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Os Olhos de Borges

Quando meu amigo Gil, me deu o livro “Ficções”  de Borges (Jorge Luis Borges), a primeira impressão que tive, foi, de que era um livro muito erudito e sofisticado. Maiakóvski diria: – Incompreensível para as massas.
E de fato é, se pensarmos que o povo é ignorante das letras, mal sabe ler e escrever, muito por conta do péssimo sistema de ensino, principalmente no terceiro mundo.

Demorou um pouco para entender, que a escrita dele, atingiu o supremo grau da sofisticação: A simplicidade.
Escritor, Poeta, tradutor, crítico e ensaísta, influenciou o boom-latino americano nos anos 1960, quando sua fama foi consolidada internacionalmente.

Sempre se reconheceu como poeta e Incapaz (vejam só) de escrever um romance. Quando a progressiva cegueira o atingiu, disse: ” Os poetas como  os cegos, podem ver no escuro.”

Foi professor na Universidade de Buenos Aires e em Cambridge. Deu várias conferências, onde tratou de temas como, o Livro, A Poesia, o Budismo, A Cabala, A Imortalidade, O Tempo, A Cegueira, o Conto Policial., A Divina Comédia, As Mil e Uma Noites, O Pesadelo.
Todas estas conferências podem ser encontradas no livro: – ” Borges oral & Sete noites”.

No filme “O Nome da Rosa”, baseado no livro de Umberto Eco, é feita uma homenagem a ele, na figura do guardião da biblioteca, ” Jorge de Burgos”, que também é cego.

O melhor exemplo a seguir é o conselho de Borges a seus alunos de Literatura:  – “Os verbos, ler, amar e sonhar não suportam o modo imperativo!” – Sempre aconselhei meus estudantes que se um livro os aborrece, o deixem, que não o leiam porque é famoso, porque é moderno, porque é antigo. A leitura deve ser uma das formas da felicidade e não se pode obrigar ninguém a ser feliz. (Jorge Luis Borges)

por: adolfo.wyse@gmail.com