De qualquer modo e em qualquer caso, a vida segue o seu curso, obedecendo leis do universo, algumas traduzidas na natureza, com o ciclo das estações, indicando o tempo de plantar e de colher, outras, invisíveis aos olhos humanos.
Ao fim e ao cabo, seguimos como um rio, até o destino, o grande mar, cumprindo uma jornada, que iniciou em uma nascente, que não saberemos nunca, a origem. E não precisamos saber.
Nelson Sargento, grande compositor, cantor, escritor e pintor, disse:
“Aprendi muita coisa com a vida. Mas não posso provar. A vida não dá diploma.”
Posso aplicar o mesmo conceito aos livros. Li muitos livros. Mas não posso provar. O máximo que posso fazer é citar um título, um autor, uma frase, que marcou um parágrafo em determinado capítulo da minha vida.
Escutamos com frequência, a sabedoria popular afirmar, com testemunhas ao vivo, que antes de fazer a passagem, a travessia para a outra margem do rio, passa em nossa mente um filme, onde, depois do The End, as letrinhas descem a tela, por ordem de aparição, no caso dos personagens e obedecendo uma hierarquia; atores principais, depois os coadjuvantes. E nosso nome vai aparecer nos créditos de Roteirista, Diretor e Produtor.
Na hora dos agradecimentos na cerimônia do Oscar ou outras premiações, é comum se ouvir, os nomes dos avós, dos pais, da família, incluindo tios, irmãos, mulher ou marido, e filhos. Não é o caso do nosso filme. Que Jamais vai estar em exibição. Quero dizer, com início, meio e fim, em um cinema perto de você.
A minha lista é grande e não vai caber aqui. E não vou lembrar assim, de cabeça, todos os nomes. O que posso dizer, sem medo de errar, é que tenho muitos créditos a fazer. De conhecidos e desconhecidos que em algum momento me ajudaram na minha jornada. Sem eles e elas, não estaria aqui agora escrevendo este texto.