Moinhos de Vento

Sei mais do que ninguém o que se passa na minha cabeça. E atualmente o pensamento recorrente, (de natureza sabotadora, como já aprendi a identificar) é aquele que diz: –  Se você até agora não encontrou o plumo, o rumo, o alinhamento, as chances de encontrar, vão diminuindo, e a menos que você encontre a lâmpada de Aladin ou tenha uma iluminação, uma visão, provocada por um contato imediato e de primeiro grau, a vaquinha vai deitar.

Quando meus escudos emocionais não foram suficientes para me proteger, literalmente, de um ataque cardíaco, que minou minha autoconfiança, tiveram que ser reavaliados. E nesse exato momento, quando todos meus conceitos, minhas certezas, falhem, reconheci o que é essencial, o que vale a pena buscar.

Não estou falando de mim. Estou conversando comigo, que sou, em primeira instância, o maior interessado em traduzir os verdadeiros sentimentos escondidos em pensamentos,  que minha mente produz como autodefesa, contra o sofrimento, (como se fosse possível escapar) e aqui as crenças entram em cena, para nos ajudar a suportar emocionalmente os processos que acompanham todo ser humano, de qualquer condição social.

Saber de onde viemos e para onde vamos, é uma especulação inútil, enquanto não sabemos quem somos, onde e com quem estamos.

Neste momento, esta fala é de Don Quixote de La Mancha. O inseparável companheiro de jornada, Sancho Pança, o fiel escudeiro que tem o pé no chão, que não compartilha dessas fantasias do seu cavaleiro, está pensando onde encontrar a estalagem mais próxima, onde possa saciar suas necessidades mais básicas, como comer, beber e dormir. E se sonhar… não será com moinhos de vento!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

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