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Trabalho em Andamento…

O homem do povo, e todos nós pertencemos a esta categoria, independente de classe social, vive a sua própria utopia de encontrar o seu destino final, e esta jornada é pessoal e intransferível., gafanhoto.

Alguém já disse, não sei se foi o Freud, o Jung ou Mestre Sifu, que apesar de a vida poder ser comparada a um filme, a vida é muito mais do que uma película enrolada em um rolo de projeção.
Mas um deles disse e aqui com certeza foi o Freud, que no caso dos sonhos, nós somos, cada um, o produtor,   roteirista, diretor, ator principal ,coadjuvante, e o figurinista, de nosso próprio filme.

Voltando ao nosso herói, o homem do povo, não tem muito tempo para ficar pensando nestas metafísicas, quando muito, vai domingo ao cinema, se seu time não estiver jogando no  Maracanã, onde ele vai de  geral ou arquibancada dependendo da féria da semana, onde existe mais alegria, que nas tribunas oficiais ou camarotes privados.

Vai viver uma vida inteira, que vai ser digna de um filme, sem nunca ter se perguntado, aquelas três perguntas, que poucos sábios que eu conheço, ainda buscam a resposta: – De onde viemos, onde estamos e para onde vamos. Assim, apenas me atrevo a dizer:

O presente de hoje, foi o futuro de ontem e será o passado de amanhã.

Estou escrevendo o meu filme. que vai ter início, meio e The End, com certeza. Mas no momento, enquanto não aparecer em um outdoor,  “breve em um cinema perto de você”, vou continuar exibindo, aquela faixa / placa / notificação: – Trabalho em Andamento, ou usando as palavras da
hora: – Atualizacão em Progresso…Não desligue seu…

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Salomão

Salomão era filho de David , reinou por quarenta anos e ficou conhecido por sua sabedoria ao tomar decisões e decidir julgamentos, como aquele clássico das duas mulheres que se apresentaram diante dele, cada uma afirmando que era a mãe legítima de uma criança.

Ouviu cada uma das partes em seus argumentos emocionados, e ainda com dúvidas para decidir, ordenou: Que a criança seja cortada ao meio e dividida entre as duas. Foi quando a mãe verdadeira disse: – Prefiro que o meu filho fique com ela. Salomão soube então a quem entregar a criança.

Escutei ontem uma história que contém uma decisão digna de Salomão, apenas sem o drama maternal que envolvia o primeiro caso.

Neste caso,  o Pai incorporou o Espírito e decidiu sabiamente o seguinte conflito entre seus dois filhos, que disputavam e quase saíram no tapa para disputar um pedaço de pizza. Um dizia que o outro havia comido mais.


O Pai então sentenciou: O negócio é o seguinte: A partir de hoje, sempre que vocês forem dividir uma pizza, um vai cortar e podem até decidir no palito ou cara e coroa quem vai cortar. Agora, o outro vai ter preferência para escolher o primeiro pedaço. É ou não é uma decisão digna de Salomão?

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Força e Poder

A força física, a capacidade de fazer um grande esforço pode ser desenvolvida através de exercícios diários, carregando e descarregando cargas, ou então malhando diariamente nas academias sob orientação de um treinador, mas aqui já entra a vaidade como principal componente para a motivação.

Ninguém nasce com a força de Hércules ou Sansão, que são os modelos mais conhecidos. E no caso de Sansão já se apresenta aquilo que ficou conhecido como “Calcanhar de Aquiles”, isto é, o seu ponto fraco, onde sua força seria minada. Os cabelos cortados por Dalila, que o deixaram enfraquecido.

Exatamente aqui, com a entrada em cena do “Calcanhar de Aquiles”, que se dá o encontro das águas, que separam  sutilmente a força e o poder.

A história de Aladim ilustra e nos ensina didaticamente, que não basta encontrar a lâmpada, libertar o gênio. Todo aquele que tentar buscar o poder para seu total e irrestrito benefício pessoal, vai se dar mal, como se deu mal Jafar,  o feiticeiro que já era poderoso, mas queria expandir ainda mais seus poderes.

