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Livros

A notícia que está circulando nas redes e veículos de comunicação, jornais, redes de tv e rádios,  que ainda tem um grande poder de penetração no interior e zonas rurais onde telefonia celular e internet não chegam ou quando chegam custam muito caro,  é que o governo de plantão pretende taxar os preços dos livros como se não fossem artigos de primeira necessidade, que só uma classe média de elite pode ter acesso.

A princípio concordo com o argumento uma vez que os preços dos livros se tornaram proibitivos já a algum tempo e os editores ficam literalmente batendo na mesma tecla, dos custos de produção, o preço do papel que se tornou um ativo nobre tanto quanto o petróleo,  as novas tecnologias que permitem impressões de capas com tipos das mais variadas formas em alto relevo, também entram na conta.

A pergunta que se faz necessária é quanto vale um Livro.? Vale quanto pesa? – É claro que um livro com 500 páginas vai custar mais do que um de 200.

Nunca comprei um livro pela capa. Nem mesmo um LP. Já paguei caro por um LP  por causa de uma única música , mas era do meu cantor preferido. No caso dos livros serve o mesmo critério. Compramos os nossos autores favoritos, sabemos o que estamos levando e podemos até nos decepcionar, como naqueles casos em que o segundo livro não entrega conteúdo com a mesma qualidade do primeiro.

Aqui no Brasil só conheço a L&PM que publica no formato de edições de bolso uma grande variedade de títulos de todos os  gêneros a preços populares, em bancas de jornais e livrarias naquelas gôndolas aramadas.

Em Buenos Aires encontrei uma coleção destas de bolso,   de ótima qualidade gráfica,  produzida e distribuída em bancas pelo jornal La Nacion chamada “Biblioteca Esencial” . Outra coleção produzida pelo jornal Clarin chamada de livros imprescindíveis para o colégio. Encontrei também em feiras de livros edições espanholas de bolso, de ótima qualidade e baratos.

Voltamos ao eterno dilema do biscoito ou bolacha Tostines que dizia: Tostines é gostoso porque é fresquinho, ou é fresquinho porque é gostoso?

O povão não lê porque não tem educação ou não tem educação porque não lê.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Chefe da Quadrilha

Hoje foi um  daqueles dias que a inspiração até deu as caras mas não consegui dar o pontapé inicial na escrita, o que é chamado no mundo acadêmico de bloqueio mental e ou criativo,   e nestas horas eu lembro das soluções encontradas por grandes escritores que recomendam parar tudo e dar um  tempo, iniciar outra atividade, lavar a louça, dar uma volta na quadra, e se for uma praça com jardim melhor ainda.

Acabei descumprindo uma outra recomendação, que é aquela de não ler neste momento, outros autores que podem reforçar ainda mais um complexo de inferioridade e a auto estima que já anda voando baixo,  pode cair abaixo de zero, e lá se vai todo o texto para a lixeira.

Mas graças ao fato de a bateria do celular estar  naquele nível critico que exige um imediato carregamento, comecei e li 3 crônicas do Livro (As 100 melhores crônicas de José Castello – Sábados Inquietos) que me energizou e assim que o celular carregou, e ele é a minha máquina de escrever preferida, não precisa trocar as fitas, usar a borracha, comecei a escrever este texto.

Descobri então que a causa do meu bloqueio criativo foi o primeiro tema que se apresentou,  que era sobre pandemias , aquelas estruturais, da corrupção, da fome, da poluição que abarca muito mais que a inocente fumaça dos cigarros, das queimadas. Tem a sonora e a dos anúncios.

As pessoas já estão cansadas e saturadas de conviver com estas pandemias e não vai ser eu que vou conseguir simplificar em três parágrafos com dez linhas cada, a origem de cada uma. Mas posso dizer sem medo de errar, que a corrupção é a mãe de todas ou como dizem os adictos cruzados em mais de uma dependência, ela é a chefe da quadrilha.

As Palavras

As palavras são imantadas com emoções que foram armazenadas por gerações e conseguem ser traduzidas em qualquer língua, do autor ao leitor no caso de serem escritas ou de pessoa para pessoa.

No caso do livro para transmitir a entonação que vai traduzir a emoção que o sujeito quis transmitir  é preciso muito mais do que escrever em caixa alta,  e aí entra a grande tarefa do escritor,  organizar, dispor, reunir o sujeito,  o verbo e os adjetivos para produzir a entonação.

No caso dos atores, a expressão facial e corporal, o sorriso, o riso, a gargalhada, a lágrima, o silêncio vão ser os agentes condutores das emoções até o público, no teatro, no circo, no cinema, nos templos.

