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O Oráculo está vendo!

Um dos primeiros mandamentos é não usar o nome de Deus em vão, por isso substitui por Oráculo, que hoje todo mundo tem acesso, mais conhecido como Google.

Não sei se vocês já presenciaram no trem, no metrô, um destes mendigos profissionais, na maioria das vezes, usando uma criança como escudo, para aumentar a chantagem emocional, dizer: –  Fazer uma narrativa de desempregado, de doença na família, e a boa fé dos brasileiros é explorada, como é explorada na política.

Assim alguns, metem a mão na carteira e fazem a sua caridade, enquanto o elemento fala:  – Deus está vendo! E essa frase me parece sempre carregada, de um duplo sentido, como nestas correntes onde existe uma ameaça contida, de que se você quebrar a corrente, será castigado. No meu caso, me sinto no mínimo constrangido, por não abrir a carteira.

Mas hoje, queria usar esse exemplo, para dizer a todos os amigos do Face ,do Whatsapp, do Instagram, que publiquei o meu livro, “O Correio da Tijuca”, e pedi a todos, não para comprar, mas para compartilhar, uma vez que vocês não podem comentar sem conhecer o livro por dentro.

Assim, o Oráculo me entrega diariamente um relatório de quem curtiu, comentou ou compartilhou.


                     – Deus está vendo! –

Por: adolfo.wyse@gmail.com



A Cerimônia do Chá.

A definição ou significado encontrado no Oráculo É:
“Conjunto de atos formais e solenes, de caráter religioso ou profano, segundo regras estritas; rito, solenidade.”

Vou tratar aqui dos rituais religiosos e profanos mais conhecidos, como a Cerimônia do Chá, no Budismo, e por isso muito praticada entre os orientais, na China, Japão, Índia e outros.

Chadô é uma disciplina espiritual, uma maneira de treinar o corpo e a mente. Quando nós o praticamos, a mente deve estar completamente presente em cada gesto.


Do lado ocidental, e por isso mais profano, temos o Chá das Cinco, e daí deriva, se não for especulação minha,  a pontualidade britânica, sagrada para a rainha e seus súditos.

Descendo as cordilheiras que cortam continentes ou cruzando os oceanos, chegamos a América do sul, mais precisamente no cone sul,  temos Argentina, Uruguai e Paraguai, onde a Cerimônia do Mate Amargo, chimarrão para os gaúchos, que a preguiçosa geração mais nova, abreviou para Chima, é um ritual quase sagrado. Nos outros países citados,  fica mesmo, o Mate.

Aqui não se usa louça de porcelana nem tijelas de barro. É usado apenas uma cuia de porongo, uma bomba de prata, e uma garrafa térmica, que permite mobilidade, e aqui no Rio de Janeiro, não é incomum ver casais e famílias, nas praias , compartindo o Chimas, e já identificamos logo o Gaúcho, que pode ser Brasileiro, Argentino, Uruguaio ou Paraguaio.

Este ritual não difere muito dos citados acima. Serve individualmente para o Gaúcho refletir e em grupo para socializar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Pensar, Meditar e Viver.

Nunca fui muito crente, e por isso mesmo, sempre evitei professar uma crença religiosa, destas que um paisano desde pequeno é obrigado, a cumprir os rituais, levado pelos pais, aos cultos, nas igrejas, católicas e evangélicas, onde já é instalada uma divisão de classe, um cisma, em bom português, um racha.

E como se não bastasse, o pobre paisano vai descobrindo outras modalidades, como o Judaísmo, o Islamismo, a Umbanda, o Espiritismo e o Budismo, onde eu cheguei depois de transitar pela Igreja Católica, os templos evangélicos e as Sinagogas.

Tudo muito bom, tudo muito bem. Mas não conseguia conexão nenhuma. E essa coisa de pagar pedágio para um corretor de fé, sempre me incomodou. Seja Padre, Pastor, Rabino ou Pai de Santo. Hoje, com o devido distanciamento crítico, entendi a necessidade desses guias espirituais.

Descobri o Budismo através de livros e filmes. E me encantei com o Zen Budismo. Não vou ter espaço aqui para mostrar as literaturas consultadas, mas posso compartilhar algumas frases e textos, através do  site: www.acasadosolnascente.com.br,  onde tem uma sala de Meditação.