Trazendo o assunto para o terreno mais pé no chão onde habitamos, o chamado baixo clero, as periferias, não  precisamos  ir muito longe, quero dizer, mergulhar em tratados esotéricos e ocultos, para vermos com nossos próprios olhos, está relação íntima , entre Força e Poder. Eu ia falar simbiótica,  mas daqui a pouco estou  falando de Robótica,  Macrobiótica e,  eu vou perder o fio da meada.

Já vi muita gente boa, e ruim também, sair por aí contratando serviços ditos profissionais, que prometem desde um condomínio fechado com vista para o mar no outro mundo, ou promover o encontro com o príncipe ou princesa encantada,  ou o desejo mais popular de todos: acertar a Mega Sena da  virada.

Força não é poder. Poder é entender que Deus não cobra Dízimo, nem nos cobra fidelidade.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

DELAY

A grosso modo, delay significa o atraso ou o tempo que um sinal emitido leva para chegar ao seu destino. Acontece muito em transmissões de rádio e tv.

Aqui em casa sempre que estamos assistindo um jogo principalmente do Flamengo, a Tânia torcendo e eu Secando, sempre que acontece um gol, a gente escuta os gritos da torcida reunida nos botecos aqui em volta.
Mas domingo foi demais entre o jogo do Flamengo x Palmeiras pela Supercopa. Enquanto a tv estava mostrando a evolução da jogada no meio de campo, a gente já ouvia os gritos de gol.
Na hora dos pênaltis foi surrealista. Antes mesmo do jogador do Palmeiras correr para chutar,  ouvimos os gritos de que o Diego Alves tinha defendido.

Talvez tenha a ver com o fato de o jogo estar sendo transmitido de Brasília, o fuso horário, estas coisas.


Existe o Delay das modas, das marcas, lançadas nos EUA, na Europa, no Japão, que demoravam para chegar em nossas pobres mãos de consumidores do Terceiro Mundo. E quando chegavam era através de contrabando e todo mundo pagava o preço abusivo só para ostentar. Até hoje nunca ouvi   ninguém fazer qualquer referência ao Segundo Mundo.

Existe o das séries que quando chegam aqui, lá, já está na segunda temporada, mas este é mais fácil de explicar, por conta dos hemisférios sul e norte.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Livros

A notícia que está circulando nas redes e veículos de comunicação, jornais, redes de tv e rádios,  que ainda tem um grande poder de penetração no interior e zonas rurais onde telefonia celular e internet não chegam ou quando chegam custam muito caro,  é que o governo de plantão pretende taxar os preços dos livros como se não fossem artigos de primeira necessidade, que só uma classe média de elite pode ter acesso.

A princípio concordo com o argumento uma vez que os preços dos livros se tornaram proibitivos já a algum tempo e os editores ficam literalmente batendo na mesma tecla, dos custos de produção, o preço do papel que se tornou um ativo nobre tanto quanto o petróleo,  as novas tecnologias que permitem impressões de capas com tipos das mais variadas formas em alto relevo, também entram na conta.

A pergunta que se faz necessária é quanto vale um Livro.? Vale quanto pesa? – É claro que um livro com 500 páginas vai custar mais do que um de 200.

Nunca comprei um livro pela capa. Nem mesmo um LP. Já paguei caro por um LP  por causa de uma única música , mas era do meu cantor preferido. No caso dos livros serve o mesmo critério. Compramos os nossos autores favoritos, sabemos o que estamos levando e podemos até nos decepcionar, como naqueles casos em que o segundo livro não entrega conteúdo com a mesma qualidade do primeiro.

Aqui no Brasil só conheço a L&PM que publica no formato de edições de bolso uma grande variedade de títulos de todos os  gêneros a preços populares, em bancas de jornais e livrarias naquelas gôndolas aramadas.

Em Buenos Aires encontrei uma coleção destas de bolso,   de ótima qualidade gráfica,  produzida e distribuída em bancas pelo jornal La Nacion chamada “Biblioteca Esencial” . Outra coleção produzida pelo jornal Clarin chamada de livros imprescindíveis para o colégio. Encontrei também em feiras de livros edições espanholas de bolso, de ótima qualidade e baratos.

Voltamos ao eterno dilema do biscoito ou bolacha Tostines que dizia: Tostines é gostoso porque é fresquinho, ou é fresquinho porque é gostoso?