Toda a comunicação humana é baseada nessa premissa original: – Alguém fala, alguém escuta, e no caso de ser mais de um, cada um vai escutar de um modo diferente.
Daí nasceram as expressões:

É conversando que a gente se entende e se desentende também.
Nada melhor do que um grupo de whatsapp,  de família,  de amigos de torcida organizada, para a gente observar que mesmo com um objetivo comum, mesmo alguns bebendo da mesma cartilha, o caldo entorna,  como disse tão bem o Chico, por uma palavra dita na hora errada, por uma “Gota D’água”.

No caso dos relacionamentos de casal, de família, de amigos, de trabalho, de vizinhos de porta,  aqueles que trocamos favores como uma xícara de açúcar, de sal,  aqui, um ovo, uma cebola ali., a harmonia é restaurada após as cabeças esfriarem os ânimos, os custos e benefícios serem colocados na balança e os envolvidos aprenderem que ninguém precisa abrir mão de suas crenças para agradar ao outro, ninguém merece este sacrifício.
Mas precisamos exercitar diariamente a conjugação do verbo aceitar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Os Quatro Cavaleiros

Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João,  no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são respectivamente peste, guerra, fome e morte, que para os cristãos irão acontecer antes do fim de todas as coisas.

Nada que não seja conhecido da humanidade desde que foi instituído por decreto divino o crescei e multiplicai-vos. Todos os quatro campeiam por aí à rédeas soltas e nossa luta diária é para aceitar como conviver e sobreviver  com estas incômodas presenças que muitos entendem como parte do programa para um bom e saudável desenvolvimento
moral e espiritual.

A morte não dá aviso prévio.E mesmo que desse, jamais estaremos preparados para  aceitá-la. Por mais velórios e  enterros que se vá,  não há palavras para confortar além daquelas: – Meus sentimentos, meus pêsames,  sinto muito por sua perda.

Estamos em luto. Precisamos todos lutar contra esta peste.
E as bandeiras deste País precisam todas estar a meio pau!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A vida não é um jogo.

A vida não é um jogo, gafanhoto. Ao contrário do que muita gente fala,  e muita gente fala de ouvir falar, pode até ser comparada com o jogo do xadrez, um jogo de estratégia e de inteligência ou o mais popular hoje  em dia, o vídeo game, onde o seu crescimento se dá a medida que você vai conquistando poderes, aprendendo a usar as armas, e passando de fase.

Muito menos pode ser comparada a um jogo de azar, que envolve ganhar ou perder, que nós chamamos de sorte e os espanhóis também, usam a palavra azar como sorte, no sentido de destino. Lendo assim parece confuso, mas ambas fazem parte da mesma moeda, cara e coroa, ying e yang.

O espírito contido na frase – “o importante é competir” – que passa a princípio uma ideia de nobreza, na verdade estimulou e estimula todo essa competição para chegar ao pódio em primeiro lugar, em todos os esportes.

O importante é compartir,  é o conceito mais antigo e nobre mas foi perdendo terreno,  à medida  que o sistema capitalista foi se desenvolvendo em cima do inalienável direito a propriedade. Seja de bens duráveis, seja de bens de consumo. Trabalhei, comprei com o meu dinheiro, portanto é meu por direito. Ou então frutos de herança reconhecida em cartório pela divisão amigável dos bens ou não, no caso de famílias grandes, que podem vir a gerar longos inventários na justiça.

Em resumo,  gafanhoto, as cooperativas foram as primeiras iniciativas de como o nome diz: cooperação.  Mas esbarrou e esbarra até hoje no egoísmo humano.

A maioria vai passar a vida inteira sem nem mesmo aprender a agradecer, como nós fazemos aqui no templo Shaolin, antes das refeições diárias, recitar as preces que agradecem aos 72 trabalhadores que fizeram com que este alimento chegasse a nossa mesa.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Ética e o Indecoroso Despudor nas casas do Povo (leia-se: Democracia)

Que a Democracia é o melhor modelo de governo em vigor, ninguém tem dúvida,  a menos que não tenham conhecido ou ouvido falar,  de regimes autoritários e de Ditadores que tocaram o terror, e a proibição do direito de ir e vir foi o menor dos males.

Que ela também tem suas falhas de nascença e outras incorporadas a cada revisão constitucional, que a cada dia que passa nos convence de que não vale o escrito. Não vale para todos, que é a sua máxima definição. – Todo poder emana do Povo e por ele será exercido.

