Esse tal de distanciamento crítico.

Navegando pelo blog hoje, escolhi um texto que estava na lista dos últimos 10 comentários. Fiquei surpreendido e me perguntei: Fui eu mesmo quem escreveu isso? Me veio então o título, que explica como reagimos diante de um texto, um livro, uma música, um filme, que já lemos, escutamos e vimos.

Acontece que aquela emoção vai ser reproduzida pela razão, o nosso cérebro se encarrega de filtrar e classificar como comida requentada, que vai alimentar apenas o corpo.
A Alma vai ficar esperando uma nova experiência, para que então, o cérebro, sempre ele, produza as morfinas, dopaminas, endorfinas, que vão produzir as emoções de prazer.

É um fato inquestionável. No caso da música e dos filmes, dependendo do nosso estado emocional, imunidade baixa, os anticorpos entram em cena, para restaurar o equilíbrio, e algumas brechas são abertas, e sentimos quase com a mesma intensidade, aquela emoção original.

Vocês sabiam que as lágrimas não derramadas pelos canais lacrimais, se alojam no pulmão na forma de cristais?
Depois que ouvi este diagnóstico, passei a ouvir mais música,   minhas preferidas, que um dia tocaram meu coração, e tem sido uma boa terapia para derreter os cristais.

A música é uma das melhores terapias, usadas em clínicas com pacientes carentes de ajuda psicológica.

Estava sem escrever por mais dias do que eu desejava, e se eu fosse um cronista profissional, destes que tem uma coluna semanal, já teria sido despedido. E nem poderia, como estou confessando a vocês, dizer que a culpa foi de um novo projeto, retomar o interesse pela pintura. Que é também uma ótima terapia, para mentes inquietas como a minha. Claro que um bloqueio criativo, provocado por uma baixa imunidade emocional, (e todos nós temos o nosso calcanhar de Aquiles),  contribuiu também.

Publiquei uma vez no Facebook um texto que dizia: – Sempre que estou meio assim, meio assado, recorro ao meu eterno guru, Dylan. Ele alinha todos os meus eixos.

Escrever é uma ótima terapia também.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

O Caminho de Santiago e os outros.

Fazendo uma primeira pesquisa de campo, para colher dados que possam ajudar na narrativa, a primeira informação colhida foi a que segue:

“O caminho de Santiago, leva este nome, porque nele foi encontrado o túmulo do Apóstolo São Tiago.
O caminho de Compostela, porque é o destino final dos peregrinos, a cidade de Santiago de Compostela”.

Como sempre acontece, é preciso uma celebridade descobrir e comentar, para a coisa viralizar, como se diz agora. Nos anos 70 virou moda, a cultura hippie ajudou a disseminar a ideia de quem fizesse a caminhada, de mochila nas costas  um cajado na mão, nada nos bolsos, voltaria iluminado.

Com as paradisíacas praias brasileiras, não foi diferente. Precisou a Brigitte Bardot chegar em Búzios para o paraíso se transformar no inferno que foi as invasões bárbaras: argentinos, franceses, paulistas.
A coisa boa desta globalização foi que os serviços melhoraram de nível para atender os gostos mais sofisticados dos europeus e outras culturas.
Com a desvalorização do real, os argentinos tomaram posse da terra, e só não levantaram um obelisco na Rua das pedras, porque iam ferir, não só o código de obras, mas também o orgulho dos cariocas.

A frase “Todos os caminhos levam a Roma”, foi cunhada pelo alto clero para levar os católicos.

Já Jerusalém, por toda uma história, é a cidade mais ecumênica, aceitando todos os peregrinos, das mais variadas crenças, rezando em Igrejas, Sinagogas e Mesquitas.

Vou encerrar com chave de ouro citando a frase de minha lavra, escrita ao fim do artigo “Meu Caro amigo” no livro Canção para Iara. Que pode ser encontrado aqui no blog O Correio da Tijuca, basta digitar a palavra-chave e buscar.

