Não sei se estes testes vocacionais modernos conseguiriam prever com maior ou menor precisão, a jornada de um paisano até o seu destino final, se fossem aplicados mais cedo, quando os guris ainda usam calças curtas, e alguns, tudo o que sonham é crescer, passar a usar calças compridas, passar de fase, sem a menor noção do que os espera na vida adulta.
Ainda bem que a escola da vida se encarrega de nos conduzir e vamos descobrindo durante o caminho, o que gostamos de fazer, o que queremos ser e aonde pretendemos chegar, e tudo bem se a coisa fugir do roteiro
Na última pesquisa de opinião que eu ouvi e na qual não fui consultado, 90 por cento da população mundial, não trabalha com o que gosta e até mesmo foi treinado, alguns desenvolvem hobbies para compensarem a frustração, outros recorrem a outras válvulas de escape, para que o equilíbrio emocional se mantenha em seu nível desejável, e não afete as linhas de produção, afinal, o espetáculo não pode parar.
Prometi a mim mesmo conversando com o meu amigo oculto, a criança interior, que não vou escrever sobre política, futebol, pandemias, tragédias cotidianas, violência em todas as suas formas, e sobretudo, a regra de ouro, não falar de mim, dos meus sentimentos mais caros, apenas expressar o meu inalienável direito de pensar.