O povão não lê porque não tem educação ou não tem educação porque não lê.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Chefe da Quadrilha

Hoje foi um  daqueles dias que a inspiração até deu as caras mas não consegui dar o pontapé inicial na escrita, o que é chamado no mundo acadêmico de bloqueio mental e ou criativo,   e nestas horas eu lembro das soluções encontradas por grandes escritores que recomendam parar tudo e dar um  tempo, iniciar outra atividade, lavar a louça, dar uma volta na quadra, e se for uma praça com jardim melhor ainda.

Acabei descumprindo uma outra recomendação, que é aquela de não ler neste momento, outros autores que podem reforçar ainda mais um complexo de inferioridade e a auto estima que já anda voando baixo,  pode cair abaixo de zero, e lá se vai todo o texto para a lixeira.

Mas graças ao fato de a bateria do celular estar  naquele nível critico que exige um imediato carregamento, comecei e li 3 crônicas do Livro (As 100 melhores crônicas de José Castello – Sábados Inquietos) que me energizou e assim que o celular carregou, e ele é a minha máquina de escrever preferida, não precisa trocar as fitas, usar a borracha, comecei a escrever este texto.

Descobri então que a causa do meu bloqueio criativo foi o primeiro tema que se apresentou,  que era sobre pandemias , aquelas estruturais, da corrupção, da fome, da poluição que abarca muito mais que a inocente fumaça dos cigarros, das queimadas. Tem a sonora e a dos anúncios.

As pessoas já estão cansadas e saturadas de conviver com estas pandemias e não vai ser eu que vou conseguir simplificar em três parágrafos com dez linhas cada, a origem de cada uma. Mas posso dizer sem medo de errar, que a corrupção é a mãe de todas ou como dizem os adictos cruzados em mais de uma dependência, ela é a chefe da quadrilha.

As Palavras

As palavras são imantadas com emoções que foram armazenadas por gerações e conseguem ser traduzidas em qualquer língua, do autor ao leitor no caso de serem escritas ou de pessoa para pessoa.

No caso do livro para transmitir a entonação que vai traduzir a emoção que o sujeito quis transmitir  é preciso muito mais do que escrever em caixa alta,  e aí entra a grande tarefa do escritor,  organizar, dispor, reunir o sujeito,  o verbo e os adjetivos para produzir a entonação.

No caso dos atores, a expressão facial e corporal, o sorriso, o riso, a gargalhada, a lágrima, o silêncio vão ser os agentes condutores das emoções até o público, no teatro, no circo, no cinema, nos templos.

Toda a comunicação humana é baseada nessa premissa original: – Alguém fala, alguém escuta, e no caso de ser mais de um, cada um vai escutar de um modo diferente.
Daí nasceram as expressões:

É conversando que a gente se entende e se desentende também.
Nada melhor do que um grupo de whatsapp,  de família,  de amigos de torcida organizada, para a gente observar que mesmo com um objetivo comum, mesmo alguns bebendo da mesma cartilha, o caldo entorna,  como disse tão bem o Chico, por uma palavra dita na hora errada, por uma “Gota D’água”.

No caso dos relacionamentos de casal, de família, de amigos, de trabalho, de vizinhos de porta,  aqueles que trocamos favores como uma xícara de açúcar, de sal,  aqui, um ovo, uma cebola ali., a harmonia é restaurada após as cabeças esfriarem os ânimos, os custos e benefícios serem colocados na balança e os envolvidos aprenderem que ninguém precisa abrir mão de suas crenças para agradar ao outro, ninguém merece este sacrifício.
Mas precisamos exercitar diariamente a conjugação do verbo aceitar.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Os Quatro Cavaleiros

Os Quatro Cavaleiros são personagens descritos na terceira visão profética do Apóstolo João,  no livro bíblico de Revelação ou Apocalipse. Os quatro cavaleiros do apocalipse são respectivamente peste, guerra, fome e morte, que para os cristãos irão acontecer antes do fim de todas as coisas.

Nada que não seja conhecido da humanidade desde que foi instituído por decreto divino o crescei e multiplicai-vos. Todos os quatro campeiam por aí à rédeas soltas e nossa luta diária é para aceitar como conviver e sobreviver  com estas incômodas presenças que muitos entendem como parte do programa para um bom e saudável desenvolvimento
moral e espiritual.

