As conversas de elevador, que tem um tempo breve, a depender de que andar se vai, e a menos que aconteça uma falha de energia, que vai exigir um papo mais longo, até mesmo para quebrar o pânico que pode se instalar em alguns que sofrem de claustrofobia, não passam de : um bom dia, parece que vai chover, o trânsito hoje estava um horror, meu patrão vai me matar.
As de sala de recepção de consultório médico, incluindo aqui os dentistas, são verdadeiras aulas de anatomia, e cada um tem um histórico de doença que somos obrigados a ouvir, não a compartilhar, afinal não estamos em nenhum grupo de auto ajuda, embora as pessoas sejam solidárias com a dor alheia.
Quando em ambientes sociais mais amplos, e até ao ar livre, a introdução não muda muito, e o papo vai evoluir de acordo com a interação. E aqui entra o componente chave que vai ditar o rumo da prosa. Se for uma pessoa carente, e aqui cabe qualquer tipo de carência, ela vai abrir o livro da sua vida, como se estivesse em um confessionário ou divã de um terapeuta.
Em resumo, não somos robôs, graças a Deus somos humanos, carentes, sim senhor, e aqui tanto faz ser do primeiro, segundo, terceiro mundo. Precisamos de alguém para dar bom dia , boa tarde e boa noite, comentar as notícias do dia, dos cadernos
políticos, policiais, esportivos, culturais, que são em primeira instância, os temas mais indicados para se iniciar uma conversa.