Este título é de um livro de Carlos Castanêda, que achei mais atrativo do que, “Jornada nas Estrelas”, “De Volta para o Futuro”, que já são velhos conhecidos do público de cinema. Outros filmes e séries exploraram este tema de viagem no tempo.
É um tema que desperta a curiosidade e imaginação do homem muito antes da invenção da roda, dos aviões, das naves espaciais.
Uma vez eu ouvi uma entrevista de um autor de livros de autoconhecimento, que adorava tomar café da manhã em sua casa em Barcelona, sem pegar nenhum avião, aqui do Brasil.
É o meu sonho de consumo. O teletransporte. Nos filmes de ficção o cara entrava em uma cabine ou máquina do tempo, e programava para onde queria ir. Passado ou Futuro?
Você lê um livro que trata deste assunto, com uma narrativa original, que está conquistando milhões de leitores, mundo afora. E aquela velha curiosidade adormecida é despertada, e do nada, uma coisa leva a outra, através de Links invisíveis e você chega a outro livro, e lá está o mesmo tema, te convidando para uma viagem que continuo tentando decifrar aqui. Para onde, para quê, por quem?
No segundo livro, que será citado também ao pé do artigo, como bibliografia consultada, um homem caminhando por uma planície encontra uma casa onde um homem do futuro o convida a entrar. Conversam em latim sobre línguas, sobre imprensa, políticos, dinheiro e por fim, viagens. O homem do presente fala: E a grande aventura do meu tempo, as viagens espaciais?
O outro responde: Faz séculos que já renunciamos a esses translados, que foram decerto admiráveis. Nunca podemos nos evadir do aqui e do agora. Além disso, toda viagem é espacial. Ir de um planeta a outro é como ir à chácara defronte. Quando entrou nesta casa estava realizando uma viagem espacial.
Muitos sábios se dedicaram a estudar o tempo. Alguns cientistas a tentar medi-lo. No célebre poema “Martim Fierro” de José Hernandez, em um desafio, um Payador moreno, pede para Fierro definir o tempo:
Moreno, vou te dizer
Segundo meu saber alcança,
O tempo é só um atraso
Do que está para vir.
Não teve nunca princípio
Nem jamais acabará,
Porque o tempo é uma roda
E roda é eternidade.
E se o homem o divide,
Só o faz, em meu sentir,
Para saber o que há vivido
ou lhe resta para viver.
Bibliografia consultada:
1) Antes que o café esfrie, n.º 1 – Yoshikazu kawaguchi
2) O livro de areia – Jorge Luis Borges – pág. 79
3) “El Martim Fierro” – Jorge Luis Borges – pág.79.