A Banalidade do Mal ou o Hábito ao Horror.

No dia 19 de dezembro de 2020 escrevi um artigo com o título de “Vidas humanas Importam?”, que vou anexar a este, que vai ajudar na interpretação do texto e do contexto atual do cenário.

O cenário não mudou ou se mudou foi para pior. Agora em meu caminho, 3 anos e 9 meses depois, a mulher negra continua lá. Já faz parte da paisagem.

Neste tempo nunca tive coragem de parar e perguntar seu nome. Vi uma vez alguém ajoelhado perto dela, me pareceu, um destes crentes, recém convertidos. Nunca vi um carro de uma instituição oferecendo um abrigo decente, não destes que oferecem uma cama para dormir e no dia seguinte, por falta de estrutura, jogam as pessoas nas ruas. Talvez tenham passado, parado, conversado e como não podem levar ninguém contra a sua vontade, a pessoa permanece na mesma situação miserável, como se tivesse o poder de decidir, a tal da livre escolha.

Perdi a minha fé na Política, quando li a frase de Giordano Bruno, segundo dizem, quando era conduzido para a fogueira da Inquisição: “Que ingenuidade a minha, pedir a quem tem o poder, para reformá-lo”. Proferida no ano de 1600
, a profecia já cumpre 4 séculos e alguns anos.

Mas não perdi a fé nas pessoas, vejo o exemplo da Ação para a Cidadania, que é uma campanha para o ano inteiro com gente trabalhando voluntária e anonimamente; vejo diariamente em meu caminho, pessoas distribuindo quentinhas, café da manhã e sopas a noite, para uma legião de moradores de rua, que aumenta progressivamente, por conta de um sistema social falido de A à  Z.

Ficaria muito feliz se esta mensagem chegasse a jornalistas, celebridades, formadores de opinião, com voz ativa na sociedade, para levar as autoridades competentes, essa indignação que não é só minha!

O título “A Banalidade do mal” vem do livro de Hanna Arendt, filósofa alemã de origem judaica, que fala por si e mostra que aqueles que praticam o mal, são apenas cumpridores de ordens, como ainda se vê hoje em dia, em grandes e pequenos países, comandados por um ditador só, a exemplo de Hitler, Stalin e outros, como se uma andorinha só pudesse fazer um verão. Falei dos mortos, mas os vivos está aí todo dia na mídia e chegamos então ao subtítulo: “O hábito ao horror”, quando vamos nos acostumando com o discurso, (é assim mesmo, você não pode fazer nada, não pode salvar o mundo) , e acabamos perdendo a nossa capacidade de se indignar e lutar por justiça, por um bairro, uma cidade, uma comunidade melhor.

Para acessar o artigo “Vidas Humanas Importam?”, cliquem no link abaixo. https://acasadosolnascente.com.br/?s=vidas+humanas+

Por: adolfo.wyse@gmail.com

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