Esse discurso de que o povo não sabe votar, é coisa que vem de longe, desde a criação do parlamento grego até o parlamento romano, quando Cristo foi julgado e condenado à crucificação junto com mais 3 ladrões. Um deles chamado Barrabás. Neste julgamento presidido por Pôncio Pilatos, governador da província, ficou provado que o povo, o inventa-línguas, como Maiakóvski disse e eu gosto de citar, pode ser muito
manipulado pelas Fakes News do momento, fofocas da hora como se dizia na época.
Assim, Pilatos, que tinha sido Indicado como Juiz com poderes concedidos por Roma, cometeu o erro fatal, que deu no que deu. Resolveu fazer uma consulta popular sobre quem deveria ser condenado: Jesus ou Barrabás?
Todo mundo conhece a história, passada de pai pra filho, da escolha que o povão fez. Se não conhece, pelo menos ouviu falar das palavras de Pilatos, que se incorporaram a literatura jurídica: – Lavo as minhas mãos! E não foi apenas um gesto de higiene, mas uma isenção de culpa sobre a condenação, simbolicamente, limpando o sangue das mãos.
Não sou cristão, no sentido apostólico romano da palavra, mas gosto do personagem Jesus. Assim como gosto de Buda e do Budismo como filosofia, que tem uma narrativa menos violenta, sem mortes por crucificação ou apedrejamento, que o povão, muita gente boa hoje em dia, que se diz Cristão, só ouviu a primeira parte da fala de Jesus:
Atire a primeira Pedra… aquele, que nunca pecou, ninguém escutou. Oferecer a outra face, então, virou literalmente, dar a sua cara à tapa, o que vamos combinar, tem muita violência explícita.
No próximo bloco vamos discorrer sobre estas duas vertentes de Paz e Amor, que são braços do mesmo Rio, que levam ao fim e ao cabo ao mar.