A morte não dá aviso prévio.E mesmo que desse, jamais estaremos preparados para  aceitá-la. Por mais velórios e  enterros que se vá,  não há palavras para confortar além daquelas: – Meus sentimentos, meus pêsames,  sinto muito por sua perda.

Estamos em luto. Precisamos todos lutar contra esta peste.
E as bandeiras deste País precisam todas estar a meio pau!

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A vida não é um jogo.

A vida não é um jogo, gafanhoto. Ao contrário do que muita gente fala,  e muita gente fala de ouvir falar, pode até ser comparada com o jogo do xadrez, um jogo de estratégia e de inteligência ou o mais popular hoje  em dia, o vídeo game, onde o seu crescimento se dá a medida que você vai conquistando poderes, aprendendo a usar as armas, e passando de fase.

Muito menos pode ser comparada a um jogo de azar, que envolve ganhar ou perder, que nós chamamos de sorte e os espanhóis também, usam a palavra azar como sorte, no sentido de destino. Lendo assim parece confuso, mas ambas fazem parte da mesma moeda, cara e coroa, ying e yang.

O espírito contido na frase – “o importante é competir” – que passa a princípio uma ideia de nobreza, na verdade estimulou e estimula todo essa competição para chegar ao pódio em primeiro lugar, em todos os esportes.

O importante é compartir,  é o conceito mais antigo e nobre mas foi perdendo terreno,  à medida  que o sistema capitalista foi se desenvolvendo em cima do inalienável direito a propriedade. Seja de bens duráveis, seja de bens de consumo. Trabalhei, comprei com o meu dinheiro, portanto é meu por direito. Ou então frutos de herança reconhecida em cartório pela divisão amigável dos bens ou não, no caso de famílias grandes, que podem vir a gerar longos inventários na justiça.

Em resumo,  gafanhoto, as cooperativas foram as primeiras iniciativas de como o nome diz: cooperação.  Mas esbarrou e esbarra até hoje no egoísmo humano.

A maioria vai passar a vida inteira sem nem mesmo aprender a agradecer, como nós fazemos aqui no templo Shaolin, antes das refeições diárias, recitar as preces que agradecem aos 72 trabalhadores que fizeram com que este alimento chegasse a nossa mesa.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

A Ética e o Indecoroso Despudor nas casas do Povo (leia-se: Democracia)

Que a Democracia é o melhor modelo de governo em vigor, ninguém tem dúvida,  a menos que não tenham conhecido ou ouvido falar,  de regimes autoritários e de Ditadores que tocaram o terror, e a proibição do direito de ir e vir foi o menor dos males.

Que ela também tem suas falhas de nascença e outras incorporadas a cada revisão constitucional, que a cada dia que passa nos convence de que não vale o escrito. Não vale para todos, que é a sua máxima definição. – Todo poder emana do Povo e por ele será exercido.

Que ela está a cada dia mais desmoralizada diante do povo, que não acredita mais em reformas anunciadas a cada   mudança de mandato nem em falsos Messias, pode ser comprovado pelo noticiário político que ocupa a pauta dos grandes jornais e canais de TV.

A expressão “Para Inglês Ver”,  nasceu segundo eu soube e se eu estiver errado a culpa é das minhas fontes, quando o País, recebeu uma grande  mandatária política, e pelo inglês citado na expressão não duvido nada que tenha sido A Rainha. O que gerou a expressão foi o fato do prefeito e ou governador da cidade onde a comitiva aterrizou, mandou limpar no sentido mais higiênico do verbo, todo o caminho entre o aeroporto e o palácio do governo. Recolheu todos os sem teto do caminho e pagou um adicional noturno para a Comlurb deixar o caminho brilhando.

Os conselhos de Ética de todas as câmaras municipais, estaduais e nacionais, os tribunais de contas das mesmas instâncias, existem para proteger seus pares, fazer de conta que zelam pela boa prática política e decoro moral, mas no fundo, é tudo cabide de emprego, e a famigerada independência dos poderes não passa de uma cortina de fumaça para inglês ver.

Por: adolfo.wyse@gmail.com