A imagem congelada que se tem de um aposentado (de uma aposentada falaremos a seguir), é a de um homem que passa os seus dias jogando cartas em casa ou na praça, vai depender do seu grau de socialização, fazendo palavras cruzadas, caça palavras, Sudoku, dominó. Para os mais preguiçosos a televisão supre todas as suas necessidades emocionais. Para alguns mais inteligentes, mas igualmente preguiçosos, os serviços de streaming oferecem um cardápio mais variado. Tem filmes, séries e documentários.
No caso da aposentada, não deixa nunca de assumir o papel “Do lar”.
No caso das que já tinham uma vida financeira independente, vão continuar pagando uma auxiliar de serviços domésticos, menos pejorativo que empregada.
No caso delas o tempo vazio será preenchido, com a filiação em um clube social, onde poderão desfrutar com as amigas da área de lazer, piscinas, saunas e salas de jogos também, que elas também são chegadas a um carteado. E a cereja do bolo: Os shoppings, onde todo desejo se realiza, na proporção inexata do limite do cartão de crédito.
Nos dois casos, ter um hobby é um privilégio para poucos. Jardinagem, gastronomia, fotografia, tocar um instrumento, esportes, quebra-cabeça de montar. No meu caso, construí com a ajuda de um poderoso construtor de sites, um Blog, onde publico alguns posts para meu deleite e domínio dos meus 103 amigos do Facebook e alguns poucos no Whatsapp, grupo da família, basicamente. Ali encontrei o meu passatempo preferido. Criar playlist de músicas extraídas da minha discoteca digital, que posso compartilhar com a família e amigos de fé.
O segundo é colecionar figurinhas publicadas no Facebook e baixadas e coladas em álbuns do celular e depois passadas pro Google fotos, que me permite, organizar e compartilhar em galerias, como slide-show, em meu blog.
Alguns de vocês já devem ter visto, como as galerias naturais, de pássaros, de arte moderna, e a minha preferida, em construção: Galeria das Deusas do Cinema, que habitaram e habitam o imaginário masculino, desde 1960, no meu caso, quando os primeiros impulsos foram notados.
A minha hesitação em publicar, é menos por este conceito castrador do politicamente correto, afinal são fotos de domínio público. É mais para me preservar de ataques cibernéticos de dentro e de fora, e queimar em praça pública, uma imagem de bom marido e pai de família. Agora, entre nós, quem resiste a um desfile com estas modelos exibindo seus corpos esculturais?