FRANK STELLA (1936-2024)

BIENAL DE SÃO PAULO

Frank Stella se encantou pelas cores dos pássaros e das paisagens brasileiras quando chegou ao país em 1965, para participar da 8ª Bienal de São Paulo. Não demorou muito tempo para a criação de uma série de “pinturas brasileiras”, nas quais cores tropicais explodiam sobre formas geométricas: “Essas pinturas tinham algo do clima brasileiro, mas é difícil explicar” – disse em entrevista ao jornalista Zeca Camargo, na @folhadespaulo. “Não sei dizer ao certo, era uma batida, um ritmo, um estalo que elas tinham. Era um ‘beat’. Aliás, depois descobri que esse ‘beat’ é o que faz muitas pinturas acontecerem. A arte precisa de ‘beat’.”

Quando voltou ao país para a 20ª Bienal de São Paulo, em 1989, Stella estava começando uma série de 135 obras, uma para cada capítulo do livro ‘Moby Dick’ (1851). As tempestades marítimas e as reviravoltas narrativas do clássico de Herman Melville foram traduzidas em inebriantes pinturas em relevo.

Falecido neste 4 de maio de 2024, Stella foi um influente artista estadunidense voltado à arte abstrata, conhecido por explorar geometria e cor de forma pioneira em seu país e por suas contribuições ao movimento minimalista.

Nascido em Malden, Massachusetts, em 1936, evoluiu de pinturas escuras feitas na década de 1960 para obras com listras e ângulos retos, até chegar a complexas obras tridimensionais que reuniam cones, cilindros, espirais, esferas e outras formas. Nos últimos vinte anos, encontrou nas impressoras 3D a oportunidade de projetar e imprimir suas obras.