direito e portanto, nenhuma culpa.
Alegria dobrada e você pensar que ainda deve 4 ou 5 parcelas de um longo empréstimo que você tomou, fez ou contraiu para alguma necessidade de emergência e ao puxar o extrato com o saldo devedor, verificar que acabou.