Após assistir ontem o filme “Ficção Americana”, resolvi aquela velha questão, quando um filme é baseado em um livro, e quem leu e assistiu, julga, qual é o melhor.
Um livro é escrito por um autor. Um filme, exige um roteirista, os atores, um diretor, cenários em estúdios e ao ar livre. É como montar um quebra cabeça, encaixando as peças no lugar certo, e ao fim, o leitor, o expectador, visualiza o quadro todo.
Eu tiro o meu chapéu, o que é um sinal de reverência, aos escritores e roteiristas. Para eles o céu é o limite, que quer dizer exatamente o contrário, o céu não tem limites. Através dos olhos, dos gestos, do comportamento, da entonação da voz, os atores nos passam todas as emoções contidas nas cenas, e nos diálogos.
A mágica acontece quando nos reconhecemos, nos identificamos com este ou aquele personagem, que faz a nossa alma transbordar, transcender as cercas do nosso corpo. Nossas limitações.
Não dá para descrever com palavras do que se trata o filme, tudo o que ele entrega. Eu pelo menos não consigo. Há muito tempo entendi que não tenho nenhuma habilidade crítica, que é a arte de descrever porque gostei ou não gostei, desse livro, filme, quadro, sem correr o risco de expor meus preconceitos.
Se fosse usar a imagem do Bonequinho do caderno de cinema do jornal o Globo (Ainda existe?), que aparece, dormindo quando o filme é chato ou ruim, o que não é o mesmo, levantando para ir embora, sentado atento, aplaudindo sentado, usaria o bonequinho aplaudindo de pé, como fiz ontem ao assistir.