Arquivo mensal: Abril 2025

O Menu do Domingo

Acordou cedo e antes de qualquer coisa, depois de passar uma água no rosto e escovar os dentes, pegou o celular e a primeira notícia encabeçando as manchetes do dia, dizia que o Golden State Warriors, havia vencido o jogo 3 dos playoffs da NBA. Com mais uma atuação impecável do seu astro maior. Stephen Curry

Com o coração mais alegre e animado, foi a padaria comprar pão para o café da manhã, normalmente composto de uma vitamina turbinada com frutas e suprimentos, preparada com muito carinho e cuidados pela sua “Personal” preferida, uma bisnaga de pão francês com queijo bola ou prato. Quando o habitual é o pão de forma integral, duas fatias, com uma caneca de café preto, Nescafé, por ser mais prático.

Voltando da padaria passou como sempre pelo largo da segunda-feira, um ponto muito conhecido pelos tijucanos, onde tem uns bancos de cimento, inicialmente construídos ao pé de dois coqueiros, para conforto da população de idosos, descansar,  tomar um sol ou uma sombra, conforme a estação.

Mas os idosos perderam o espaço para um grupo de moradores de rua, que tomaram posse. Um grupo fixo com uma mulher de idade e 5 homens, mais os rotativos. E dois cães, fiéis aos donos.
E esse cenário tem alguns anos, sob o olhar indiferente das instituições que deveriam estar cuidando melhor desse povo. Cansou de ver diariamente eles compartilhando uma garrafa de cachaça, daquelas
bojudas da marca 51, como se fosse um mate, um chimas, como se diz no sul.

Mas hoje viu o mesmo grupo e mais alguns formarem uma fila. E viu chegar um grupo de mulheres com camisetas brancas, estampadas com a frase: “Café do bem”, carregando sanduíches e garrafas de café e de suco para distribuir.

Chegou em casa, tomou o café, os remédios de uso contínuo, e pensou no menu disponível para se ocupar e curtir o domingo. Pensou em ouvir música, ler um livro, , assistir mais um ou dois episódios de uma série sobre espionagem. Enquanto não decidia, a ideia de escrever um artigo para o blog “O Correio da Tijuca”, tomou corpo a ideia do “Café do Bem” e o editor correu para o bloco de notas digitar, formatar o texto e publicar.

São meio-dia ainda. Vai dar tempo para assistir a serie, ouvir música, ler um livro, o que o coração pedir.

Por: adolfo.wyse@gmail.com


O que vem Primeiro?

O que vem primeiro?

A necessidade sexual ou afetiva?

Acredito que a afetiva. A sexual vem depois, em tempos distintos para todos os gêneros, mais cedo ou mais tarde, a depender das condições de temperatura e pressão, dos estímulos cada vez mais acessíveis e sedutores, embutidos na palma da mão, ao alcance de crianças ainda em formação, sem os devidos avisos de prevenção: proibido para Menores de 13 anos, que é quando o menino e a menina atingem a maioridade sexual, isto é, podem vir a ser pais, o que se vê muito em países de terceiro mundo, meninas carregando filhos, sem nem mesmo ter tido o tempo de brincar de bonecas.

Os pais dos nossos pais passaram pelo mesmo processo. Aprendendo, cada um a seu modo,  como lidar com o tabu do sexo, palavrão proibido dentro de casa, principalmente em lares com forte educação religiosa, católicos e evangélicos, onde os pecados são proibidos, sob pena de serem punidos com a excomungação do exílio.

Estas mães solteiras desamparadas vão cair literalmente na vida. Há quem chame prostituição de vida fácil.

Observando em campo, durante 28 anos, grupos anônimos de apoio aos adictos de álcool, drogas, e outras compulsões, escuto muita gente falar sobre sexo em geral, mas muito pouca falar da sua vida sexual. Isso deve dizer alguma coisa sobre como o assunto é delicado para ser tratado em qualquer confessionário.

Nunca li nada do Dr. Freud. Mas ouvi de orelha, alguém dizendo por aí, que por trás de toda essa defesa, escudo de proteção, escondem-se os complexos de inferioridade. Que os mais afortunados podem se dar ao luxo de tratar com um terapeuta, uma sessão por semana. Os mais pobres, vão trocar experiências, com um amigo ou irmão mais velho, que servirão como mentores.

Tive o privilégio de ler “o Analista de Bagé”, do Luis Fernando Veríssimo, que trata do assunto de um modo nada ortodoxo, um jeito bagual de ser. E quando chega um paisano com passos tímidos e inseguros, ele vai logo na primeira leitura, dando o diagnóstico: “Esse guri não mamou na teta” .

Por: adolfo.wyse@gmail.com.br