Vou aproveitar o domingo chuvoso para realizar duas tarefas: – Uma de cunho obrigatório, fazer o ajuste de contas anual com o leão, o famigerado imposto de renda que, vamos combinar, é um serviço que melhorou muito e só quem há 20 anos atrás precisava subir as escadas do Ministério da Fazenda, no centro do Rio de Janeiro, encarava uma fila e rezava para ser atendido antes do fechamento do expediente, pode avaliar.
A segunda tarefa é muito mais difícil, apesar de não envolver o risco de ter imposto a pagar, envolve perdas materiais e imateriais irreparáveis, que é jogar fora no lixo mesmo, nem dá para doar para estes moradores de rua venderem nas calçadas. Estou falando de livros que literalmente enferrujaram na estante, por conta de uma má manutenção. Livros de grande valor afetivo que dificilmente encontrarei no formato físico novamente.
Que sirva de alerta para vocês que estão formando suas bibliotecas, embora eu saiba que vocês estão mais habituados aos E-books e seus dispositivos leitores digitais.
Nem vou reclamar da sorte. Tem livros desta lista de extinção, que tem 50 anos de pó no lombo / lombada, melhor dizendo.
Assim, apesar de não vir na capa ou contracapa, com nenhum selo de data de validade, sabemos que o conteúdo cumpriu o seu destino : – Chegou aos leitores.
Fico triste. Nem tanto é claro, como os habitantes de Alexandria quando a biblioteca pegou fogo.