“O menino é o pai do homem”. Esta frase encontrada no livro “O menino e o Bruxo” de Moacyr Scliar que narra o encontro de um menino com o Bruxo do Cosme velho, como ficou conhecido Machado de Assis, ilustra o encontro do Machado velho com ele menino, e enriquece o entendimento do que vai ser este artigo.
Já é de domínio público, isto é, replicado de geração para geração, que quando envelhecemos viramos crianças novamente. Quem nunca ouviu: parece criança!
Vou deixar para os especialistas de plantão, psicólogos, psicanalistas, explicar a diferença entre crescer e envelhecer. Porque tem muita gente que envelhece e não cresce também.
E agora mesmo me pergunto em que categoria me encaixo, e me vejo enquadrado nas duas. Envelhecendo, chegando ao quarto tempo (Medida de um jogo de basquete – quatro tempos de 12 minutos cada), convertendo para o tempo humano, quatro quartos de 25 anos cada, mas ainda me sentindo como criança, diante das responsabilidades que a vida exige, e a maior delas é aprender a viver e amar, sem reservas e sem discriminar quem quer que seja, como uma criança faz, até começar a ser educada para competir e criar muros, e quando a gente vê, não dá mais para descer.
A única certeza que tenho, é que é um processo pessoal e intransferível. E cada um vai buscar jeitos e maneiras de cumprir a jornada do herói, que qualquer livro de -ajuda sugere um passo a passo, que ao fim e ao cabo, nos diz aquilo que Sócrates já pregava:
Conhece-te a ti mesmo.
Assim, se vocês me virem jogando peão, bola de gude, botão, soltando pipa, colecionando figurinhas, não se alarmem. Estou buscando minha criança interior, que um dia se perdeu, ou se escondeu, assustada, quando a vida disse: chegou a hora de mudar de fase. Acabou a infância, começa a adolescência, depois virá a vida adulta, e por fim a velhice. E depois o The End, que dizem ser uma porta para outra jornada, sob novas condições de temperatura e pressão. Assim espero!