Que ela está a cada dia mais desmoralizada diante do povo, que não acredita mais em reformas anunciadas a cada   mudança de mandato nem em falsos Messias, pode ser comprovado pelo noticiário político que ocupa a pauta dos grandes jornais e canais de TV.

A expressão “Para Inglês Ver”,  nasceu segundo eu soube e se eu estiver errado a culpa é das minhas fontes, quando o País, recebeu uma grande  mandatária política, e pelo inglês citado na expressão não duvido nada que tenha sido A Rainha. O que gerou a expressão foi o fato do prefeito e ou governador da cidade onde a comitiva aterrizou, mandou limpar no sentido mais higiênico do verbo, todo o caminho entre o aeroporto e o palácio do governo. Recolheu todos os sem teto do caminho e pagou um adicional noturno para a Comlurb deixar o caminho brilhando.

Os conselhos de Ética de todas as câmaras municipais, estaduais e nacionais, os tribunais de contas das mesmas instâncias, existem para proteger seus pares, fazer de conta que zelam pela boa prática política e decoro moral, mas no fundo, é tudo cabide de emprego, e a famigerada independência dos poderes não passa de uma cortina de fumaça para inglês ver.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O Budismo

O Budismo visto como religião é muito mais antigo que o Cristianismo, mas antiguidade não é posto, no sentido de uma ser superior a outra. Essas diferenças começaram a ser diminuídas quando Marco Polo inaugurou o caminho para as Índias e, o Ocidente e o Oriente se encontraram ali na divisa / fronteira onde hoje está o Canal de Suez, possibilitando o livre comércio e a interação das culturas.


A história de Buda, apelido de Sidartha Gautama, o Desperto, é muito parecida com a de São Francisco de Assis. Ambos foram bem nascidos em berços de ouro e um belo dia,  não se sabe, se por tédio ou insatisfação com as coisas como são, romperam com todos os laços e desapegaram de seus bens materiais. Traduzindo para o português claro, surtaram de vez.
A diferença é que São Francisco começou a falar com os bichos e se tornou membro honorário da sociedade protetora dos animais.
Já Sidartha caiu de boca na vida e experimentou de tudo. Passou 5 anos vivendo como um mendigo,  que a gente chama hoje de sem teto, e quando viu que não era por este caminho que a iluminação ia chegar, ficou muito frustrado pelo tempo perdido, e caiu na vida de novo, desta vez buscando todos os prazeres que a vida oferece. Sexo, drogas, rock and Roll, bebidas, jogo, prostituição.

Mais uma vez não encontrou as respostas. Foi quando,  reza a lenda, sentou embaixo de uma árvore e disse que só levantaria quando tivesse a resposta. Ao ver nascer a primeira estrela da manhã, teve a Iluminação. Daí reuniu toda aquela turma de fé,  irmãos camaradas, e saiu pregando a palavra, chegando até a China e depois ao Japão, onde muitos templos foram criados.

Uma nova escola foi criada, a do Zen Budismo. A minha preferida, que não exige ler todos aqueles longos Sutras  indianos, apenas se ligar no papo entre o mestre e o discípulo, os famosos koans.

Claro que o meu repertório vai além da série “Kung Fu” e “Kung Fu Panda”,1 e2, tenho vários livros e se alguém tiver interesse em se iniciar, seja por curiosidade, seja por dependência emocional e/ou espiritual, eu recomendo “O Livro de Ouro do Zen.”

Por: adolfo.wyse@gmail.com





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Pilatos

Esse discurso de que o povo não sabe votar, é coisa que vem de longe, desde a criação do parlamento grego até o parlamento romano,  quando Cristo foi julgado e condenado à crucificação junto com mais 3 ladrões. Um deles chamado Barrabás. Neste julgamento presidido por Pôncio Pilatos,  governador da província, ficou provado que o povo,  o inventa-línguas, como Maiakóvski disse e eu gosto de citar, pode ser muito
manipulado pelas Fakes News do momento, fofocas da hora como se dizia na época.

Assim,  Pilatos, que tinha sido Indicado como Juiz com poderes concedidos por Roma, cometeu o erro fatal, que deu no que deu. Resolveu fazer uma consulta popular sobre quem deveria ser condenado: Jesus ou Barrabás?

Todo mundo conhece a história, passada de pai pra filho,   da escolha que o povão fez. Se não conhece, pelo menos ouviu falar das palavras de Pilatos, que se incorporaram a literatura jurídica: – Lavo as minhas mãos! E não foi apenas um gesto de higiene, mas uma isenção de culpa sobre a condenação, simbolicamente, limpando o sangue das mãos.