“O amor é o único caminho que nos leva ao destino certo.”

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Carta para um Lobo

Acordou tentando decifrar a frase dita por uma mulher para um homem, como se os sonhos pudessem ser decifrados assim, a primeira luz da manhã.

Aprendeu lendo livros de psicologia, que para traduzir o inconsciente para o consciente, é uma tarefa para profissionais da saúde mental e psíquica, e não é assim em uma consulta,  que a coisa é desvendada, e assim como em uma tradução, as palavras são reveladas, uma a uma, como em uma carta enigmática,

Usando os tradicionais métodos de dedução e associação aprendidos, vendo e lendo histórias policiais e fazendo provas de múltipla escolha, reconheceu a mulher e o homem como personagens com laços afetivos muito próximos.

A partir desta identificação pensou que seria mais fácil interpretar o significado da frase “Carta para um lobo”. Quem seria o Lobo? Quem escreve a carta? Por que escreve?
Assim como em (Mensagem para Garcia) qualquer um poderia ser o lobo destinatário. Mas o primeiro da lista seria ele mesmo, autor do sonho.

Surgiu na mente a imagem do filme “lobo” onde Jack Nicholson é mordido por um lobo e se transforma em lobisomem. Depois morde a Michelle Pfeiffer, e ela vira loba. Ah! A Michelle!!!

Depois de uma busca sem resultados, recorreu, como última instância e já apresentando sinais de desespero, quando todos os esforços humanos são esgotados, às forças ocultas, consultando um oráculo, e aqui não interessa saber que tipo, se foram cartas de tarô, as varetas do I Ching, ou qualquer outro. Uma coisa é certa: Não foi o Google.

E a resposta que veio deixou ele de boca aberta, porque estava onde ele não havia procurado. Nas fábulas. Dos Irmãos Grimm para ser mais preciso.


E a resposta foi: “Chapeuzinho hoje não vai visitar a vovó”

Por: adolfo.wyse@gmail.com




Viagem a IXTLAN

Este título é de um livro de Carlos Castanêda, que achei mais atrativo do que, “Jornada nas Estrelas”, “De Volta para o Futuro”, que já são velhos conhecidos do público de cinema. Outros filmes e séries exploraram este tema de viagem no tempo.

É um tema que desperta a curiosidade e imaginação do homem muito antes da invenção da roda, dos aviões, das naves espaciais.

Uma vez eu ouvi uma entrevista de um autor de livros de autoconhecimento, que adorava tomar café da manhã em sua casa em Barcelona, sem pegar nenhum avião, aqui do Brasil.

É o meu sonho de consumo. O teletransporte. Nos filmes de ficção o cara entrava em uma cabine ou máquina do tempo, e programava para onde queria ir. Passado ou Futuro?

Você lê um livro que trata deste assunto, com uma narrativa original, que está conquistando milhões de leitores, mundo afora. E aquela velha curiosidade adormecida é despertada, e do nada, uma coisa leva a outra, através de Links invisíveis e você chega a outro livro, e lá está o mesmo tema, te convidando para uma viagem que continuo tentando decifrar aqui. Para onde, para quê, por quem?

No segundo livro, que será citado também ao pé do artigo, como bibliografia consultada, um homem caminhando por uma planície encontra uma casa onde um homem do futuro o convida a entrar. Conversam em latim sobre línguas, sobre imprensa,  políticos, dinheiro e por fim, viagens. O homem do presente fala: E a grande aventura do meu tempo, as viagens espaciais?
O outro responde: Faz séculos que já renunciamos a esses translados, que foram decerto admiráveis. Nunca podemos nos evadir do aqui e do agora. Além disso, toda viagem é espacial. Ir de um planeta a outro é como ir à chácara defronte. Quando entrou nesta casa estava realizando uma viagem espacial.

