No meu tempo e, de muitos outros que a seu tempo, viveram alguns, assistiram outros, gloriosos momentos do futebol, não havia tantas competições, mas sim torneios em campos profissionais e de várzea onde antes do jogo os dois times se perfilavam naquelas fotos clássicas que emolduram paredes e álbum de figurinhas: 6 em pé de braços cruzados normalmente, o goleiro e os zagueiros e, na frente agachados, os atacantes.
Hoje às fotos são tiradas só ao fim do jogo, quando o capitão do time ergue a taça junto com a comissão técnica, os diretores e o presidente do clube em pessoa, igual ( eu queria falar “qui nem”, mas parece que esta expressão não existe e, ou não deve ser usada para não ferir os delicados ouvidos dos professores de português ) aqueles proprietários de cavalos no jóquei posando na foto da vitória .
Tudo isso para afirmar aquilo que vocês já sabem, e os comentaristas não se cansam de comentar. O futebol mudou ou mudamos nós?
No intervalo do jogo, quando um jogador de cada time que se destacou é chamado para uma rápida entrevista com o repórter de campo, o que escutamos? – A gente teve uma desatenção e o time deles é muito qualificado então vamos ver o que o professor vai falar pra gente virar o jogo.
Independente do resultado, ao final do jogo o repórter de campo pergunta ao mesmo jogador: – O que foi que o professor disse?
– Ele falou: quanto mais a gente tiver a posse de bola mais o time deles vai correr e se desgastar; portanto vamos caprichar no passe, na hora de finalizar e colocar em prática todas as jogadas ensaiadas nos treinos e finalizando a preleção sempre com uma citação de Neném Prancha; – Treino é treino e jogo é jogo; futebol é bola na rede e vale gol de qualquer jeito desde que o Juiz e, agora o Var validem.
Respondendo então a pergunta inicial: o que mudou? Mal se distingue na camisa do clube o seu escudo diante de tantas marcas estampadas. O cabelo dos atletas merece um capítulo a parte. Basta um destes medalhões, esses candidatos a melhor do mundo cortar o cabelo e pronto: – lançam moda e tendências. Agora é meio moicano, meio não sei o que. E nem precisamos falar das chuteiras coloridas algumas dupla face, um pé rosa outro laranja.
Encerrando então essa resenha, tipo assim, troca de passes, cheguei a casa de um amigo alienado que só assiste jogo de futebol americano e estava assistindo um jogo de futebol.
Perguntei: quem está jogando,?
– Ele respondeu: BANRISUL X BANRISUL
Era um Grenal, minha gente.
Por: adolfo.wyse@gmail.com