Não sou um discípulo muito praticante, porque sempre tive muita dificuldade para meditar, conforme recomendado.
Lendo agora um livro “O segredo da flor de ouro” de C.G.Jung e Richard Wilhelm confirmei o que já desconfiava sobre a minha dificuldade em meditar: “A preguiça e a distração. Conscientizar a distração é o mecanismo que conduz a eliminação da distração. A preguiça da qual não somos conscientes e a preguiça da qual somos conscientes estão a milhares de milhas uma da outra.
A distração se baseia na errância do espírito e a preguiça revela que o espírito ainda não está puro.”

Assim, acredito que pensar, rezar (Seja um mantra, um salmo, um hino) é meditar.

“O grande milagre não é voar pelos ares ou andar sobre as águas; é caminhar pelo chão”. (Lin-Tsi).

Quanto ao viver. Estar vivo exige apenas um verbo: Respirar.
Já viver exige muitos verbos: Comer. beber, chorar, rir, trabalhar, estudar, casar, amar, aprender, plantar, defender, lutar, viajar, mudar, sonhar, caminhar, sofrer, gozar, comandar, liderar, pagar e acho que já deu pra entender.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Chave

Precisei fazer uma chave para um armário de madeira, para guardar coisas, de academia, escola, etc..

Consultei o primeiro chaveiro, e ele teve a cara de pau de cobrar  RS 120,00. RS 60,00 para abrir e RS 60,00 para fazer a chave.

Para minha sorte, o armário ficou aberto.

Consultei o segundo, expliquei que o armário estava aberto, e era uma fechadura simples de trinco. Teve a coragem de cobrar RS 80,00.

Tirei uma foto da fechadura por dentro, vi que era da marca Stan e fui em uma loja de ferragem. Da Stan não tinha, mas tinha da Papaiz, com o mesmo tamanho e desenho, com duas chaves junto.

Preço: RS 18,00

Precisei apenas desaparafusar dois parafusos, trocar a fechadura, aparafusar e testar com sucesso.

Em outros tempos quando eu era um homem tolo e ignorante, iria gastar todo o meu lucro, que deixei de gastar, em cerveja.

Hoje, vou destinar para compra de livros.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Lambendo a cria.

Um escritor famoso, que gosto muito, e que não vou citar o nome, para não pensarem que estou ostentando cultura e porque ele não precisa mais de propaganda instantânea, para ser reconhecido, disse que um livro, depois que é publicado e ganha as águas do mercado, que cruzam fronteiras, e chegam nas feiras locais, nacionais e internacionais; passa a ter vida própria, a andar com suas próprias pernas, empurrado pelo boca a boca, e aqui e ali por uma crítica positiva, patrocinada algumas vezes por empresas, mais interessadas em vender um produto, do que disseminar cultura.

Atualmente, nem relógio trabalha mais de graça. Depois que inventaram os digitais, aqueles analógicos com precisão Suíça, entraram em greve indeterminada, atrasando os ponteiros das horas e dos minutos, por conseguinte, no que passamos a chamar de operação tartaruga, uma vez que uma paralisação total, geral e irrestrita, seria considerada ilegal e, portanto, sujeita a multa e outras sanções previstas no tribunal superior internacional do trabalho.

Recebi esta semana um exemplar impresso do meu livro “O Correio da Tijuca”. Como todo pai orgulhoso, corri para conhecer e lamber a cria. Nasceu enrugado e feio como nascem os bebês. Aos poucos fui folheando as páginas, olhando a capa, a contracapa, as orelhas, e a aparência aqui vale tanto quanto aquela que precisamos manter, não só no primeiro encontro, com o leitor, que vai ter um peso decisivo na aceitação do livro, e mexer com a autoestima do autor, para cima ou para baixo, a depender de seu estado emocional.

Quando é um bebê, é feito um convite de boas-vindas, com o nome, a cor, o sexo e o peso, que já vai começar a formar uma identidade social. No caso do livro, é feito um convite também, com nome do livro e do autor, E ao invés de peso, é medido por páginas, e em vez de chá de bebê, o convite é para o lançamento, e aqui o lugar, o número de convidados, vai depender, como todo evento, dos recursos disponíveis, financeiros e de divulgação.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O Sonho de Hoje

Foi um daqueles que você acorda buscando uma câmara escura ou uma impressora, para revelar e imprimir as imagens gravadas que ficarão salvas na memória do paisano, a maioria, na verdade, como vídeos, com movimento, cor, áudio.

