O Futebol

Ao entardecer dos domingos com o pôr do sol refletindo no Guaíba, escutar os comentários do “Professor” Ruy Carlos  Ostermann   sobre o jogo terminado, campeonato Gaúcho, dominado pela dupla Grenal que acabava invariavelmente decidindo entre si o título. Era uma verdadeira aula de filosofia. E o próprio era professor de filosofia, daí o apelido. As rádios dominantes eram a Gaúcha e a Guaíba e os radinhos de pilha os veículos. Televisão era televizinho mesmo e em preto e branco. Tv Piratini. As cores chegaram em 1962 com a copa do mundo do Chile que não era ao vivo. Tinha o delay de um dia. Os rolos dos filmes vinham via Varig.

Toda esta introdução poética para descrever a minha visão do futebol, até onde minha vista alcançou, dentro e fora das 4 linhas.

Começando pelos pampas, sempre que tinha jogo da dupla Grenal contra o Santos, quando o Pelé, que já era Rey, aparecia descendo a escada do avião, todo mundo já sabia que a derrota estava decretada.

Demorou um pouco para a dupla Grenal se estruturar, assim como a dupla mineira Cruzeiro e Atlético e passar a jogar de igual contra os times paulistas e cariocas, em casa ou na casa deles.

No Sul, os times de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, “Juventude”, “Caxias”e “Esportivo” começaram a fazer frente contra a dupla Grenal.

A copa de 1970 foi o apogeu desta evolução.

Consultando hoje a Wikipédia, a mãe de todas as memórias, fiquei sabendo que o “Professor” Ruy Carlos Ostermann, continua vivo e ativo e que escreveu dois livros sobre a dupla Grenal, revelando assim toda a sua imparcialidade: – 1 – “Meu coração é vermelho”  para os colorados e 2 – “Até a pé nós iremos” para os azuis.

Tive o privilégio de ver jogar: Pelé, Garrincha, Gerson, Jairzinho, Rivelino, Dudu e Ademir da Guia, Tostão e Dirceu Lopes, Zico, Adilio, e Junior, Falcão e Carpeggiani, Maradona, Riquelme, Platini, Cryff, Platini, Messi, Cr7 e Neymar, os novos príncipes deste reino mágico. Os goleiros: Manga, Leão, Raul, Félix, e Gilmar

Um dos pontos altos da minha carreira no futebol, foi quando após um jogo no Campo da Figueira, palco de grandes peladas, daquelas de cinco pra cada lado, e um no gol; apareceu um olheiro do Esporte Clube Cruzeiro, da Capital e convidou a mim e mais 3 para fazer um treino profissional. Declinei porque precisava jogar de chuteira e eu só sabia jogar descalço. De qualquer modo me senti honrado com o convite.

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