Eu poderia encher 500 folhas com as minhas músicas, meus cantores/cantoras, nacionais/internacionais, favoritos. Com os filmes a mesma coisa. Meus diretores, atores/atrizes, mas qualquer um hoje em dia dá uma busca no Google: os 500 melhores filmes, as 500 melhores músicas e, como mágica, diante de nossos olhos, aparecem as listas na ordem em que você preferir, alfabética ou cronológica, com nome do compositor, do cantor, ficha técnica da banda e se bobear quantos discos vendidos. O mesmo para os filmes.
Ainda não atingi o estágio em que é possível separar o estado d’alma do estado de espírito.
Toda essa conversa fiada de terra prometida, vida após a morte, já sabemos que é conto do vigário, trapaça, artimanha, como queiram chamar, das grandes religiões para manter o homem prisioneiro de seus dogmas, cartilhas e catecismos.
Todo homem cai nessa armadilha, seja ignorante ou não. Um compra o “bilhete premiado” como se fosse gozar depois da travessia os seus prêmios. O outro acredita que encontrará, do outro lado, uma bilheteria aberta onde é possível garantir o bilhete de volta.
Esses homens tolos, que se entediam, com frequência semanal, em domingos regados à missa, tv, carteado, futebol, tv outra vez(embora atualmente os corações e mentes estejam voltados hipnoticamente para os smartphones, que hoje em dia só faltam falar, já que pra todo o resto existe um aplicativo especial); esses homens sonham com a eternidade ou imortalidade. Vão acabar de vez morrendo de tédio.
Quem nos escuta hoje em dia louvando em tom de adoração toda essa evolução cibernética da tecnologia, acaba sempre esquecendo que, não muito longe daqui, para ser mais exato, em um raio de 10 km para o norte e oeste, encontramos comunidades com esgotos a céu aberto, e estamos falando do centro da cidade do Rio de Janeiro, situada numa das regiões mais ricas do país, o Sudeste.