O cenário parecia ser muito Teresópolis, o que se confirma quando alguém fala: fica ali na Várzea, entre o alto e o centro, e se referia a um hotel, que dava os fundos para uma encosta lisa de um morro, com uma enorme torre de transmissão no meio da visão da janela dos fundos.

O que mais me impressionou foram os desenhos da fachada em madeira, com portas, janelas e varandas, esculpidas como se fosse uma maquete em tamanho natural. Não consigo descrever a beleza dos entalhes arabescos nas bordas.

Estava com um grupo que, por duas vezes, se reuniu ao ar livre, no pátio e em uma quadra de esportes que estava em construção.

O sonho termina,  é interrompido ou sofre um corte na edição, quando entro no hotel, e vejo alguns funcionários arrumando a mesa para o café da manhã, no salão das refeições.
Antes que eu pedisse, um deles me oferece um café expresso, tirado de uma máquina em cima de um aparador, com uma cestinha de pão de queijo.

Por: adolfo.wyse@gmail.com


Curtir, comentar e compartilhar.

O velho e bom CCC, comandos que nos permitem interagir nas redes sociais, revelam muito sobre o caráter,  personalidade, crença religiosa e política, das pessoas, algumas com um avatar no perfil, que já indica, ou dá uma pista, do retrato falado, como aqueles dos filmes policiais, onde a testemunha ou a vítima tenta descrever o elemento.

Hoje, depois da explosão da internet, já temos especialistas que se debruçam e estudam esse comportamento, sob todos aqueles pontos de vista, que observam o ser humano; a psicologia, a sociologia, a filosofia.

No começo, creio que com todo mundo foi assim, aquela excitação do novo, de um espaço aberto, onde podemos exercer, muitos pela primeira vez, a liberdade de dizer o que sente, o que pensa, sobre estar no mundo. Sobre este mundão de Deus, a aldeia global.

Tudo ia muito bem, até que os primeiros choques culturais começaram a ser travados, e os grandes patrocinadores, que não são bobos, nem nada, viram uma grande oportunidade de enfiar goela abaixo, sem distinção de sexo, cor, idade, posição social, os famosos anúncios, propagandas, nos fazendo de cobaia, para chegar onde chegamos: Os algoritmos.

Após anos me defendendo de ataques diários de catequese e doutrinas religiosas e políticas, optei por não comentar mais nada. Nem sobre um quadro, uma música, um livro. Hoje eu apenas curto e compartilho. Sem tentar convencer ninguém ou sugestionar. Cada um tem olhos  e ouvidos para sentir. Uma sensibilidade.

Quando o ditado diz: Religião, Política, e futebol, não se discute; assim como não se discute com bêbado, é porque é fruto da sabedoria popular. Assim como aquele outro: Pente, escova de dente e mulher não se empresta. Nem para os melhores amigos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Retrospectiva ou Balanço de Lucros e Perdas, Rendas a receber e Provisão para pagamentos a efetuar.

Perdoem o título longo. Ainda é memória de um bancário, que virou muita noite de ano novo, fechando balanço.A coisa hoje tá mais simplificada. Podemos dizer: Orçamento e Custo e Benefício.

Ao fim e ao cabo, significa colocar na balança, os respectivos pesos; em um prato as conquistas, pessoais e profissionais ( para aqueles que continuam na batalha pelo pão de cada dia). No outro, as perdas, os fracassos profissionais, os relacionamentos acabados, os amigos e familiares que partiram, para a grande viagem de volta para casa.

No meu caso, retirado em 2004, aprendi que o inventário é diário e mensal. Se as receitas cobrirem as despesas, e chegar ao fim do mês no azul, tá bom demais da conta!

Foi um bom ano! Apesar de ter perdido
um irmão (gêmeo), o Zeca, e um grande amigo, o Ney. Tive alguns acidentes de percurso, mas consegui passar por eles, e sou muito grato por isso.

Consegui alimentar o meu Blog, com artigos variados e playlist de músicas, que compartilhei com a família e amigos, no Facebook e no WhatsApp

Li ótimos livros. Vi alguns filmes e séries que gostei. E no estouro do cronômetro, no dia 30 de Dezembro, consegui fazer, igual ao Stephen Curry, uma cesta de 3 pontos: Publicar em uma destas plataformas que permitem a novos autores fazer uma edição sob demanda, a custo zero.