Muitos sábios se dedicaram a estudar o tempo. Alguns cientistas a tentar medi-lo. No célebre poema “Martim Fierro” de José Hernandez, em um desafio, um Payador moreno, pede para Fierro definir o tempo:

Moreno, vou te dizer

Segundo meu saber alcança,

O tempo é só um atraso

Do que está para vir.

Não teve nunca princípio

Nem jamais acabará, 

Porque o tempo é uma roda

E roda é eternidade.

E se o homem o divide,

Só o faz, em meu sentir,

Para saber o que há vivido

ou lhe resta para viver.


Bibliografia consultada:


1) Antes que o café esfrie, n.º 1 – Yoshikazu kawaguchi

2) O livro de areia – Jorge Luis Borges – pág. 79

3) “El Martim Fierro” – Jorge Luis Borges – pág.79.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Sobre Playlists

Sabe aquela música que você ouviu no rádio, toca disco (LP-vinil) ou CD player, e que hoje, até toca nas rádios, com programação especial, MPB, POP, JAZZ, BLUES, LATINAS, mas você não escuta, seja porque tem menos de 20 anos, e não sabe o que é disco de vinil,  CD player e fita cassete, seja porque tem mais de cinquenta e não escuta mais rádio; pois é, ela está escondida no meio de milhões de músicas oferecidas pelos programas de música, Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon Music, YouTube Music e outros menos conhecidos.

Lá você encontra as mais diversas playlists, por cantor, cantora, banda, conjunto,  gênero, para todos os gostos. Você vai encontrar aquela música. Basta fazer a busca e lá está ela em várias versões; acústica ou ao vivo.
E o mais fantástico é que eles oferecem esse cardápio, melhor dizer, menu, para você montar sua playlist personalizada, a seu gosto.

Eu quase cometi o erro de dizer, que apenas nas minhas playlists, exibidas no site (pausa para o comercial) www.acasadosolnascente.com.br,
você pode escolher, pausar, mudar de faixa, ouvir o que você quer
.

Todos esses programas oferecem isso. Vamos combinar, não dá para competir. Mas dá para aplicar aquela propaganda famosa, que dizia: “Quem não é o maior tem que ser o melhor”.

Por: adolfo.wyse@gmail.com

Moinhos de Vento

Sei mais do que ninguém o que se passa na minha cabeça. E atualmente o pensamento recorrente, (de natureza sabotadora, como já aprendi a identificar) é aquele que diz: –  Se você até agora não encontrou o plumo, o rumo, o alinhamento, as chances de encontrar, vão diminuindo, e a menos que você encontre a lâmpada de Aladin ou tenha uma iluminação, uma visão, provocada por um contato imediato e de primeiro grau, a vaquinha vai deitar.

Quando meus escudos emocionais não foram suficientes para me proteger, literalmente, de um ataque cardíaco, que minou minha autoconfiança, tiveram que ser reavaliados. E nesse exato momento, quando todos meus conceitos, minhas certezas, falhem, reconheci o que é essencial, o que vale a pena buscar.

Não estou falando de mim. Estou conversando comigo, que sou, em primeira instância, o maior interessado em traduzir os verdadeiros sentimentos escondidos em pensamentos,  que minha mente produz como autodefesa, contra o sofrimento, (como se fosse possível escapar) e aqui as crenças entram em cena, para nos ajudar a suportar emocionalmente os processos que acompanham todo ser humano, de qualquer condição social.

Saber de onde viemos e para onde vamos, é uma especulação inútil, enquanto não sabemos quem somos, onde e com quem estamos.

Neste momento, esta fala é de Don Quixote de La Mancha. O inseparável companheiro de jornada, Sancho Pança, o fiel escudeiro que tem o pé no chão, que não compartilha dessas fantasias do seu cavaleiro, está pensando onde encontrar a estalagem mais próxima, onde possa saciar suas necessidades mais básicas, como comer, beber e dormir. E se sonhar… não será com moinhos de vento!

Por: adolfo.wyse@gmail.com