Não sou cristão, no sentido apostólico romano da palavra, mas gosto do personagem Jesus. Assim como gosto de Buda e do Budismo como filosofia, que tem uma narrativa menos violenta, sem mortes por crucificação ou apedrejamento, que o povão, muita gente boa hoje em dia,  que se diz Cristão, só ouviu a primeira parte da fala de Jesus:

Atire a primeira Pedra… aquele, que nunca pecou, ninguém escutou. Oferecer a outra face, então, virou literalmente, dar a sua cara à tapa, o que vamos combinar, tem muita violência explícita.

No próximo bloco vamos discorrer sobre estas duas vertentes de Paz e Amor, que são braços do mesmo Rio, que levam ao fim e ao cabo ao mar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Viver

Alguns sábios afirmaram que a vida não vem com manual de instruções. Outros sustentam que não é bem assim, que todos temos dentro de nós um manual do usuário, não só com um guia de conduta como também um GPS original de fábrica. Apenas, e sempre tem  um, mas no meio, precisamos acessar o painel de controle (cérebro) e encontrar o arquivo oculto. Que pode vir corrompido na origem ou com o manual escrito em uma língua diferente, por engano, na hora da embalagem.

Neste momento entram em cena, não só os bons samaritanos e quem entre nós não ajudamos uma velhinha ou um cego a atravessar uma rua?, como também aparecem os técnicos,  alguns formados em cursos oficiais com doutorado e tudo, outros que foram aprendendo de ver e ouvir falar, e oferecem um preço muito abaixo da tabela da Sunab e varia conforme a cara do freguês.

Uma vez eu resgatei um gatinho de um canal e ganhei uma mordida e uma aplicação de antitetânica como recompensa.

Mas o perigo maior é quando, estando perdidos e/ou desorientados, surgem os guias espirituais das mais variadas vertentes e todos eles pregam que são donos da patente, da concessão de licenças, dos direitos autorais, nada mais nada menos, do caminho da verdade. E começamos a pagar o preço dos pedágios.

Vocês sabem que eu tenho horror a esta ideia de ter seguidores. Por isto vocês não vão encontrar ao pé das minhas postagens qualquer botão de inscrição ou contador de número de visitas. Apenas o botão de compartilhar nas redes,  afinal quem não é visto não é lembrado.

Quando algum de vocês me sinalizar e para isso existe a caixa de comentários, que vocês acordam de manhã e durante o café, antes mesmo de ler o horóscopo do dia, vocês correm para ver na sala de redação a novidade do post do dia, ou ficam ligados nas notificações do celular, então eu vou dar um tempo e rever meus conceitos.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Não posso me queixar!

Esta afirmação pode ser entendida ou interpretada de duas formas a depender da sutil entonação na voz do sujeito.

A primeira é aquela que o sujeito quer dizer: – Não tenho do que ou por que me queixar. A vida está boa, tenho tudo que preciso. Nada me falta no plano material,  afetivo e espiritual.

A segunda é aquela que denota medo de ser punido por tentar expressar descontentamento com a vida, reclamar do que está faltando em todos os planos. Ser punido por uma autoridade maior; pela ordem: – Os pais, os irmãos mais velhos, os professores, até chegar no plano político, quando entra em cena o terrorismo do estado que condena qualquer sinal de liberdade de expressão. Sempre invocando o nome do pai espiritual e aqui já começa a violação de um mandamento: não usarás o nome de Deus em vão. Depois disso invocar a lei de segurança nacional é fichinha.


Já me refastelei bastante, (conforme eu ouvi uma vez em um centro onde fui buscar conforto espiritual), com sexo, cigarro, bebida, comida, prazeres culturais com livros,  músicas, filmes, peças de teatro, com as praias, montanhas e algumas viagens nacionais e internacionais, e principal e afetivamente falando, a companhia de uma família numerosa e amigos especiais.

Já renunciei ao cigarro e não foi por livre vontade,  mas sim pressionado pela ameaça de um enfisema. À bebida renunciei 98 por cento. A comida por conta de uma diabete tipo 1 controlada por remédios renunciei aos carboidratos, e os alimentos integrais passaram a fazer parte do meu cardápio.

Deixei o sexo por último e não foi por acaso, uma vez que nesta lista de renúncias tem um peso maior e ocupa a maioria dos nossos pensamentos masculinos e femininos. Neste quesito, então, não posso me queixar!

Por: adolfo.wyse@gmail.com