Para não perder a oportunidade, segue o comercial: Livro” O Correio da Tijuca”  – Clube de Autores. Em  breve, numa banca perto de você.

Feliz ano novo a todos. Com muita saúde, paz e amor.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Cinco Marias (Tia Maria)

Por motivos que vou descrever abaixo,  a Tia Maria, das cinco do título, era a única que se chamava Maria, e tive durante alguns meses a oportunidade de conviver com ela e as filhas, minhas primas. E assim ter um sentimento de gratidão e afeto, que não tive oportunidade de expressar enquanto ela estava viva.

No ano de 1964, quando tivemos que voltar para Rio Grande, para eu não perder o 4 ano do ginásio, fui acolhido pela Tia, que morava em um cortiço, cabeça de porco, em um beco no Bairro Floresta. Uma peça de madeira  de dois quartos, uma sala e cozinha e a casinha de banhos nos fundos do terreno, que lá no sul se chamava de patente.

Viúva, com 4 filhas lindas com nome de índias: Iara, Ierecê, Ione e Islândia. Criadas e disciplinadas para serem donas de casa, a opção da hora, para moças pobres e sem estudo. A casa era um brinco de limpeza.

A Iara,  A Ierecê e a Ione já tinham namorados firmes de frequentar a casa e acabaram se tornando maridos.
A Islândia era a mais nova e era mais moleque, gostava de andar na rua, brincando com os meninos. Mais tarde, casou também.

A Tia trabalhava como camareira em um hotel.
Depois que a Iara e a Ierecê casaram, foi morar em uma casa destas de conjunto habitacional em um bairro mais distante. A Ione morava com ela e trabalhava nas lojas americanas no centro.

Uma vez por mês vinha nos visitar  na casa da Campos Velho,  no Cristal. Trazia sempre um embrulhinho na mão, de pão, de biscoito ou de frutas. Era muito vaidosa e andava sempre de tubinho e batom. Amava a vida, era alegre e faceira, sem ser vulgar.

A história dela merece ser contada, porque é de superação. Como de muitas Marias por este Brasil afora , abandonadas por maridos alcoólatras.

A Islândia é a que mais herdou este espírito dela e a integridade. E que hoje mantém um vínculo afetivo com a família Wyse.

Espero que ela, a Iara, a Ierecê e a Ione,  gostem desta pequena homenagem.

Por: adolfo.wyse@gmail.com.br

O homem que amava os quadrinhos, as tirinhas, os quadradinhos.

No livro “Cadernos de Lanzarote” – Vol. II – Pag. 302/303, José Saramago revela que gosta de quadradinhos, como ele fala:

“Confesso que gosto de muitos destes bonecos, do Calvin & Harold, do Snoopy, do Garfield, daquela Mafalda sábia e subversiva de quem continuo a ser discípulo fiel.
Em geral, havendo por perto testemunhas, tenho a fraqueza de olhar para eles meio disfarçadamente, com medo de que se pense que o autor da “História do cerco de Lisboa”, afinal de contas, não é este, mas outro…”

E ao encontrar uma tirinha do Caco Galhardo no jornal Folha de São Paulo, onde ele é citado, finaliza: ” Pensei então, deliciado: Eis-me personagem do mundo dos quadradinhos, eis-me,  enfim, imortal. A partir de hoje. Tenho um lugar garantido no Panteão…E. claro,  ali mesmo jurei que nunca mais voltaria a esconder-me para saborear os cinismos implacáveis do Garfield e fingir indignações contra ele.”

Eu sempre fui apaixonado. Até porque a minha iniciação literária se deu lendo Gibis. Se eu puxar um álbum do Facebook com todas as minhas publicações, vocês vão ver, que noventa por cento, é de tirinhas, do Hagar, Mafalda, Snoopy e a turma do Charlie Brown, Zé do Boné, O Mago de Id, B.C.  Garfield e as tirinhas que eu capturava dos jornais.

Nos anos 70 tinha as Revistas A Patota e a Grilo, que traziam os melhores quadrinhos e cartunistas do mundo. Eu tinha toda a coleção completa.

A grande revelação do ano que estou curtindo muito é as tiras diárias de Pickles Comics de Brian Crane cfe. Acima.

Por: adolfo.wyse@gmail.com.br