Durante um tempo, quando eu era um tolo, carente de tudo aquilo que um paisano precisa para manter o mínimo de seu equilíbrio emocional e mental e uma coisa está atrelada a outra, meu sonho de consumo era ter uma conta bancária que nunca ficasse no vermelho, um palácio mais simples do que aqueles habitados por Marajás , mais parecido com uma casa de pescador que poderia ser em Búzios, ou no litoral baiano e com sete mulheres para me servir andando pra lá e pra cá, apenas com a parte debaixo do biquíni, (nada daquelas virgens prometidas pelo Islã), me chamando de meu Rei.
Não precisa consultar o Dr. Freud nem o Dr. Jung para ver que não passa de uma fantasia criada para compensar a dura realidade do paisano; conta no vermelho, morando de aluguel, tolo e carente de mulher e de amor.
Começou aí a minha busca por livros de auto ajuda que existem aos montes empilhados nas portas das grandes livrarias, na mesma proporção que existe carência humana de pão, de sexo e de amor. Durante algum tempo me sentia confiante com as respostas encontradas, até o dia em que eu li:
“Estamos todos no mesmo barco”.
No mesmo dia, em que eu vi a foto do iate do Bill Gates ancorado na baía de Mônaco, tipo, estacionamento de barcos restrito para bilionários. Imediatamente comecei a sonhar / fantasiar, que eu era o flanelinha do pedaço e a minha conta etc.